Faltando muito pouco para a eleição municipal em todo o país, o que o eleitor espera dos vencedores e o que não quer que eles façam? A lista é imensa, mas há algumas obviedades. Em relação ao que deveriam fazer, até que não haveria uma grande lista de exigências. Se o Prefeito eleito fizer um décimo das maravilhas que prometeu na sua campanha, já estará caminhando para cair no gosto do eleitorado. Mesmo se continuar igual à maioria dos seus antecessores, ainda assim poderá ter o apoio da comunidade, caso cumpra algumas coisas básicas, que fazem parte de uma administração que se preocupa com a população que o elegeu: tapar os buracos das ruas; diminuir as alagações; exigir que as obras paradas dos governos estaduais e federal sejam concluídas; não deixar uma só obra municipal em andamento sem terminar; manter os postos de saúde funcionando com médicos e medicamentos; levar e trazer as crianças das escolas, em segurança; ter um sistema de transporte coletivo ao menos razoável, porque mais que isso seria exigir muito! Cuidar das praças, da iluminação e ter algumas áreas para divertimento também ajudariam muito. O povão nem quer muitas coisas e nem vai exigir que o eleito cumpra aquelas mega promessas de campanha, porque sabe que são inexequíveis. Mas se fizer o 2+ 2 são 4, já estará bom.
O que o candidato não pode fazer? Aí, sim, a lista é maior: não roubar, não deixar roubar; não cercar-se de incompetentes; não se isolar do eleitor; não viver de mentiras e meias verdades; não ser obscuro, mas sim o mais transparente possível; não encher de cargos comissionados seu Palácio, para pagar contas e acertos de campanha; não virar as costas aos problemas mais prementes da coletividade. Nem é tão difícil assim ser prefeito. Basta ser decente, honesto e bem intencionado. O povão sabe quando uma político é assim. E eles, os honestos, existem sim. São raros, mas existem. Basta saber escolhê-los, na hora da urna! É isso que todos devemos fazer, nesse próximo domingo.
PROTESTO EM VÃO
Garimpeiros fecharam o encontro das avenidas Farquar e Migrantes, nessa quinta, com confusão e confronto com a PM. Querem a liberação do garimpo no rio Madeira. Ou seja, querem o impossível, já que a legislação federal impede qualquer ação de garimpagem até a divisa com o Amazonas. A verdade é que o Madeirão está cheio de ouro. Em três meses em que agiram ilegalmente retirando ouro do rio, os garimpeiros retiraram uma média de 50 milhões de reais/mês, ou seja, uma Mega Sena acumulada várias semanas. A riqueza aurífera do Madeira atrai a ganância e também muita gente que sonha com a fortuna, mesmo tendo que enfrentar as agruras de um garimpo perigoso. Além disso, o trabalho é ilegal. Não há saída para o problema.
FUTUROS PREFEITOS
Rosária Helena está na frente em Ouro Preto do Oeste. João Gonçalves, que lidera fácil em Jaru, só espera a segunda-feira para começar a montar sua equipe de governo. Em Ariquemes, Thiago Flores e Amorim estão praticamente empatados. Em Ji-Paraná, Jesualdo Pires está muito à frente dos concorrentes. Em São Francisco, Lebrinha terá mais quatro anos. Em Vilhena, Eduardo Japonês e Rosani Donadon correm quase juntos, mas Rosani disputa sob impugnação do TRE. Glaucione Rodrigues está com as duas mãos na taça, em Cacoal. A eleição está chegando e o interior do Estado também se movimenta para escolher seus prefeitos.
PIMENTA E A GLOBO
Obviamente que a democracia ampla determinaria que todos os candidatos à Prefeitura de Porto Velho participassem do debate desta quinta, na Globo. Mas é importante que se diga que a decisão da emissora de excluir Pimenta de Rondônia, mantendo os outros seis, nada tem de ilegal. Pelo contrário: está rigorosamente dentro do que prevê a legislação em relação aos debates na Televisão. Pimenta é um personagem simpático e tem muitos amigos e fãs, mas tem pouquíssimos eleitores. O PSOL é um partido nanico, praticamente sem representação em Rondônia e em Porto Velho e a TV Rondônia agiu estritamente dentro do que preconiza a lei eleitoral. Ponto.
ATAQUE À DEMOCRACIA
A violência que tomou conta de várias cidades brasileiras, com crimes brutais, crimes de pistolagem e ataques a candidatos, é mais uma prova da total falta de segurança no país e um ataque direto à democracia. No caso de Goiás, o assassinato de um prefeito candidato à reeleição, morte de um segurança e ferimentos no vice governador, foi um ataque isolado, de um homem desequilibrado. Mas o que está acontecendo no Rio de Janeiro, é muito pior. Um total de 14 candidatos foram mortos porque não quiserem pagar “pedágio” às chamadas milícias, grupos armados, geralmente composto por policiais e ex policiais, que dominam as favelas cariocas e o subúrbio. Não há lei que os atinja. Quando presos, são beneficiados pelo impunidade que campeia. Estamos mesmo nas mãos do crime.
UMA ESCOLA ESPECIAL
Escola Joaquim Vicente Rondon, na zona sul, já foi uma referência em Porto Velho. Agora, está de problemas. A água para as crianças beberem é quente. O lixo tomou conta e o fedor em alguns pontos é referencia. Uma mãe protestou ainda porque levou seu filho e encontrou o portão escancarado, ou seja, qualquer um pode entrar a hora que quiser. Não há qualquer segurança. Enquanto se discute no Brasil uma ampla reforma na educação, coisas básicas como água gelada e limpeza não existem numa escola tão grande e tão importante como essa. Temos que começar a resolver o feijão com arroz, antes de pensarmos em revolução educacional.
PERGUNTINHA
O que restará do Partido dos Trabalhadores, no Brasil, depois da eleição municipal desse domingo?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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