quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O GOLPE DO MINISTRO E A TRAIÇÃO DE DILMA

O "impeachment" nos reservou um profundo golpe na Constituição, livrando a impedida da inabilitação. Foi arquitetado pelos aliados petistas e executado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, aquele que deveria ser o protetor da Constituição, o ministro Ricardo Lewandowski. Depois do Mensalão, esperava-se que ele tivesse aprendido a lição.

A Constituição é clara, no Artigo 51, parágrafo único: funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública.

Mas Lewandowski, sem submeter ao plenário, com apoio do presidente do Senbado somente, fatiou o parágrafo único do Artigo 51 e de sua vontade propôs duas votações. Que Dilma volte, mas que o STF restaure a Constituição.

Na primeira, para encaminhar contra o impedimento, foram escalados os dilmistas raivosos. Os escalados para pedir clemência, Lá veio Katia Abreu (PMDB-TO) com humildade pedir aos colegas que não aplicassem a pena de inabilitação pela sua honestidade e idoneidade. Afirmou que o fatiamento era legal e citou até o livro do Temer.

Desculpou-se imediatamente pelos raivosos e apelou à caridade dos senadores informando que a presidente que tem 68 anos de idade e 34 de contribuição, deve aposentar-se com cerca de R$ 5 mil, quantia insuficiente, ou seja, precisa continuar a trabalhar.

O senador Capiberibe (PSB-AP) observou que a política é uma atividade conciliadora. Apesar do embate, os senadores deveriam estender uma mão à conciliação, que o voto pela manutenção dos direitos políticos de Dilma iria permitir a abertura à conciliação e ao pacto.

Então foi a vez do petista Jorge Viana (AC), que apelou dizendo que ali não era Ouro Preto, não era a Praça de Paris, ou a Torre de Londres. Apelou para a convivência no dia seguinte e, quase foi às lágrimas. Desta vez, o pedido de conciliação veio do PT. E 19 senadores que cassaram Dilma não a puniram com inabilitação.

Então, pouco depois, veio Dilma fazer sua declaração ao público, agradecida? Conciliadora? Buscando entendimento? Não! Chamou os que votaram pelo impedimento, incluindo aqueles 19, de "políticos que buscam desesperadamente fugir dos braços da Justiça que tomarão o poder, unidos aos derrotados nas últimas quatro eleições, por um golpe. É uma fraude!"

Dilma traiu sues porta-vozes, ou não? Kátia, Capiberibe e Viana mostraram-se os maiores mentirosos e enganadores da história recente da política brasileira e fez de dezenove senadores os maiores trouxas da classe política?

Fonte: Mário Eugênio Saturno - Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).




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