PLATEIAS – Embora
ainda esteja sob sigilo o andamento processual no Superior Tribunal de
Justiça da investigação envolvendo o governador Confúcio Moura (PMDB) na
operação denominada Plateias, são fortes os comentários nos corredores
do Congresso Nacional de que a qualquer hora os deputados estaduais de
Rondônia serão instados a decidir sobre um possível pedido de
afastamento do governador para que o processo tenha prosseguimento. Cabe
às Assembleias Legislativas a autorização ou não para que os
governadores sejam processados.
EXIGÊNCIA –
Há no âmbito do Supremo Tribunal Federal uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade questionando a exigência das Assembleias
Legislativas de autorizar que os governadores sejam processados por
delitos penais, como no caso do governador de Minas Gerais, Fernando
Pimentel, que por enquanto aguarda retornar a pauta devido a pedido de
vistas. Ocorre que a constituição mineira é omissa quanto à necessidade
expressa para autorizar tais processos, não é o caso da carta
rondoniense.
PREVALÊNCIA
- No entanto, outra ação semelhante questiona de forma geral essa
exigência, interposta pelo Conselho Federal da OAB. Tem prevalecido o
entendimento das autorizações prévias dos legislativos. Significa dizer
que neste caso rondoniense - sendo verdade os boatos dos corredores do
Congresso Nacional - o STJ requerendo, caberá aos deputados estaduais de
Rondônia a decisão final de autorizar ou não para que Confúcio Moura
seja processado pelos supostos delitos apontados na delação de José
Batista, origem da operação Plateias.
DEPENDÊNCIA
- Mesmo longe do calendário eleitoral, as especulações sobre as
candidaturas estaduais estão em pleno vapor. Esta coluna já desenhou
alguns cenários possíveis, a exemplo de uma eventual candidatura ao
Senado do governador Confúcio Moura (PMDB). Publicamente o chefe do
executivo estadual descarta a postulação e reafirma sempre apoio à
reeleição do correligionário Valdir Raupp. Em privado, assessores
próximos de Moura trabalham para que seja candidato e propagam que Raupp
ficará inabilitado para a vaga senatorial. Uma coisa é certa, em abril
do próximo ano, data fatal para mudanças de partidos, na hipótese de
Confúcio Moura decida deixar o PMDB, é candidatíssimo. Permanecendo,
dependerá da vontade do correligionário a quem declara juras de apoio
para ser ungido a candidato. A única certeza é que: não há candidatura
nata quando a vaga depende da vontade de outrem...
OUTSIDER -
Diz o provérbio que no amor e na política, nem nunca, nem sempre.
Afirmar que dificilmente apareça um outro outsider nas eleições de 2018
da mesma forma como apareceu nas eleições de 2016, em Porto Velho, é
temerário. Eis que, oriundo do mesmo Ministério Público que veio Dr.
Hildon Chaves, especula-se o nome do Dr. Heverton Aguiar, ex-Procurador
Geral de Justiça, para um cargo majoritário. Um nome forte e com as
características de apelo de justiçamento ecoado por boa parte da
população irada com o lamaçal que invadiu a política e os políticos. Em
janeiro próximo, Aguiar fecha o tempo para a aposentadoria.
PESQUISAS
– Algumas pesquisas publicadas por aí, com a devida vênia, não
descrevem com fidelidade o cenário atual, pois estão utilizando
formulários com quesitos equivocados e nomes sonegados. Uma verdadeira
pesquisa no atual estágio político tem que detectar os ânimos e a
vontade do eleitor sem escamotear nomes nem direcionar candidaturas.
Desenhar cenários não é um exercício de adivinhação, exige-se muita
informação e percepção. Um pouco de intuição também ajuda. A maioria dos
institutos de pesquisas perdeu a credibilidade seja por manipularem
dados, seja por errarem em suas estratégias de colheita dos dados. Hoje,
não raro, os clientes têm de contratar dois institutos: um para
pesquisar o erro do outro.
MATEMÁTICA
– O prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires, está de malas prontas para
desembarcar do PSB de Mauro Nazif. Já recebeu convite do PMDB, PSDB e
PDT, mas está calculando a melhor alternativa para somar numa legenda
sem dividir o projeto inicial de uma candidatura ao Senado. Nesta
matemática eleitoral o alcaide observa atento a legenda que menos
subtraia as chances de uma vaga senatorial. Um erro de cálculo lhe
custará toda operação de desembarque do PSB.
COLIGAÇÕES
– As coligações entre os partidos nas eleições proporcionais estão
praticamente sepultadas para as eleições de 2018. Pelo menos é o que se
ouve da maioria dos congressistas, por serem perniciosas à
governabilidade. As coligações são responsáveis pela fragmentação
partidária e pela proliferação de legendas de aluguéis. O problema é que
para o lugar os parlamentares avaliam criar um monstrengo que vincula
uma chapa formada por vários partidos para as eleições subsequentes.
BALCÃO
- A cláusula de barreira, fundamental para conter os partidos de
aluguel, tem provocado nas atuais legendas nanicas um furor tão forte
que intimida e impede a criação de regras mais rígidas aos partidos com
pouca densidade eleitoral. A atual forma perniciosa das coligações é
responsável por boa parte da esculhambação política, pois obriga o
governante de plantão a ir ao balcão de negócios em nome de uma falsa
governabilidade.
Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO
Nenhum comentário:
Postar um comentário