segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O reajuste da gasolina: brasileiro é paciente


O povo brasileiro carrega com muito carinho o dom da paciência é sofredora e tudo suporta. O reajuste constante do preço da gasolina tem servido para mostrar essa virtude que orbita na população brasileira. Tornou-se cada vez mais comum, no dia que antecede o reajuste no preço da gasolina, o motorista procura imediatamente um posto de gasolina para encher o tanque. Acredita que desta forma estará economizando.

Somente nos últimos dez dias, o preço da gasolina já subiu duas vezes. Nos postos de Porto Velho, o litro do produto estava saindo a R$ 4,15 e saltou agora para R$ 4,45 ou mais em alguns postos. Enquanto, isso, em outro extremo do Brasil, a Petrobras ampliou a importação de óleo diesel para fazer frente ao período de crescimento da demanda e também para compensar a queda da oferta da Refinaria de Paulínia (Replan),que opera com metade de sua capacidade, por conta de um incêndio ocorrido no último dia 20 de agosto.

Agora ninguém pode subestimar a criatividade do povo brasileiro. A boataria em torno de uma nova paralisação dos caminhoneiros, impulsionada nas redes sociais, nos últimos dias, fez a população correr aos postos de gasolina. Mas tudo não passou de boataria e a Polícia Federal abriu procedimento investigatório para identificar o responsável pela propagação da notícia falsa. Dessa criatividade, os críticos não podem reclamar do povo brasileiro.

Por outro lado, a Petrobras gosta de testar o povo brasileiro. Os sucessivos reajustes seria uma forma de afrontar a população, mas não há motivo para pânico. A população vai continuar pagando pela gasolina, não importa se o reajuste ocorrer três vezes por semana. O importante é encher o tanque no dia que anteceder o reajuste. Quem está em vantagem é quem reside em Foz do Iguaçu (PR). Basta atravessar a ponte, que o cidadão brasileiro pagará pelo litro da gasolina mais barato. Ou na Bolívia, na fronteira de Guajará-Mirim (RO).

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) pune quem pratica esse tipo de abuso com o consumidor, mas não tem sido o suficiente para alcançar a política de preço da Petrobras. Não se vê uma mobilização da sociedade organizada. Foi graças à greve dos caminhoneiros, que o preço do diesel foi paralisado. Mas o povo brasileiro tudo suporta e já se prepara para o próximo reajuste na semana que vem.

Fonte: EDITORIAL – Jornal Diário da Amazônia




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