segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Opinião de Primeira - RÁPIDAS REFLEXÕES SOBRE O QUE É MAIS IMPORTANTE NUMA ELEIÇÃO

Apenas para reflexões de um domingo: não há momentos em que parece que legislação eleitoral criou uma estrutura de tal modo que, ser candidato hoje a algum cargo eletivo no Brasil, parece meio caminho para o crime? Quase tudo é proibido. Em Rolim de Moura,  por exemplo, até a plotagem de carros chegou a ser considerada ilegal. Em outras regiões do Brasil, isso e muito mais teve apoio da Justiça Eleitoral. Não pode isso, não pode aquilo. Essa criminalização da política afastou as pessoas de bem das campanhas, temerosas em serem tratadas como marginais e distanciou o povo da classe política, como nunca antes se viu. Não que a grande maioria dos candidatos seja de anjos. Pelo contrário. O maior percentual não é de gente sem ideias, sem amor à sua cidade, ao seu Estado e ao seu país? Mas a minoria, de quem poderia sonhar com uma possibilidade concreta de  consertar a podridão e o lamaçal que tomaram conta de muitas negociatas políticas, se afasta dessa atividade como o diabo da cruz. Seria um efeito colateral do que a lei eleitoral criou, tornando quase tudo proibido? Ela, afinal, acabou com mazelas, com compra de votos e outras mutretas? Todos sabemos a resposta correta...

Mesmo com mais dificuldades, os malandros usam os mesmos esquemas do passado, só que agora não tão às claras, mas na escuridão. Quando são pegos, entram naquela outra ladainha da Justiça brasileira, que dá aos meliantes tantos recursos, que, se um dia forem condenados, nossos netos já nem saberão quem são. Com exceção, é claro, daqueles poucos que aparecem em ações policiais midiáticas. Não tem mais comício, não tem mais debates nas ruas, não há envolvimento da população. O eleitor decide geralmente na comercialização do voto ou pelos pífios e frios programas eleitorais. E seja o que Deus quiser! O brasileiro comum foi alijado da política. Como cidadão, ele é um personagem secundário na eleição. Os grandes astros da eleição parecem ser o conjunto de leis e a Justiça Eleitoral.  O resto é...o resto!

DOMINGO DECISIVO
Neste domingo, em Porto Velho, acontece o debate que pode ser definitivo para se saber quem serão os dois, entre os sete candidatos à Prefeitura, que irão para o segundo turno. Os sempre decisivos debates promovidos pela SICTV/Record têm sido marcas importantes nas últimas eleições. Numa disputa em que pelo menos quatro candidatos estão com chances reais de chagarem à reta final (Mauro Nazif, Léo Moraes, Williames Pimentel e Roberto Sobrinho), com Ribamar Araújo no calcanhar deles, o confronto de mais de duas horas, ao vivo, nessa noite do domingo será vital. Participam também o ex promotor Hildon Chaves, que só não está melhor nas pesquisas porque entrou muito tarde na campanha e Pimenta de Rondônia, que só faz presença, representando o PSOL. O debate será mediado por Léo Ladeia e começa às 21h45.

CONTINUA O MESMO
A Polícia Federal prendeu um homem acusado de estar tentando chantagear candidatos, com ameaças de divulgação de vídeos e denúncias. O caso aconteceu em Porto Velho, mas não é incomum país afora. Aliás, tem que se dizer a verdade, para não parecer que se concorda com as afirmações de que o eleitorado brasileiro melhorou de qualidade: é impressionante o número de pessoas que procuram os postulantes a cargos públicos, pedindo dinheiro, telhas, emprego, cesta básica, vantagens pessoais. Há até casos do morador de um bairro que teria se oferecido para “apresentar” a enteada, ainda menor, a um dos candidatos. Não há denúncia formal sobre esse assunto, por isso não se sabe se é verdade. O problema é que  muitos eleitores continuam os mesmos. Negociam seu voto com qualquer vantagem. Claro que há os que não o fazem, mas esses continuam sendo minoria. A hipocrisia de que a qualidade do eleitorado melhorou, não condiz com a realidade, infelizmente.

CONVERSA FIADA
Um motorista, suspeito de estar bêbado matou mais um no trânsito, nesse final de semana. Um pai de família. O irmão da vítima está internado em estado gravíssimo, no Hospital João Paulo II. Por que os bêbados ainda continuam nas ruas, usando seus carros como arma? Ora, porque aqui é o Brasil e campanha pela preservação da vida é coisa para inglês ver. Todos os finais de semana pessoas embriagadas são pegas no volante, nas blitz policiais. E o que acontece com esses irresponsáveis? Pagam algumas multas, perdem algum tempo, gastam com advogados mas, dias depois, estão no trânsito de novo, prontos para matar mais alguém. Será que nunca vamos aprender que só colocando essa gente na cadeia, cumprindo pena, sendo exposta à execração pública, é que acabaremos com esses dramas diários e com tantas mortes? Claro que é sonhar demais. Aqui, pois, é o Brasil e não um país sério.

GUERRA NO ESTADO
Guerra por terras. Isso ainda acontece em Rondônia. Afora os problemas das invasões, dos chamados movimentos sociais e da bem armada LCP, fazendeiros e proprietários ainda brigam entre si, pelo direito à  terra. Essa questão é, aliás, a principal sob suspeita, no caso do fazendeiro de Ariquemes assassinado a tiros no aeroporto da Capital, na última sexta. José Francisco Santos foi fuzilado por dois pistoleiros, quando chegava para buscar sua filha, que chegava num dos voos. O outro filho do fazendeiro também foi assassinado na semana passada, junto com outros dois jovens, em Ariquemes, também num crime com características de execução. Não há pistas sobre os criminosos nem sobre os mandantes, mas é só
seguir na linha dos conflitos pela terra, que em breve a polícia terá respostas.

O CASO DA RODOVIÁRIA
Para que fique bem claro: não  há qualquer impedimento legal para a construção da nova rodoviária, no centro de Porto Velho, onde ela está instalada há muitos anos. A área, que estava em litígio, já foi desapropriada e o que está acontecendo agora é apenas uma negociação para o pagamento dos valores ao seu antigo proprietário. Ou seja, há dinheiro para a obra (o ex prefeito Roberto Sobrinho confirma isso em todas as entrevistas que dá). O atual prefeito, Mauro Nazif, tem afirmado que não pôde fazer a obra porque a área é particular. Não é. Os dois, candidatos novamente, ficam trocando farpas sobre o assunto. Pelo menos nesse quesito, Sobrinho tem razão. Mauro Nazif não pagou a área porque não quis e não começou a construir uma rodoviária decente para a Capital, também por sua própria decisão. Em nível de Justiça, o impedimento é zero.

PERGUNTINHAS
A uma semana da eleição, quem é o seu candidato preferido em Porto Velho? Mauro Nazif? Williames Pimentel? Léo Moraes? Hildon Chaves? Ribamar Araújo? Roberto Sobrinho? Pimenta de Rondônia?

Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO


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