O dia 15 de outubro é dedicado aos professores. Com todo o respeito a
outras profissões, o mestre é um dos mais importantes profissionais de
uma nação. No Japão o imperador lhe presta reverências. Nos países da
Europa civilizada é aclamado por onde passa. Sem ele, a sociedade para
no tempo e o conhecimento transmitido tem mais dificuldades para chegar
ao seu destino final: o aluno. O Brasil infelizmente nunca valorizou os
seus professores. Diferente de nações ricas e desenvolvidas como os
Estados Unidos, Finlândia, Japão, Coreia do Sul e Alemanha. Aqui, este
profissional apanha dos alunos, é humilhado, geralmente tem um salário
de fome e infelizmente não é imitado por quase ninguém. Agora com o
advento das eleições, são declarados profissionais sem nenhuma
confiança, pois são acusados de apoiar fascistas e corruptos.
Mesmo sendo cidadãos em pleno gozo de seus direitos políticos, os
profissionais da educação praticamente são proibidos de se manifestarem
publicamente, pois essa postura poderia influenciar alguns alunos.
Diferentes, portanto, de outros profissionais que adoram se exibir nas
redes sociais mostrando suas preferências política e religiosa. Se eles
apoiam um determinado candidato, são acusados de semear o Fascismo e o
Nazismo em sala de aula. Se apoiarem o outro, são corruptos e adoram
semear a destruição da família. Se forem ateus ou agnósticos, são
censurados por muitos pais, pois são um péssimo exemplo para os seus
filhos. Professor homossexual geralmente sofre perseguições homofóbicas e
fica quase proibido de ministrar seu ofício tendo em vista a sua
orientação sexual. Para evitar confrontos, sempre nega suas
preferências.
É muito triste saber que há professores que não
dominam bem o seu ofício. Dão aulas de gramática normativa, mas escrevem
textos repletos de erros grosseiros. Há vários professores de História,
por exemplo, que seguem abertamente determinadas religiões e
“sacaneiam” o aluno quando sabem que o mesmo é ateu. Professores de
Geografia que desconhecem coisas simples da sua área. Isso sem falar em
alguns mestres de Biologia que negam o Evolucionismo. Não citamos aqui
os de Física, que muitas vezes não dominam sequer a Matemática básica
para ensinar as suas teorias. Neste fatídico dia, muitos alunos lhe
tecem loas e lhe presenteiam animadamente na esperança de uma aprovação
mais fácil via Conselho de Classe no final do ano. Depois, usam todas as
redes sociais para achincalhar o antigo mestre sem nenhuma cerimônia.
Pobre profissional geralmente sem reconhecimento social e sem
remuneração adequada. Não há um político em campanha que não lhe dedique
falsos elogios nesta data. A grande verdade é que, de um modo geral, o
professor sempre se fez de vítima. Em sala de aula ele é o maioral,
quase ninguém lhe interrompe, molda como quiser as futuras gerações. E
por que não o fazemos? E por que não revolucionamos as inúmeras
cabecinhas que estão à nossa disposição? Será que somos mesmo uma farsa?
Muitos de nós não lemos um único livro há muito tempo. Não nos
expressarmos em outra língua que não seja o nosso velho e surrado
dialeto do Português. “Fazemos parte da mudança que queremos, mas
sozinho não vamos mudar nada, nunca”. Ser professor não é uma escolha
simplesmente. É vocação. Esquecemo-nos de dizer aos nossos alunos que
não nos importamos mais com democracia, direitos humanos e política?
Parabéns para nós!
Fonte: Professor Nazareno / Porto Velho-RO
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