O LUPANAR
Ah! Por que monstruosíssimo motivo
Prenderam para sempre, nesta rêde,
Dentro do ângulo diedro da parede,
A alma do homem polígamo e lascivo?!
Este logar, moços do mundo, vêde:
É o grande bebedouro colectivo,
Onde os bandalhos, como um gado vivo,
Tôdas as noites, vêm matar a sêde!
É o afrodístico leito do hetairismo,
A antecâmara lúbrica do abismo,
Em que é mister que o gênero humano entre,
Quando a promiscuidade aterradora
Matar a última fôrça geradora
E comer o último óvulo do ventre!
Fonte: Do Livro EU - Outras Poesias - Poemas Esquecidos / Augusto dos Anjos
Nenhum comentário:
Postar um comentário