Quando surgiu na política, o empresário hoteleiro de Vilhena, José Luiz Rover, era uma cara nova promissora. Suplente de deputado, ele iria assumir no lugar de Chico Paraíba, que acabou se tornando conselheiro do Tribunal de Contas, mas Chico terminou o mandato e ele não conseguiu estrear. Candidatou-se então à Prefeitura de Vilhena, onde ganhou dos poderosos Donadon, firmando-se como uma jovem alternativa na política estadual. Rover tinha um futuro dos mais positivos no Estado, ao menos nas perspectivas. Fez um bom primeiro mandato, mas já nele começaram a surgir as primeiras encrencas, com denúncias de desvios de dinheiro público. Mesmo assim reeleito, Zé Rover começou um segundo mandato que o enterraria para a politica e o deixará, por vários anos daqui para a frente, respondendo uma série de processos. Primeiros, um grupo de seus assessores foi preso, junto com vereadores (aliás, dos edis alcançados pela mão forte da Justiça, dois ainda estão foragidos). Agora, foi a vez do próprio. Preso nessa quinta, numa operação do Ministério Público Estadual e da Polícia Federal, Rover está definitivamente afastado do cargo e enterra, por seus próprios erros, uma carreira que parecia promissora.
Vilhena, aliás, não tem tido sorte. Ou a população não sabe mesmo escolher seus representantes. Todos os Donadon, com exceções, estão sendo processados ou estão presos. A cidade, entrada de Rondônia, que sempre foi progressista e desenvolvimentista, começou a andar para trás, depois de uma sucessão de administrações recheadas de rolos, malandragens, falcatruas, desvios. Claro que ainda haverá um longo processo judicial, onde todos os acusados terão amplo direito de defesa. Mas, para o até há poucos anos promissor Zé Rover, a carreira está sepultada. Ele segue os rumos de muitos políticos com a mesma história: teriam muito a crescer como liderança, mas seus bolsos se enchem de ilegalidades e dinheiro público. E assim, desaparecem como políticos e renascem como presidiários.
MACÁRIO E OS SALÁRIOS
No ano passado, o vereador Dr. Macário entrou com um projeto de lei na Câmara Municipal de Porto Velho, propondo a redução de 50 por cento dos salários dos vereadores. Não passou da Comissão de Constituição e Justiça. Engavetado, nunca mais se falou no assunto. Porque a maioria dos edis queria mesmo era aumentar salários e não diminuí-lo. Nos próximos dias, a turma que quer mais grana, poderá votar um reajuste de 12 mil para 18 mil reais nos vencimentos dos nobres edis. Macário não se reelegeu, apesar de ter feito mais de 1.800 votos. Os eleitores preferiram reeleger vários dos vereadores que estiveram enrolados em operações policiais e que legislam em causa própria. Culpar a quem, quando o eleitorado esquece quem o defendeu e depois protesta contra quem trabalha contra os interesses da população?
TESTE DOS SINDICATOS
A sexta-feira é dia de teste. A CUT e os sindicatos, que tiveram seu auge nos governos do PT, estão convocando greve geral no país. Aqui em Rondônia, vários sindicatos de servidores públicos se uniram para chamar a paralisação geral, que terá concentração na Praça das Caixas D´Àgua. Ônibus, com passagem gratuita, vão trazer participantes do interior. O mote é protestar contra a MP 241, que obrigará o país a apertar os cintos e que já tem apoio da Câmara Federal, do Senado e da maioria da população. Apenas sindicatos de servidores, desesperados por correrem o risco de perderem espaço, ainda acham que podem mobilizar tanta gente, mesmo bancando todas as despesas. No final do dia, saberemos se em Rondônia e no país essas entidades ainda têm alguma força ou se são apenas arremedos do que foram com o petismo. Esperemos para ver!
INTERVENÇÃO NA ASSEMBLEIA
O Judiciário, através de alguns dos seus representantes, decidiu mesmo intervir em outros poderes. Prova disso é a decisão de um juiz federal do Rio de Janeiro que proibiu que projeto de lei que corta salários dos servidores daquele Estado, para tentar recuperar a Previdência, que está falida, seja votado na Assembleia Legislativa. Sem entrar no mérito, como pode um magistrado impedir a votação de qualquer projeto no parlamento? Desde quando o legislador não pode debater qualquer assunto, sem que seja impedido por outro poder? É impressionante como alguns magistrados decidiram tomar a si as rédeas do país, como se fosse o Judiciário o único poder dono da verdade e dos grandes interesses nacionais. Quando essas coisas começam a acontecer, é porque algo está muito errado. A maioria dos juízes, infelizmente, acha que está tudo certo!
É DIFÍCIL COMPRAR
Está chegando a época de Natal, a que o comércio mais espera todo o ano. É chance de recuperar as perdas de um período difícil, onde o consumidor ficou refratário às compras. Em Porto Velho, contudo, os lojistas terão grandes dificuldades. A primeira delas refere-se à falta de clima. Sem iluminação natalina, já que a Prefeitura não irá fazê-la, não há espírito de Natal e o comprador prefere ficar distante ou até ir a outros centros, onde haja uma mobilização para o período festivo. Afora isso, sem estacionamento praticamente em nenhum lugar da área central, pela baderna do trânsito e a falta de estacionamento rotativo, o consumidor se afasta dos centros de rua e prefere o shopping, mesmo tendo que pagar extorsivos sete reais para estacionar. Enfim, é um desafio cada vez maior ser lojista na Capital. Não é pra qualquer um...
A VOLTA DOS CASSINOS
A Câmara Federal está analisando projeto que abre o leque dos jogos de azar no país. O projeto libera inclusive os cassinos, proibidos desde o governo de Eurico Gaspar Dutra, em 1946. Cassinos, bingo, jogo do bicho e apostas eletrônicas poderão ser legalizados. Brasil é um dos poucos países entre as maiores economias do mundo que ainda não conta com mecanismos legais de regulação dos jogos de azar. Como efeito negativo dessa visão arcaica, argumenta Bezerra Coelho, o Brasil sofre com a perda de atratividade para grandes investidores estrangeiros do setor de turismo. Com base nas informações da World Lottery Association, o relator informou que somente no mercado de loterias os jogos movimentaram US$ 400 bilhões em todo o mundo no ano de 2014, dos quais o Brasil teve participação de apenas 1% com as loterias administradas pela Caixa. A ideia já foi aprovada em comissões da Câmara e em breve poderá ir à votação.
PERGUNTINHA
O que você faria, se o governo decidisse cortar 30 por cento dos seus salários e usar o dinheiro para cobrir rombos causados nos cofres públicos, embora você nunca teve nada a ver com isso?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires - Porto Velho/RO
Nenhum comentário:
Postar um comentário