O povo brasileiro carrega com muito carinho o dom da
paciência é sofredora e tudo suporta. O reajuste constante do preço da gasolina
tem servido para mostrar essa virtude que orbita na população brasileira. Tornou-se
cada vez mais comum, no dia que antecede o reajuste no preço da gasolina, o
motorista procura imediatamente um posto de gasolina para encher o tanque.
Acredita que desta forma estará economizando.
Somente nos últimos dez dias, o preço da gasolina já subiu
duas vezes. Nos postos de Porto Velho, o litro do produto estava saindo a R$
4,15 e saltou agora para R$ 4,45 ou mais em alguns postos. Enquanto, isso, em
outro extremo do Brasil, a Petrobras ampliou a importação de óleo diesel para
fazer frente ao período de crescimento da demanda e também para compensar a
queda da oferta da Refinaria de Paulínia (Replan),que opera com metade de sua
capacidade, por conta de um incêndio ocorrido no último dia 20 de agosto.
Agora ninguém pode subestimar a criatividade do povo
brasileiro. A boataria em torno de uma nova paralisação dos caminhoneiros,
impulsionada nas redes sociais, nos últimos dias, fez a população correr aos
postos de gasolina. Mas tudo não passou de boataria e a Polícia Federal abriu
procedimento investigatório para identificar o responsável pela propagação da
notícia falsa. Dessa criatividade, os críticos não podem reclamar do povo
brasileiro.
Por outro lado, a Petrobras gosta de testar o povo
brasileiro. Os sucessivos reajustes seria uma forma de afrontar a população,
mas não há motivo para pânico. A população vai continuar pagando pela gasolina, não importa
se o reajuste ocorrer três vezes por semana. O importante é encher o tanque no
dia que anteceder o reajuste. Quem está em vantagem é quem reside em Foz do
Iguaçu (PR). Basta atravessar a ponte, que o cidadão brasileiro pagará pelo
litro da gasolina mais barato. Ou na Bolívia, na fronteira de Guajará-Mirim
(RO).
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) pune quem pratica esse
tipo de abuso com o consumidor, mas não tem sido o suficiente para alcançar a
política de preço da Petrobras. Não se vê uma mobilização da sociedade
organizada. Foi graças à greve dos caminhoneiros, que o preço do diesel foi
paralisado. Mas o povo brasileiro tudo suporta e já se prepara para o próximo
reajuste na semana que vem.
Fonte: EDITORIAL – Jornal Diário da Amazônia
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