sábado, 20 de outubro de 2018

DEUS NOS FALA

Evangelho de João 6, 24-35

Temos aqui o diálogo entre o povo e Jesus. Um diálogo em busca da verdade, em que Jesus se revela o Mestre que conduz o seu povo. O trecho bíblico mostra, no entanto, a dificuldade do povo em entender a mensagem e a pessoa de Jesus. O povo, no final, é atraído mais pelos milagres que pelo sinal de Jesus. Quando acontecem os milagres, o povo se transforma em multidão, tem vontade de segui-Lo, porque quer resultados imediatos, espetaculares. Entretanto, quando se entretém conversando com Jesus e a conversa começa a ser exigente, porque requer compromisso de vida pessoal, então, as pessoas começam a ir embora, deixando-O sozinho.

Ainda hoje podemos notar como os cristãos se tornam fervorosos, numerosos, quando podem presenciar milagres, manifestações megalíticas, mas quando a Palavra de Deus começa a exigir um compromisso de vida pessoal sério e exigente, então, aquela multidão começa a se reduzir a não muitas pessoas. É mais fácil seguir um Jesus milagroso que um Jesus que favoreça questionamentos pessoais. De fato, o evangelho inicia dizendo que as pessoas iam atrás de Jesus porque queriam mais pão. Não entenderam o milagre da multiplicação dos pães como sinal de algo mais profundo que se encontra em Jesus.

É preciso compreender que Jesus, qual verdadeiro Deus, pode proporcionar aquele anseio dos seres humanos de nunca mais ter fome, porém, não uma simples fome material, mas uma fome de perspectivas futuras sem fim, porque é Ele o alimento para a vida que nunca se acaba. Assim sendo, o povo insiste perguntando qual é a obra de Deus a se cumprir para ter tudo isso. E Jesus responde que é crer Naquele que foi enviado, ou seja, crer Nele. Por isso é necessário meditar, rezar, contemplar continuamente esse texto do milagre do pão para poder chegar à verdade de Jesus, nosso Senhor.
As pessoas querem ver sinais para entender Jesus como Deus. Mas, infelizmente, elas são condicionadas pelos seus preconceitos, até mesmos religiosos, que lhes impedem de fazer um verdadeiro encontro com Deus. Com isso, significa que não podemos buscar a Deus com os nossos parâmetros, as nossas concepções, porque Deus está acima de tudo isso. O nosso Deus, é bom repetir sempre, é soberano. A busca de Deus na nossa vida deve ser sempre estar disposta ao novo, e nisso Jesus nos ensina sempre. E fala claramente que Ele é ‘pão da vida’. Portanto, seguir a Ele quer dizer fazer a vontade daquele que O enviou e cumprir a sua obra.

Entrar nessa lógica é alimentar uma vida com objetivos diferentes que a nossa sociedade nos propõe a todo o momento. Isto se torna assim uma vida cheia de esperança que nenhum obstáculo desse mundo pode nos tirar. Pergunto-te: Você tem mais fome de pão ou de Deus? Qual o seu compromisso de vida para mostrar a sua fome de Deus?

Fonte: Claudio Pighin -  Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.

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