Só estou de olho ! |
Senador Raupp poderá ser preso
pela Lava Jato se acusações da PGR forem comprovadas
Senador, cunhado e ex-funcionária são
acusados de corrupção e lavagem de dinheiro
A Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou
ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (16 de setembro) denúncia
contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) dentro da Operação Lava Jato. Ele é
acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro junto com um cunhado, Paulo
Roberto Rocha, e uma ex-funcionária, Maria Cleia de Oliveira.
Segundo as investigações da Polícia Federal, o
senador é suspeito de receber propina de R$ 500 mil por meio de doação oficial
para sua campanha ao Senado em 2010
Após ser notificada da denúncia, a defesa de Raupp
terá 15 dias para apresentar uma resposta prévia às acusações. Caberá à Segunda
Turma do Supremo analisar os documentos e decidir pela abertura de ação penal –
que torna Raupp e os demais acusados em réus – ou arquivar o caso, se entender
não haver indícios suficientes para embasar o processo.
A denúncia é fase posterior ao fim das
investigações. Caso seja aceita pelo STF, começa a tramitar o processo, quando
acusação e defesa serão confrontadas para que os ministros do Supremo decidam
pela condenação ou absolvição.
Por meio de nota, Valdir Raupp informou que a
denúncia tem "equivocada interpretação dos fatos". "[O senador]
reafirma que jamais compactuou com qualquer ilícito e que a doação em questão
foi feita, diretamente, ao Diretório Estadual do PMDB de Rondônia, como
demonstra todos os documentos", diz a nota. O senador também afirma que as
contas da campanha de 2010 foram devidamente declaradas e aprovadas pela
Justiça Eleitoral, e que ele aguarda serenamente a instrução do processo. (veja
a íntegra da nota ao final desta reportagem)
Indiciamento pela PF - Raupp já havia sido
indiciado, em junho deste ano, pela Polícia Federal. A PF apontou que os
indícios da investigação, como e-mails de dirigentes da construtora e recibos
de doações reforçaram as suspeitas apontadas em acordos de delação premiada.
Foram apontados ainda telefonemas trocados e
reuniões entre o senador e delatores da Lava Jato, como o ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa, o lobista Fernando Soares, conhecido como
Fernando Baiano, e o doleiro Alberto Youssef. Dias após o indiciamento, no
entanto, o ministro Teori Zavascki, do STF, suspendeu o ato realizado pela PF.
As investigações continuaram.
Em delação premiada na Operação Lava Jato, o ex-diretor
da PetrobrasPaulo Roberto Costa disse que o senador Valdir Raupp era um dos
beneficiados com dinheiro desviado da estatal por meio de transferências
realizadas pelo operador Fernando Soares, o Fernando Baiano.
O doleiro Alberto Yousseff disse que acertou com
uma assessora de Raupp a doação que seria feita pela Queiroz Galvão. Fernando
Baiano confirmou as declarações.
A partir das delações, foi aberto inquérito para
apurar doação de R$ 500 mil pela Construtora Queiroz Galvão e pela Vital
Engenharia. A doação oficial, afirma a PF, seria "vantagem indevida fruto
de contratações ilicitamente negociadas na Petrobras".
A investigação apontou que Raupp intermediava o
interesse de empresas privadas na Petrobras e que sua assessora Maria Cleia a
ajudava. O cunhado Paulo Rocha, irmão da mulher de Raupp, Marinha Cléia Raupp,
foi responsável pela assinatura de recibos eleitorais.
Segundo a delegada, há indícios da "adoção de
medida de ocultação da origem dos recursos espúrios, através de doação
eleitoral oficial", e frisou que é possível "concluir pela ocorrência
da solicitação e remessa de dinheiro" por parte do senador.
Fonte: RondôniaNoticiais
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