Repete-se, com maior intensidade do que em eleições anteriores, as dúvidas sobre os resultados das pesquisas realizadas pelos institutos especializados. Agora piorou, porque elas são divulgadas uma atrás da outra e embora os resultados não sejam tão diferentes, fica claro que os levantamentos vão e voltam, de acordo com o andamento da campanha, até que os números comecem a chegar ao menos um pouco mais perto da realidade. Em nível nacional, por exemplo, a pergunta simples é: como, durante todo esse tempo, os pesquisadores não identificaram que uma imensa maioria do eleitorado já havia se decidido pró Bolsonaro? Como só agora, nos últimos dias antes do pleito, começam a aparecer números que colocam o capitão do PSL bem à frente do seu principal adversário, quando, até há pouco, as pesquisas apontavam um empate técnico, coisa que jamais se viu, na vida real, em todos os quadrantes do país? O Ibope e o DataFolha, O Real Time/Big Data e outros institutos, por exemplo, apresentaram vários levantamentos, até há uma semana, mostrando Bolsonaro praticamente empatado com Haddad. E informando que todos os demais candidatos ganhariam do deputado federal, num segundo turno. Em cada cidade do país, grande, pequena ou média, jamais foi isso que se viu. Pelo contrário, Bolsonaro mobilizou multidões, inclusive depois que foi ferido e hospitalizado, enquanto seus adversários sempre conseguiram levar muito menos gente às ruas. No sábado, milhares e milhares de opositores a ele foram às ruas, no dia do “Ele Não”. No domingo, só em São Paulo, sem estar presente, ele levou 1 milhão de pessoas à Paulista. Em todo o país, num só dia, Bolsonaro mobilizou quase dez vezes mais gente que os adversários. E nas pesquisas, ele ainda estava quase em igualdade com o segundo colocado. Tem nexo?
Agora, nos últimos dias, os números mudaram bastante. Os principais institutos já começam a mudar seus resultados, embora outros continuem mantendo a informação de que a proximidade dos números indicariam que Haddad estaria perto do líder na disputa presidencial. Nessa quarta, o Ibope divulgou nova pesquisa, mantendo mais ou menos os 10 pontos de distância. Pode-se acreditar? Em Rondônia, os resultados também são questionados. Nessa sexta, o Ibope anuncia sua última pesquisa em Rondônia, antes da eleição de domingo, com levantamentos para o Governo e Senado. Na terça, foi a vez do Real Time/Big Data, com resultados que agradaram o MDB e seus parceiros, mas foram contestados tanto pelo PSDB e aliados como pelo PDT e aliados. Um vai acompanhar, ao menos em termos próximos, o resultado do outro? Ou aparecerão números muito diferentes? A verdade é que tantas pesquisas, quase diárias, ao invés de ajudarem o eleitor, o tem é confundido. Nesse domingo, na realidade das urnas, veremos que institutos ainda merecem credibilidade e quais que devem procurar outras coisas para fazer..
VOTOS NÃO COMPUTADOS
O processo do senador Acir Gurgacz, no TSE, não foi julgado ainda. Estava na pauta para ser votado na última terça, mas não o foi. O tribunal anuncia que vai julgar todos os casos pendentes até amanhã, sexta, mas nem com isso se pode contar. A verdade é que, se nçao houver uma definição antes da eleição de domingo, Acir Grgacz concorre ao Governo sub judice e os votos que receber não serão computados, até que haja uma palavra final sobre o assunto. Caso o TSE considere que ele pode concorrer, só então os votos irão para a contagem total. Do contrário, se impugnado, os votos serão excluídos da totalização. Isso pode mudar completamente o rumo da disputa em Rondônia. Por enquanto, segundo as últimas pesquisas, Expedito Júnior e Maurão de Carvalho iriam para o segundo turno, já que Acir não teria deslanchado, certamente muito prejudicado por essa pendenga jurídica, que pode tê-lo alijado de chances maiores na corrida ao Palácio Rio Madeira/CPA. Seus partidários, contudo, não concordam com isso. Têm pesquisas, dizem, em que Acir está em segundo e muito perto de Expedito. Não se sabe o que vai acontecer ainda nessa complexa e dramática situação para o senador rondoniense, que continua protestando contra o que considera uma grande injustiça praticada contra ele. A verdade é que Acir já sofreu graves prejuízos eleitorais. Uma pena, porque a eleição com ele seria ainda mais qualificada.
OS PEQUENOS SE DESTACARAM
O debate entre os candidatos ao Governo, na Globo, terça à noite, teve momentos bastante quentes. O candidato do PSOL, Pimenta de Rondônia, foi o mais agressivo, atacando principalmente os candidatos Acir Gurgacz, Maurão de Carvalho e Expedito Júnior. Sobrou também para o Coronel Marcos Rocha. Pimenta, sem decolar nas pesquisas, tentou marcar posição com um discurso duro, batendo firme nos adversários de ponta, mas nunca abaixo da linha da cintura. Outro que se destacou foi Vinicius Miguel, da Rede. Ele também bateu firme, principalmente em Maurão, como já o tinha feito no debate da SICTV/Record, sexta. Chamou a atenção que o jovem candidato, com um discurso bom e convicções fortes, não tenha atacado o tucano Expedito Júnior. Marcos Rocha bateu na tecla de que é o candidato de Bolsonaro em Rondônia. Acir falou em projetos e respondeu os ataques, mas é visível que sentiu a força do golpe que sofreu no Judiciário. Maurão repetiu a performance da Record, foi atacado, contra atacou e falou de seus muitos projetos. Expedito, do alto da sua experiência, se saiu bem, confrontando alguns dos poucos ataques que recebeu com tranquilidade e optando por repetir o bordão de que está “muito pronto para governar” Rondônia. Se o debate da TV Rondônia/Globo influenciou eleitores? Não há como medir, porque os destaques foram os candidatos que não saem de lá atrás, em todas as pesquisas...
NADA DE NOVO NA TV E NO RÁDIO
Acabouuuuu! Hoje é o último dia da propaganda eleitoral gratuita. Foi o menor tempo que os candidatos tiveram para se apresentar ao eleitor, via TV e Rádio, desde muitos anos. Foram apenas três semanas, em que pouca novidade se viu. O que chamou a atenção é que o candidato líder de todas as pesquisas, o Capitão Jair Bolsonaro, teve apenas seis segundos para aparecer no vídeo e falar nas emissoras de rádio. Em contrapartida, Geraldo Alkmin, que tinha o maior tempo entre todos, jamais passou dos dois dígitos em todas as pesquisas e praticamente enterrou as chances do Centrão de chegar ao poder. Pouca coisa nova surgiu durante todo o período do horário eleitoral. Nem os candidatos folclóricos, aqueles que eventualmente dão um toque de humor às campanhas, conseguiram aparecer com destaque. Outra questão é a relacionada com os debates. Talvez em disputas regionais eles ainda tenham alguma importância. Mas na corrida Presidencial, quase nada trouxeram de novo, a não ser o doidão Cabo Daciolo. Bolsonaro não participou dos principais debates, foi alvo de cacetadas de todos os demais candidatos e, mesmo assim, jamais foi afetado. No segundo turno, se houver, os debates entre apenas dois candidatos, eles, enfim, possam apresentar alguma coisa diferente?
QUATRO MULHERES COM CHANCES
A quatro dias da eleição, em relação à disputa pelas oito vagas da Câmara Federal e às 24 da Assembleia Legislativa, nem Mãe Dinah poderia prever o que vai acontecer. A corrida pelo voto se intensifica, com os atuais detentores tendo mais chances que os novatos, principalmente na disputa pela Câmara. Já para a Assembleia, a tendência é que haja renovação, em função de muitas lideranças do interior, mas nem perto do que ocorreu na legislatura passada, quando o percentual de caras novas chegou a perto de 70 por cento. Já na Câmara, dos oito ocupantes das cadeiras atuais, pode ocorrer um fenômeno nunca antes registrado em nossa história, embora, claro, seja apenas conjectura. Os rondonienses poderão eleger quatro mulheres, metade da bancada, já que Mariana Carvalho, Marinha Raupp, Jaqueline Cassol e Silvia Cristina, (de Ji-Paraná) têm sim chances reais na disputa. Mas, é claro, precisa combinar com o eleitor, já que os homens da bancada também estão bem na parada e querem se reeleger. Já para o Senado, Confúcio está eleito, segundo todas as pesquisas. Mas a segunda vaga deverá ser definida no último voto da última apuração, no domingo à noite. A expectativa é grande e pelo menos cinco nomes estão com chances: Valdir Raupp, Marcos Rogério, Carlos Magno, Fátima Cleide e Jesualdo Pires. De quem será a segunda vaga?
A TRAGÉDIA DE SÃO ROQUE
De quem é a culpa pelo trágico caso de São Roque, interior de São Paulo? Do juiz que mandou soltar um homem cruel, que tinha estuprado a própria filha e uma cunhada, que é doente mental ou das leis brasileiras, feitas sob medida para dar guarida a criminosos? Não teria sido de ambos? Ora, um pai que estupra uma filha de 13 anos e outra jovem deficiente, merece estar solto? Que país é esse em que os direitos humanos de um facínora dessa estirpe, se sobrepõem à proteção às suas vítimas? O canalha, logo depois de solto, foi até a sua casa e ameaçou a menina, para que ela retirasse a queixa contra ele. A criança não topou e foi morta a facadas pelo pai tarado e, agora, assassino. Não é de deixar qualquer brasileiro decente em estado de loucura e pânico? Como nossas leis e alguns magistrados, que têm o poder de decidir sobre se um desgraçado como esse pode ou não estar solto, permitem que ele viva entre as pessoas de bem? Como deixam que algo assim aconteça? Que argumento se pode usar para permitir a soltura de um pai tarado, que já havia desgraçado a vida de duas jovens, ambas sem chances de se defender? A quem vamos cobrar pela vida perdida de uma menina de 13 anos? É por isso que quando Jair Bolsonaro vem com seu discurso virulento e de ameaças aos criminosos, grande parte dos brasileiros aplaude. Ninguém aguenta mais esse tipo de proteção a bandido!
UM CRIME CONTRA MANUELA
As Fake News, incluindo ainda algumas montagem criminosas de fotos, continuam abundando na internet. Ninguém é poupado, embora a maioria delas tenha tentado atingir o candidato que está liderando todas as pesquisas. Mas Fernando Haddad também tem sido uma vítima constante. Uma das mais terríveis foi assacada contra sua companheira de chapa e candidata a vice presidente, a gaúcha Manuela D´Ávila. Ela estava usando uma camiseta preta com a frase “rebele-se”, que está bem dentro da linha de pensamento dela, do seu partido e dos seus seguidores. Um criminoso, que precisa ser identificado, fez uma montagem, retirando a palavra original e a substituindo pela frase “Jesus é Travesti”, numa terrível e doentia forma de jogar a jovem candidata contra os religiosos. Bombou nas redes sociais. Espera-se que esse anormal que inventou a história (e todos os outros da laia dele), sejam descobertos e devidamente punidos. São essas excrescências horrorosas, que transformaram as redes sociais, que deveriam ser uma forma positiva e altruísta de comunicação, num verdadeiro lixo. Manuela D´Ávila certamente diz muita asneira, mas tem o direito de dizer o que quiser. O que não pode é ser vítima desse tipo de ataque. Nem ela, nem ninguém!
PERGUNTINHAVocê considera a possibilidade de que a eleição Presidencial seja decidida já no domingo, dia 7, com a vitória de Jair Bolsonaro ou acha, como aponta a maioria das pesquisas, que decisão só mesmo no segundo turno?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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