Logo adiante, no vídeo exibido no Jornal Nacional, o delator dispara: "Ivo Cassol era um garoto propaganda da Odebrecth".
Tudorondonia com informações do Jornal Nacional/Globo
Publicada em 15 de abril de 2017 às 06:42
Publicada em 15 de abril de 2017 às 06:42
Reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, mostra o delator Henrique Serrano do Prado Valladares, o homem da mala preta da Odebrecht, detalhando como eram suas conversas com o senador Ivo Cassol (PP) , acusado de receber R$ 2 milhões em propina em troca de apoio à construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira.
"Eu ia direto na casa do Ivo Cassol, duas horas da manhã. E aí, ele abria uma garrafa de uísque e ficava conversando durante um longo tempo", diz o delator no vídeo exibido pelo Jornal Nacional.
Ainda segundo as palavras de Henrique Serrano, Cassol "sempre foi, ao longo de todo o período que eu tive convivência com ele, um defensor e entusiasta do projeto . Então ele mesmo fazia uma propaganda muito grande do que estava acontecendo, do tratamento que a Odebrecht dava a seus funcionários, o que trazia para a sociedade".
Logo adiante, o delator dispara: "Ivo Cassol era um garoto propaganda da Odebrecth".
Mas, segundo o Ministério Público Federal, todo este "entusiasmo" teve um preço: R$ 2 milhões de reais em suborno, propina, pagos a Ivo Cassol, cujo codinome era Maçaranduba, conforme anotações nas planilhas da construtora.
Para quem não se recorda, Carlos Maçaranduba e Ulson Montanha são personagens do extinto programa de televisão, da Rede Globo, Casseta & Planeta, Urgente!. Maçaranduba (Claudio Manoel) e Montanha (Bussunda) são paródias aos pitboys. Como todo pitboy, Maçaranduba só quer saber de briga, exaltar sua masculinidade e exercitar sua pouca capacidade cerebral. Não descuida de seu feroz cão Bull Terrier, o "Sadam" (referência a um pit bull real de um lutador de jiu-jitsu por sua vez homenagem a Saddam Hussein).
Leia a reportagem do Jornal Nacional
Delação da Odebrecht: Ivo Cassol (PP) é suspeito de receber R$ 2 milhões da usina de Santo Antônio
Em nota, a defesa do ex-governador diz que o senador afirma que sempre foi contra a isenção de impostos das usinas de Jirau e Santo Antônio desde 2011 e que vai aguardar.
O senador Ivo Cassol (PP-RO) é investigado em inquérito autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ivo Narciso Cassol será investigado junto com João Carlos Gonçalves Ribeiro, secretário de Planejamento de Rondônia da sua gestão.
A PGR fez o pedido com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecht. Fachin autorizou inquéritos para investigar 8 ministros, 24 senadores, 39 deputados e 3 governadores.
Segundo o Ministério Público, o delator Henrique Serrano do Prado Valladares, da Odebrecht, diz ter pago "vantagem indevida em favor de Ivo Cassol", então governador de Rondônia, como a João Carlos Gonçalves Ribeiro, à época secretário de Planejamento do estado.
O delator afirma ter repassado R$ 2 milhões a Cassol e R$ 1 milhão a Ribeiro por "favorecimento nos procedimentos administrativos" referentes à execução das obras da usina hidrelétrica de Santo Antônio.
Os pagamentos foram implementados por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, mais conhecido como "setor de propinas" da empreiteira, e eles foram identificados pelos apelidos de “Maçaranduba” e “Dallas”, respectivamente.
Segundo Henrique Valladares, os pagamentos foram o reconhecimento pela atuação de Cassol para destravar questões burocráticas em obras de usinas no Rio Madeira.
O senador declarou que considera injusta e descabida a citação do nome dele, e que a acusação seria uma retaliação por ser contra a isenção de impostos dada aos consórcios que construíram as usinas de Jirau e Santo Antônio.
Fonte: Tudo Rondônia.
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