Mesmo com o efetivo considerado pequeno, policiais civis têm número expressivos durante 2016, mostra pesquisa
ZACARIAS PENA VERDE
Com desempenho acima de média nacional – considerando proporcionalmente o número de habitantes – a Polícia Civil de Rondônia aparece entre as mais eficientes do Brasil. Os números são expressivos e mostram a qualidade, a capacidade, eficiência e competência dos homens e mulheres que estão na linha de frente no combate à criminalidade no Estado.
Dados do setor de estatísticas da Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), divulgados recentemente, apontam que durante o ano passado, foram registradas 268 mil ocorrências. Deste total, cerca de 70 mil foram atendimentos feitos pela Polícia Militar – responsável pelo policiamento ostensivo -, o restante, um total de aproximadamente 200 mil, foram registradas nas delegacias de Polícia Civil, em todos os municípios de Rondônia.
O número mostra um crescimento de pelo menos 30% em relação a 2015. Outro fator apontado como responsável pelo crescimento é a recuperação da credibilidade e confiança junto à população. “As pessoas começaram a procurar as delegacias para registrar ocorrência porque a polícia, os agentes, estão dando respostas. Estão prendendo, estão recuperando um maior número de veículos roubados e furtados. Essa postura – apesar das dificuldades de ter um efetivo pequeno -, faz com a população confie na ação da polícia e registre seus boletins de ocorrências”, diz Rodrigo Marinho, presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Rondônia (Sinsepol).
O estudo da Sesdec mostra ainda que durante 2016, a Polícia Civil instaurou 20 mil inquéritos. Deste total, 70% foram concluídos, totalizando cerca de 14 mil casos, um grande poder de resolutividade e, ao mesmo tempo, uma resposta positiva para população que compensa sim, registrar ocorrências porque a possibilidade de ter seu caso resolvido é de 70%, uma marca extraordinária, que confirma a capacidade e empenhos das pessoas que foram a Polícia Civil em Rondônia. Foram registrados, também, aproximadamente 7 mil Termos Circunstanciados – é um registro de um fato tipificado como infração de menor potencial ofensivo, ou seja, os crimes de menor relevância, que tenham a pena máxima cominada em até dois anos de cerceamento de liberdade ou multa.
De acordo com o balanço, foram expedidas e entregues à população mais de 92 mil carteiras de identidade, resultado do eficiente trabalho realizado pela equipe do Instituto de Identificação Civil e Criminal Engrácia da Costa Francisco da Polícia Civil do Estado de Rondônia. Apesar dos números positivos, Rodrigo Marinho chama atenção para o fato de o mundo viver a “era da portabilidade”, da inclusão digital, do avanço de tecnologia, todo o trabalho realizado pelo Instituto de Identificação é feito de forma manual, sem nenhum tipo de tecnologia, fato que engrandece ainda mais o trabalho dos servidores, ante ao expressivo número de carteiras entregues, afirma.
Os dados mostram ainda que o Instituto de Identificação Civil e Criminal produziram 438 laudos papiloscópicos - ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas presentes na palma das mãos e na sola dos pés, impressões digitais -, ainda no local do crime e 1.187 laudos necropapiloscópicos – técnica utilizada para identificar cadáveres. Ao longo de 2016, foram expedidos de duas mil Certidões de Antecedentes Criminais e abriu 6.443 registros criminais em todo o Estado.
No total, mais de 200 operações policiais no combate a vários tipos de crimes foram realizadas. Entre elas se destacam a Operação Clone, deflagrada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). Nesta ação, 14 pessoas foram denunciadas ao Ministério Público (MP), resultando na condenação. Ação onde a Polícia Civil obteve 100% de aproveitamento, um dado histórico.
Contando dedicação dos policiais, 9 mil prisões em flagrante. Cumpriu cerca de 3 mil mandados de prisão, registrou 565 homicídios. Deste número, foram elucidas aproximadamente 57%. Foram recuperados quase 2 mil veículos. Fortalecendo o desarmamento, os policiais apreenderam 1.500 armas. Os números mostram a qualidade e eficiência da polícia em Rondônia, afirma Rodrigo Marinho. Ele lembra que mesmo um desempenho acima da média nacional, a categoria trabalha, na maioria dos casos, em condições precárias nas delegacias, com sobrecarga de trabalho, devido ao baixo efetivo da polícia.
Ainda segundo o balanço da Sesdec, foram ouvidas cerca de 80 mil pessoas nas delegacias, em todo o Estado. Foram feitas 60 mil intimações e cerca de 7 mil relatórios de Ordem de Missão foram produzidos. O balanço aponta ainda que cerca de 14 mil inquéritos abertos e mais de 3 mil solicitação de medidas projetivas encaminhada à Justiça.
NARCOTRÁFICO
Mesmo com falta de estrutura física, deficiência em equipamentos, o Departamento de Combate a Narcótico de Polícia Civil de Rondônia (Denarc) aprendeu uma tonelada de meia de droga.
Segundo Rodrigo Marinho, Denarc de Rondônia é o único do país que não tem cão farejador, não tem viaturas do Estado – somente locadas através de convênios nacionais-, e o pior: possui apenas 35 servidores, três delegados, cinco escrivães, 26 agentes – que vão a campo nas operações -, e um datiloscopista – especialista em realizar a identificação de pessoas através do reconhecimento de impressões digitais.
EXEMPLO PARA O PAÍS
De acordo com o presidente do Sinsepol, Rodrigo Marinho, o Denarc de Rondônia, com todas as dificuldades enfrentadas, é um exemplo para o Brasil em dedicação e número de apreensões de drogas.
Dados do setor de estatísticas do departamento apontam, através de relatórios, que em 2014 foram apreendidos 943 quilos de entorpecentes, entre maconha e cocaína. Com a mesma equipe, este número saltou para 1.364 quilos de drogas, em 2015, um crescimento superior a 40% em relação ao ano anterior e em 2016, fechando com 1,5 tonelada.
Além das drogas relacionadas durante o ano de 2014 e 2015, os policiais do Denarc realizaram a prisão de 134 pessoas, além da apreensão de 42 veículos, 10 armas de fogo, e a quantia de R$ 49.236,50.
Os policiais do Denarc prenderam, durante o ano de 2015, 84 suspeitos somente na capital, além de 23 pessoas em outros municípios. Há também uma ação forte em apreensão de armas: foram apreendidas munições, espingardas, revólveres e pistolas, sendo retiradas de circulação 15 armas de fogo e 160 munições. E durante o mesmo ano, houve a apreensão de R$ 49.860,00 em espécie.
Fonte: Sinsepol
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