terça-feira, 1 de novembro de 2016

Opinião de Primeira - A GRANDE VITÓRIA FOI DO NOVO. E O NOVO É HILDON CHAVES!

Quem, há um mês e meio atrás, apostaria 1 real em Hildon Chaves, como novo prefeito de Porto Velho? Qual pessoa, nos meios políticos ou não, diriam, lá em meados de setembro, que esse empresário, cara nova na vida pública, praticamente desconhecido, iria saltar do anonimato para comandar uma cidade de mais de mais meio milhão de habitantes, com uma qualidade de vida muito ruim e com imensos problemas? Quando venceu o primeiro turno, enquanto o Ibope,  24 horas antes da votação, o colocava em quinto lugar na disputa, ficou claro que a importância da participação de Hildon não foi detectada pela pesquisa e por seus adversários, mas o foi sim pela maioria dos eleitores. Se a disputa tivesse terminado ali, ele teria ficado menos de 2 mil votos à frente do segundo colocado, Léo Moraes e se poderia ter dúvidas se aquele homem que fala manso, mas firme; o sujeito que poucos conheciam; o novo numa campanha recheada de nomes já famosos na política, poderia saltar, no segundo turno, para uma vitória arrasadora. A tática de Léo Moraes, de duros ataques ao seu adversário, não deu certo porque pareceu que ele seguia a cartilha da velha política: atacar, tentar ganhar no grito; apresentar-se como única solução, enquanto demonizava seu antagonista. Mesmo tendo chegado a quase 80 mil votos, Léo perdeu para uma espécie de trovoada da voz inerte das ruas, que só se ouviu, como um rugido, quando as urnas foram abertas. No final, Hildon ganhou com quase 68 mil votos de diferença, numa disputa em que perto de 72 mil porto velhenses simplesmente não apareceram para votar. 

Hildon tem todo o direito de comemorar sua grande vitória, antes de começar a se preparar para enfrentar o enorme desafio que terá pela frente. Ele entrou na corrida  depois dos outros e, como um cavalo vencedor, foi ultrapassando todos os seus oponentes, até chegar aos mais de 148 mil votos. É uma vitória de grupo? Claro que é. Mas é, mais que tudo, a vitória do novo. E o novo é Hildon Chaves.

QUEM MAIS GANHOU?
A campanha de Hildon deu certo e o momento é dele e de seus parceiros políticos. Um dos principais nomes no apoio à sua candidatura, a deputada federal Mariana Carvalho, tem mesmo o que comemorar. Como ela esperou até a última hora para desistir de disputar a Prefeitura, corria o risco do empresário que ela apoiou, por ter entrado tarde na corrida, pudesse fazer um papel muito mais que secundário. O dedo da derrota poderia ser apontado para ela.  A vitória lhe dá a tranquilidade de ter tido uma decisão certa. Que ninguém se engane: a vitória de Hildon tem também o dedo do ex senador e presidente regional do PSDB, Expedito Junior. O ex vice governador Aparício Carvalho também é um dos vencedores. Edgar do Boi, o vice eleito, igualmente merece destaque, assim como Lindomar Carreiro, presidente  municipal, um dos primeiros a acreditar que Hildon teria chance. Tem mais gente que ganhou. No futuro, surgirão nomes que não apareceram na campanha, mas que tiveram participação decisiva. Hildon vai chamar essa gente toda para ajudá-lo na duríssima missão que terá pela frente.

TOMADA DE CONTAS
Em suas primeiras entrevistas depois da vitória, Hildon Chaves começou a falar no futuro. Já se encontrou com o prefeito Mauro Nazif, para começar a tratar da transição e com o governador Confúcio Moura, para pedir a ele apoio da administração estadual, na busca de implantar as mudanças que pretende fazer na Capital. Uma tomada especial de contas, para que se saiba exatamente a situação financeira da Prefeitura, será pedida ao Tribunal de Contas. Hildon não fala ainda em secretariado, mas certamente Edgar do Boi vai comandar uma nova pasta: a dos distritos. O experiente e competente jornalista Robson  Oliveira também poderá estar no time principal de Hildon. Entre os próximos passos, nessa corrida antes de tomar posse oficialmente, o prefeito eleito começará a tratar de sua relação com a futura Câmara de Vereadores. Onde, aliás, tem uma minoria de companheiros eleitos. Precisará costurar muito bem, para que a nova Câmara não o infernize.

FUTURO PROMISSOR
Claro que Léo Moraes preferiria ter ganho agora. Entrou na campanha com um discurso forte e aliados quentes, chegou ao segundo turno com uma votação expressiva e sem dúvida poderia conquistar a maioria do eleitorado. Não teve a sorte e pegou pela frente, num momento específico da vida política nacional, um adversário que representava o que o eleitor mais queria: uma cara nova na eleição. Se tivesse enfrentado qualquer um dos outros opositores do primeiro turno, as chances de Léo cresceriam, porque ele estaria bem à frente dos demais. Pegou justamente Hildon, a quem a maioria silenciosa levou à vitória. Mas Léo não perde. Sai muito maior e muito mais experiente que entrou. Pode se lançar candidato à Câmara Federal; ir à uma reeleição praticamente certa para a Assembleia ou se preparar para 2020. É jovem. Tem futuro. Léo não perdeu. Abriram-se, isso sim, muitas novas portas para ele...

QUE FIQUEM CALADOS!
Os quase 72 mil porto velhenses que decidiram não ir às urnas no domingo, ao menos moralmente, perderam o direito de protestar, caso não concordem com a próxima administração de Hildon Chaves. É lamentável que numa disputa em que se decidiu o destino da sua cidade; em que se poderia buscar uma liderança para que Porto Velho saia do marasmo e da situação de quase abandono que vive, sete dezenas de milhares de eleitores tenham decidido lavar as mãos. Claro que nesse número exagerado (quase 23 por cento do total de aptos a votarem), sempre há muitos casos de ausências compreensíveis. Mas, num domingo em que o sol apareceu praticamente todo o dia (só choveu do meio da tarde em diante), em que havia toda a facilidade para votar com rapidez, em que não havia nenhum empecilho, é lamentável a falta de espírito de cidadania de tanta gente. Esses, enfim, terão que ter dignidade de fechar a boca, quando estiverem contra o novo prefeito. Lavaram as mãos e, então, que fiquem calados!

EXPEDITO VEM AÍ!
Com os tucanos em alta, agora elegendo o prefeito da maior cidade do Estado, quem vai começar a aparecer de novo, com força, nos meios políticos do Estado, será Expedito Júnior. O ex senador nunca deixou de lado a atividade pública, mas diminuiu o ritmo, ao menos na Capital, nos últimos meses, embora tenha sido presença forte em várias cidades do interior. Em pesquisas que andam circulando pelo Estado (não oficiais), mas até as encomendadas por aliados do Palácio Rio Madeira, o nome do tucano aparece quase sempre à frente, como nome para suceder Confúcio Moura. Expedito pode mesmo tentar pela segunda vez chegar ao Governo ou, na outra opção, optar por concorrer a uma vaga ao Senado. É a hora dos tucanos. Expedito, experiente e esperto como seu nome, certamente saberá se aproveitar disso. 

PERGUNTINHA
Depois de levar uma surra nas urnas em todo o país (com exceção de Rio Branco, no Acre, onde reelegeu seu prefeito), o PT vai se dissolver como partido ou encontrar um novo caminho para reconquistar o eleitorado?

Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho - RO.


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