Os milhares de acidentes de trânsito graves registrados a cada ano no
Brasil não afetam somente familiares e amigos de quem foi vítima da
imprudência nas vias do País. Essas tragédias também carregam consigo um
impacto econômico, que pode ser sentido, direta ou indiretamente, por
toda a população, o que traz consequências prejudiciais à capacidade
produtiva brasileira.
Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), a violência no trânsito nas rodovias
federais, estaduais e municipais gerou um custo de R$ 40 bilhões ao
País. O levantamento indica ainda que, somente nas rodovias federais,
foram R$ 12,3 bilhões em gastos, sendo 64,7% desse valor correspondendo a
cuidados com saúde e perda de produção devido às lesões ou mortes, e
34,7% associados aos veículos.
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) estima que os acidentes de trânsito rodoviários custam, em média
3% do Produto Interno Bruto (PIB) para a maioria dos países. A entidade
também aponta que os acidentes rodoviários são a principal causa de
morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos, ou seja, jovens que
geralmente estão iniciando suas trajetórias no mercado de trabalho.
Segundo a instituição cerca de 1,25 milhão de pessoas morrem anualmente,
em todo o planeta, por conta de acidentes de trânsito.
Economista
do Centro de Pesquisa e Economia do Seguros, Natalia Oliveira avalia
que a fiscalização ainda é a principal ferramenta no combate à
irresponsabilidade no trânsito do País.
"Educação é muito
importante, mas a conscientização através de fiscalização e punição
também é. Assim como foi com o cinto de segurança. Hoje, as pessoas, por
terem sido multadas e fiscalizadas, usam o cinto no banco da frente. No
banco de trás, como a fiscalização era mais difícil, não se tem a
educação, hoje, de usar o cinto. Então, o principal infelizmente, ainda é
a punição", analisa.
Sistema Único de Saúde
Em 2017,
segundo dados do Ministério da Saúde, foram mais de 181 mil internações
em todo o País somente em razão de acidentes de trânsito, o que
provocou um custo de quase R$ 260 milhões ao Sistema Único de Saúde. De
acordo com a pasta, este tipo de acidente é responsável por boa parte
das internações hospitalares e pela maioria dos atendimentos
hospitalares e pela maioria dos atendimentos de urgência e emergência
nas unidades públicas de saúde do Brasil.
Trabalho
Os
acidentes de trânsito relacionados diretamente à atividade profissional
também apresentam números procupantes. Entre 2007 e 2016, mais de 16,5
mil mortes dessa natureza foram registradas em todo o Brasil, ainda de
acordo com o Ministério da Saúde. As maiores vítimas desses acidentes
fatais foram os caminhoneiros, que correspondem a 13,2 % do total de
óbitos. No período, foram 118 mil acidentes relacionado ao trabalho -
que ocorrem quando o trabalhador tem uma função que envolve locomoção ou
quando ele estava indo ou voltando do local de trabalho. Os motoboys
foram os profissionais mais afetados por esse tipo de acidente, com 7,55
do total de ocorrências.
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério da Saúde e da ONU.
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