Reflexões para um domingo. Você sabia que nas Ilhas Maldivas não existem impostos? Isso mesmo. Nos Emirados Árabes, onde a carga tributária é também perto do zero, um cidadão precisa trabalhar apenas 12 horas por ano, para pagar seus tributos. Na Irlanda, trabalha 56 horas. Nas Ilhas Scheicheles, 76 horas. Veja-se só o contraste. Hoje, um cidadão brasileiro trabalha exatas 2.600 horas por ano (ou 108,3 dias), para cumprir suas obrigações, pagando todos os impostos que lhe são cobrados. Somos campeões mundiais em tributos, certamente porque somos também um dos campeões em corrupção e desvios do dinheiro público. A Bolívia, aqui pertinho, é o segundo colocado nesse grupo onde seus habitantes mais trabalham para pagar impostos: 1.080 horas. Mas é só isso? Nada. Temos também a carga tributária, em tudo o que compramos, das mais caras do Planeta. Você sabia que paga 48,7 por cento de impostos ao comprar uma caneta? E 36,20 por cento ao comprar um lápis? Como incentivar o ensino, com mercadorias essenciais pagando esses absurdos? Ah, mas por aqui tudo pode. Até porque não se ouve uma só voz, entre os poderosos, que exijam ao menos um reestudo desse abuso a que somos submetidos.
Veja alguns outros percentuais de impostos em tudo o que você compra no dia a dia: carne: 18,63%; sal, 29,48%; óleo de soja, 34,18%; leite 33,63%; macarrão, 35,20%; biscoito, 38,50%; ovos, 21,79%; sabão em barra, 40,50%; sabão em pó, 42,27%. Sabe aquelas esponjas de aço da cozinha? Pois é, elas têm 44,35% de impostos. O seu sabonete tem embutidos 42% de impostos; o shampoo, 52,35%; o papel higiênico (veja só!), paga 40,50% de impostos. Na água mineral, você paga 45,11% de tributos.; na cerveja, 56% e na cachaça, nada menos do que 86%. Isso sem contar o imposto de renda, em que você paga entre 15% e 27,5%. Ah, não esqueça de incluir nos seus gastos: IPVA, o IPTU, o INSS, o FGTS e “otras cositas más!”. Somos campeões na malandragem, na corrupção e nos impostos. Não é pra qualquer um!
OITO MESES DEPOIS...
Outra questão inexplicável é o que está acontecendo com a Unir. Um desrespeito do Ministério da Educação e do governo federal para com a instituição. Há oito meses atrás, o professor doutor Ary Ott goi eleito, por ampla maioria de estudantes, professores e servidores da universidade, como novo reitor. Praticamente todos os reitores do país, eleitos no mesmo processo, já foram nomeados, ou seja, tiveram seus nomes homologados pelo Presidente da República. É apenas uma formalidade legal, mas que o governo de Michel Temer está ignorando. O que quer o Ministro da Educação, Mendonça Filho, para levar o processo e pedir que Temer o assine? Que o reitor vá beijar-lhe a mão, como faziam os nomeados nos tempos da ditadura? Ora, um eleito, com todas as condições de assumir o posto, já deveria ter sido empossado há meses. Por que esse desrespeito com o mundo acadêmico de Rondônia?
CARAS NOVAS
Há um fio de esperança de que a nova Câmara de Vereadores da Capital (renovada em 70 por cento) realmente consiga fazer as pazes com a comunidade. Porque a que está terminando seu mandato, decididamente, não cumpriu sua missão. Em uma de suas primeiras entrevistas depois de ser eleito com a maior votação entre mais de 400 candidatos, o professor Aleks Palitot, por exemplo, já deu mostras de como deverá pensar a maioria recém chegada à Câmara. Ele falou no programa Direto ao Ponto (SICTV/Record News, sábados, 10h20 da manhã), que é contra o aumento dos salários dos edis, de 12 mil para 18 mil. E anunciou também que um grupo dos novos eleitos está se reunindo, para tratar da formação da Mesa Diretora e outras questões importantes. Aleks, aliás, é um dos nomes mais cotados para presidir a Casa, em 2017.
OS NÚMEROS DA PM
Em 270 dias (nove meses), a Polícia Militar de Rondônia atendeu nada menos do que 52.508 ocorrências. Foram 194 ações por dia; oito por hora. Ou seja, a cada hora, os policiais da corporação que estão nas ruas agiram oito vezes. Recuperaram, no mesmo perídio, 1.833 veículos; recapturaram 1.793 foragidos (vejam bem!) e ainda apreenderam 869 armas. O aumento da violência é extremado, por isso cada vez mais a ação policial é necessária. Mesmo com todos esses números positivos, a situação nas ruas continua cada vez pior. Veja-se por exemplo, a questão dos foragidos das cadeias. Foram 1.793 casos. Ou seja, todos os dias, durante nove meses, a PM pegou nas ruas seis bandidos foragidos. Muitos são entregues nas delegacias e saem de lá livres, leves e soltos. Outros voltam ao sistema prisional e, em poucos dias, fogem de novo. Há casos em que o mesmo foragido é pego duas, três vezes. E o volume de armas apreendidas é ínfimo, ante o volume delas, ilegais, que estão nas mãos de criminosos. Mas a PM tem feito o que pode, com as condições que têm.
ATIRANDO NA POLÍCIA
Por falar nisso, mais uma PM foi baleada em Porto Velho, ao trocar tiros com bandidos. Ela estava chegando a um posto de combustível para abastecer sua moto, quando foi atracada por dois bandidos. Na reação, a PM provavelmente acertou um dos criminosos, mas levou um tiro na barriga. Foi operada e está em observação. Os criminosos, que nada temem e que estão se lixando para suas vidas e, muito mais, para as dos outros, continuam atacando em todos os cantos da cidade. Na maioria dos casos, são reincidentes, bandidos que entram por uma porta das delegacias e saem pela outra. Ou são foragidos do sistema prisional. Ou ainda beneficiados pelas leis espúrias que protegem bandidos, saindo da cadeia num dia e no outro voltando a cometer crimes. Os policiais estão na mira dos assassinos. E ainda tem gente sem vergonha na cara que diz que a polícia é que é violenta. Uma vergonha!
SÃO SUICIDAS?
Infelizmente, a cena não é incomum. Pelo contrário. Sábado de manhã. Trânsito pesado de veículos e caminhões na rótula das avenidas Jorge Teixeira (BR 319) com a Migrantes. De repente, uma motinho Biz atravessa na frente de todos, numa velocidade que deve ser a maior que a pequena moto consegue. Pilotando, um doido varrido que está pouco se lixando para sua vida, para a vida dos outros, para as regras do trânsito. São pouco fatos assim que, de cada 10 internados no Hospital João Paulo II, acidentados no trânsito, oito são motociclistas. Quando sofrem um acidente, numa velocidade dessas e batendo direto em carros, caminhões e até outras motos, os condutores sofrem ferimentos gravíssimos, quando não ficam aleijados pelo resto de suas vidas ou quando não morrem na hora. O que está acontecendo com tanta gente, que parece ter espírito suicida?
PERGUNTINHA
Será que as prisões de vários membros do MST no Paraná, acusados de formação de quadrilha, crime organizado, assalto, roubo e ataques à propriedades é um fato que está mudando a relação da Justiça com os chamados grupos de “sem terra”?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires - Porto Velho/RO
Nenhum comentário:
Postar um comentário