Quem acompanhou essa coluna sabia, há vários dias, que Rondônia, através de todos os seus oito representantes, votaria pelo impeachment da Presidente. Havia três dúvidas, até quase o final da semana, principalmente via redes sociais, com informações desencontradas. As posições de Lindomar Garçon, Luiz Cláudio e Marinha Raupp não eram claras e permitiram inúmeros comentários que poderiam induzir de que eles estariam negociando com o governo. Houve sim contatos, propostas, tentativas de acordo com os três e com outros membros da bancada, mas, bastava chegarem ao Estado, para saberem que seus eleitores não aceitariam outra posição, que não a de apoio ao impeachment. Lúcio Mosquini não perdeu tempo e foi o primeiro a abrir seu voto. Os demais seguiram o mesmo caminho. Mariana Carvalho e Marcos Rogério (PSDB e DEM), eram votos óbvios. Expedito Neto entrou logo no mesmo lado e em seguida Capixaba, o líder da bancada, também emitiu nota contra a manutenção da Presidente. Um a um, os rondonienses foram votando e deixando claro que o Estado estava fechado a favor de um novo caminho para o Brasil.
Não há como ir contra o desejo dos eleitores. Há muito a maioria dos rondonienses e o PT não falam a mesma linguagem. O número de eleitos pelo partido foi minguando e ficou no túnel do tempo aquela performance histórica de Fátima Cleide, com mais de 210 mil votos para o Senado. Se algum dos parlamentares na Câmara Federal ousasse, nessa onda do impeachment, não seguir a ordem do povo, implícita e explícita, estaria em maus lençóis. Por isso que a sobrevivência política de todos saiu, digamos assim, quase ilesa. O Brasil todo disse não a Dilma, a Lula, ao PT, as esquerdas, a incompetência e a crise. Rondônia não ficou de fora e deu sua contribuição. Nesse episódio, não temos nada que nos possa envergonhar.
OS DESTAQUES NA MÍDIA - Os brincos da deputada Mariana Carvalho foram elogiados pela comentarista da Jovem Pan, que cobria a votação. Também foi destacado que o deputado Luiz Cláudio deu o centésimo voto Sim, quando chamado a declarar sua posição. Igualmente foi muito notado o esforço do deputado Lindomar Garçon, em permanecer, por longo tempo, próximo aos deputados que estavam votando, para ficar sempre aparecendo na cobertura direta que a TV fazia do evento. O rápido discurso do jovem deputado Expedito Neto, avisando que também votará contra Eduardo Cunha, quando chegar a vez dele, igualmente colocou o rondoniense, mesmo por curtos segundos, numa posição de destaque. Marinha Raupp destacou o apoio de Dilma, quando ministra, a Rondônia, mas mesmo assim votou pelo impeachment.
FESTA DA VITÓRIA - Foi bom o público que esteve durante várias horas, no Espaço Alternativo, neste domingo, para acompanhar a votação do impeachment via telão e, ainda, torcer para que ele fosse aprovado.No meio da tarde, haviam centenas de pessoas e o público aumentou um pouco, na medida em que ficava claro que o impeachment seria aprovado até com grande facilidade. Cada voto a favor era comemorado com gritos e aplausos. Havia algum temor de confronto, mas praticamente não se viu defensores do governo petista naquela região da cidade. Os pró governo ficaram na Praça das Caixas D´Agua. Pouca gente, inclusive um onibus lotado vindo do interior. Tentaram agredir uma jornalista da Rede Globo, mas mais que isso não fizeram,...
DESMORALIZADO - O Instituto Data Folha, que já foi respeitado em todo o país, saiu desmoralizado desse episódio do impeachment. Começou com uma contagem ridículo dos protestos contra o governo, sempre apontando um número pelo menos três vezes menor do que se anunciava, inclusive pela Polícia Militar. Depois, começou a apontar número estapafúrdios sobre o governo Dilma Rousseff, sempre diminuindo a sua rejeição em relação a todas as outras pesquisas e aumentando sua popularidade, também contrariando a verdade e o bom senso. O pior de tudo aconteceu nesse final de semana, quando o Instituto publicou, com destaque, que não haveria votos suficientes para afastar a Presidente. Deu no que deu. Uma vergonha!
OS GAÚCHOS MUDARAM - O Rio Grande do Sul é um dos estados mais politizados do país.Teve dois governadores do PT e sempre foi um dos líderes entre as regiões que, historicamente, defendem ideologias mais a esquerda. E o Rio Grande de Getúlio Vargas, Brizola e João Goulart. Pois até por lá, o petismo já não tem mais o apoio que sempre teve. Na votação deste domingo, dos 31 parlamentares federais gaúchos, apenas nove votaram a favor da Presidente. Todos os demais 22 foram pelo impeachment. Um resumo de tudo o que aconteceu ontem. Quando até a gauchada diz não, é porque não há mais volta mesmo...
CRIMES DE PISTOLAGEM - No meio do grande tema dos últimos dias, que foi o impeachment, deixou-se de lado outra questão muito mais grave. A violência grassa pelo Brasil e por Rondônia, destruindo famílias, matando pessoas de bem, dizimando jovens. Em Jaru, um advogado e seu amigo, que almoçavam num restaurante, foram fuzilados. Os crimes de pistolagem voltaram com tudo ao nosso Estado, atingindo não só Porto Velho, mas também comunidades do interior. Não há sinal de combate a essa covarde forma de ataque, que já deveria ter desaparecido do Estado há muito tempo. Mortes nos bares, nas noites, no transito. Cada vez mais vidas perdidas. E faz-se de conta de que nada demais está acontecendo. Lamentável!
PERGUNTINHA - O Senado Federal terá coragem de mudar o resultado da eleição/massacre da Câmara Federal e manter Dona Dilma no Poder?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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