Ou
o Ibope não só cometeu o maior erro da sua história, mas, mais que
isso, um enorme e retumbante fiasco ou o Coronel Marcos Bolsonaro Rocha
pode começar a mandar confeccionar o terno da posse como Governador de
Rondônia, numa solenidade oficial programada para uma terça-feira, dia
1º de janeiro próximo, daqui a exatos 73 dias. O resultado da pesquisa
do instituto, em meio ao debate de mais de duas horas, entre os dois
finalistas, ocorrido sexta à noite, no auditório lotado da SICTV/Record,
mereceu comemoração dos partidários do Coronel e jogou um balde de água
fria sobre Expedito Júnior, toda a sua equipe e seus seguidores.
Momentos antes da divulgação dos números, havia informações percorrendo
os bastidores de que a pesquisa poderia até dar Expedito na frente. Foi
apenas um sonho de uma noite de verão, como diria Sheakspeare. Entre o
terceiro e o quarto blocos do confronto, ao ser questionado pelo
adversário porque olhava tanto o celular, Marcos Rocha tripudiou,
anunciando publicamente o resultado do Ibope, que lhe dava 63 pontos
percentuais contra 37 do seu adversário, nos votos válidos, ou seja, 26
pontos a seu favor. Expedito ficou notadamente abatido. O debate, aliás,
foi pouco mais que morno até o último bloco, quando o Coronel passou a
atacar seu adversário, numa tática surpreendente, porque se esperava
que, depois de saber que está com uma mão na faixa, como diria seu
ídolo, o presidenciável Jair Bolsonaro, Rocha iria baixar a bola. Pelo
contrário. Começou a bater forte, chegando ao ponto de Expedito ganhar
um direito de resposta, antes da sua despedida. Como no Vaticano, quando
a fumaça branca anuncia o novo Papa, numa analogia local, foi a fumaça
dos números do Ibope que avisarou que, a menos que seja um erro tão
grave e grotesco que faça o instituto fechar suas portas e nunca mais
trabalhar em Rondônia, já temos um novo Governador.
Expedito
Júnior é um político experiente, tem uma enorme folha de serviços
prestados ao Estado e, certamente, perdeu muito mais para o fenômeno
Bolsonaro, que conquistou o país, derrubando todos os que não foram
lançados por ele, do que para seu adversário. Marcos Rocha é o novo e,
mais que isso, é o nome der Bolsonaro por aqui. Quase desconhecido em
várias localidades rondonienses, durante a campanha foi seu cartão de
visitas (“Eu sou o Bolsonaro de Rondônia”), que lhe abriu todas as
portas e lhe deu a uma votação inacreditável no primeiro turno,
levando-o à decisão pelo Governo, quando o próprio Expedito e todos os
que acompanham a política rondoniense há anos, incluindo esse colunista,
apostavam tudo de que o segundo turno seria entre o tucano e Maurão de
Carvalho. Parece mesmo que há pouca dúvida. A fumaça branca anuncia que
“Habemus Presidente” (Jair Bolsonaro) e “Habemus Governador” (Marcos
Rocha). Em Rondônia, para Expedito, agora, só um milagre. Mas dizem que
milagres não existem na política! Ou existem?
SÓ FALTA UMA SEMANA
O
segundo turno da eleição está marcada para o próximo domingo. Em nível
nacional, a vitória esmagadora de Jair Bolsonaro já está definida. Em
Rondônia, ao que tudo indica, também o jogo está ganho, com Marcos Rocha
vencendo com boa margem. O que se ouve nas ruas é que o Coronel saiu
bem á frente de Expedito Júnior, após o primeiro turno e se a eleição
fosse logo depois do 7 de outubro, ele poderia ter ganho a disputa com
facilidade, até pelo rescaldo do efeito Bolsonaro. Mas com o andamento
da disputa para o turno final, as forças, aparentemente, estariam se
equilibrando. No grupo tucano chegou a haver momentos de euforia, com
pesquisas internas que davam ao candidato um crescimento positivo, em
razão do discurso dele e do volume de campanha. Hoje, contudo, o quadro
voltou a ser extremamente negativo para Expedito, mesmo com seu bom
discurso e todo o valor que tem como homem público. Há ainda mais um
debate entre os dois, nesta próxima quinta-feira, dia 25, na TV
Rondônia/Globo e outro na sexta, dia 26, no SBT. O primeiro, na Band,
teve pouca repercussão, até porque não foi anunciado em toda a mídia. O
segundo na Record só esquentou no final. Ao que tudo indica, a menos que
aconteça uma enorme reviravolta na última hora, tudo está decidido.
Agora, é torcer para que Marcos Rocha seja tudo aquilo que a população
espera dele.
FERRARI PERDEU OS SETE MIL VOTOS
Problemas
de ilegalidades “insanáveis”. Foi por isso que o TSE confirmou a
impugnação, feita pelo TRE, do nome do Dr. Ferrari, candidato a
deputado estadual e anulou seus sete mil votos. Com isso, o primeiro
suplente, Ribamar Araújo, não assumirá, ao menos por enquanto, a vaga da
representante de Vilhena, Rosângela Donadon. Ribamar ficou fora por
apenas 70 votos e, caso os do dr. Ferrari fossem validados, ele estaria
eleito, tirando Rosângela da Assembleia. Há ainda outras pendências
legais, que podem representar futuras mudanças na composição do
parlamento rondoniense, como a que já aconteceu, tirando a vaga de Jean
Mendonça, de Pimenta Bueno e a entregando ao empresário Geraldo da
Rondônia, de Ariquemes. O Ministério Público Eleitoral está investigando
todos os casos. Os mais sérios envolveriam ilegalidades com os 30 por
cento de mulheres que deveriam fazer parte das coligações e que, segundo
várias denúncias, algumas delas ou até muitas delas, sequer saíram de
casa para fazer campanha, embora tenham recebido o Fundo Partidário. Há
comentários que, se isso for verdade, pode mudar muito a atual formação
da Assembleia, ainda antes da posse, em fevereiro próximo ou no ano
seguinte. Vamos aguardar...
NÃO SE PODE SER INJUSTO
Claro
que há críticas justas, mas também muita injustiça, principalmente ao
não se destacar algumas mudanças muito importantes que vêm acontecendo
em Porto Velho, desde que mudou o comando da Prefeitura. O governo Mauro
Nazif foi pífio em obras, começou a trabalhar mesmo quase um ano
depois da posse e não deixou uma só grande realização que marcasse sua
passagem pelo comando do município. Nos últimos dois anos, temos sim
avanços importantes. A conclusão dos viadutos, em parceria com o Dnit é
apenas um deles. Depois, o início da iluminação destes mesmos viadutos e
as obras dos grafiteiros, que deram um tom diferente à cidade, merecem
registro. Dezenas de quilômetros de ruas já foram asfaltadas e outros
tantos estão em andamento. Estão sendo feitas obras estruturais de
combate às cheias, em algumas regiões, cujos resultados positivos serão
conhecidos em breve. Nessa semana, a Emdur começou a iluminar novamente
um longo trecho da BR 364, na entrada da cidade, usando agora com
cabeamento de alumínio e não de cobre, para evitar roubos. A primeira
parte do trabalho foi acompanhada pelo prefeito Hildon Chaves, que
anunciou que até o meio desta semana que começa, vai inaugurar toda a
nova iluminação do viaduto da Três e Meio até a Faculdade Faro. Há que
se reconhecer que tem coisa boa acontecendo na Capital, sob pena de se
estar cometendo grande injustiça.
JÁ A SAÚDE E A EDUCAÇÃO....Mas,
é claro, há ainda graves problemas. A burocracia infernal que faz parte
do serviço público, num emaranhado de leis que parecem feitas apenas
para infernizar a vida dos gestores e da população (já que não evitam a
corrupção, como todos vimos em nível nacional), está trazendo graves
prejuízos para a educação, por exemplo, principalmente em relação à
questão do transporte escolar para os distritos e para os estudantes que
dependem do transporte fluvial. Parece que todas as medidas tentadas
pela Prefeitura, não estão funcionando. Isso tem que ser corrigido,
urgente. Também na área da saúde pública, parece sem luz no final do
túnel a estrutura dos postos de saúde e das policlínicas, que atendem o
público de forma muito distante do ideal, para não dizer coisa bem pior.
São dois calcanhares de Aquiles, se assim se pode dizer, exagerando na
história do herói grego, filho
de Tétis, a deusa grega do mar e de Peleu, rei dos Mirmidões. Aquiles
teve seu principal momento no cerco à cidade de Troia, quando foi morto
com uma flechada no calcanhar, seu único ponto vulnerável. Nessas duas
áreas, o prefeito está levando grande desvantagem. Tem que encontrar
soluções. E já!
O PCC POR TRÁS DO ATENTADO?
Não
é por acaso que a Polícia Federal encaminha a investigação sobre a
tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro a ordens vindos de dentro dos
presídios, principalmente através de lideranças do PCC, uma das maiores
organizações criminosas do país. Quando o bandido que esfaqueou o
candidato a Presidente foi defendido por advogados famosos, alguns dos
mais caros causídicos do país, começaram a ser ligadas as pontas da
trama. A suspeita, que um delegado da PF anunciou na mídia, no final de
semana, ficou evidenciada quando se descobriu que o trio de
representantes legais do marginal, que aparentemente finge ser louco,
também defende alguns dos principais criminosos entre as lideranças do
PCC. Os defensores do marginal viajaram de avião fretado para
defendê-lo, logo depois do atentado e ainda anunciaram que nada
cobrariam. Claro que ainda é muito cedo para se fazer qualquer acusação
concreta, porque as investigações estão ainda longe de terminar, mas as
primeiras declarações do delegado Rodrigo Morais, da PF sobre o
assunto, indicam que há sim algo de podre no reino da Dinamarca. Nos
próximos dias, o país ficará sabendo de mais detalhes do caso.
PERIGO PARA A BANDIDAGEM
Bolsonaro
pode se tornar, mesmo, o maior perigo para as organizações criminosas
que dominam os presídios e, lá de dentro, mandam e desmandam aqui fora,
decidindo sobre a vida e a morte e coordenando uma série de crimes,
inclusive o tráfico de drogas. Na semana passada, foi desbaratado um
plano arquitetado dentro do Presídio Federal de Porto Velho, quando
grandes nomes do crime, ali presos, planejavam sequestros de
autoridades, tortura a agentes da lei e explosões de carros bomba em
várias cidades. Poucos dias depois, uma apreensão de quase meia tonelada
de maconha, entre Vilhena e Jaru, detectou que o chefão da quadrilha de
traficantes, organizava todo o trânsito da droga de dentro de um
presídio local. Os bandidões não aceitam mais qualquer autoridade sobre
eles. Prometem colocar fogo nas cadeias, caso sejam implantados sistemas
que impeçam o uso de celulares dentro dos presídios. Querem que tudo
continue como está, com os direitos humanos só deles sendo respeitados.
Suas vítimas que se danem! Claro que nesse contexto da podridão do
sistema prisional, dominado pelos criminosos, eles não querem nem ouvir
falar de Bolsonaro. Parece, contudo, que terão que aguentá-lo...
PERGUNTINHA
Para
você, que tem acompanhado o desempenho dos dois candidatos ao Palácio
Rio Madeira/CPA, a pesquisa do Ibope que dá 26 pontos de vantagem de
Marcos Rocha sobre Expedito Júnior está certa ou você considera a
diferença exagerada?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires - Porto Velho/RO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário