Soou forte na mídia a declaração do procurador da República e
coordenador da força tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, durante
audiência pública na Câmara dos Deputados. Ele disse que apenas uma pequena
parcela dos crimes de corrupção é punida no
País.
Em sessão de debates à Corrupção criada este ano pela Câmara,
Dallagnol citou estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), segundo o qual apenas
3% dos corruptos brasileiros são punidos. Segundo estudo da FGV, 97% dos crimes
de corrupção no Brasil ficam impunes.
É por conta desse cenário de impunidade que a população fez
questão de assinar as Dez Medidas de Combate à Corrupção, uma iniciativa do
Ministério Público Federal que está em tramitação no Congresso Nacional. Para o
procurador, o Brasil se tornou um paraíso de impunidade.
É justamente essa sensação de impunidade que faz a população
se revoltar e permite aos homens de bem da política a rediscutir medidas de
combate à corrupção. O bom exemplo no
combate à corrupção deve vir do próprio Congresso, onde estão os legisladores,
eleitos pela vontade popular.
É pertinente a defesa do procurador. Ele defendeu que a pena
míni m a para a corrupção seja de quatro na os – e não de dois anos, como
hoje - ,
para que não haja a possibilidade de ela ser trocada por prestação de
serviços à comunidade. Também defendeu que, a partir de R$ 80 mil, a corrupção
se torne crime hediondo, para não haver, por exemplo, possibilidade de perdão
após cumprimento de um quarto da pena. Além disso, pediu a criminalização do
chamado caixa dois, com pena de prisão de quatro a cinco anos.
Essas medidas estão contidas na PL 4850, protocolada este ano
no Congresso Nacional e que recebeu respaldo do presidente do Senado, Renan
Calheiros, alvo de investigação da lava jato. De acordo com Dallagnol, dois
fatores contribuíram para que os crimes investigados pela Lava Jato existissem;
impunidade e falhas do sistema político.
A operação Lava Jato não é partidária e terá sempre o apoio
da população. O fato é que o dinheiro público estava sendo roubado e foi graças
ao poder de investigação da operação que houve um freio na sangria dos cofres
públicos. O Congresso precisa mais do que nunca mostrar uma resposta à
sociedade. Hoje o cenário econômico é critico no Brasil e o desvio do dinheiro
público contribuiu de forma eficaz no aumento drástico do desemprego.
Fonte:
EDITORIAL / Jornal Diário da Amazônia.
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