segunda-feira, 3 de novembro de 2014

OPINIÃO DE PRIMEIRA

O ÚNICO RISCO É AMPLIARMOS A DANOSA INDÚSTRIA DA MULTA


Não se pode ser contra multas no trânsito. Não fossem elas, a carnificina seria ainda maior. Se já temos 50 mil mortes/ano, milhares de feridos, alguns com sequelas para toda a vida, imagine-se se não houvessem leis mais duras. Uma das provas mais recentes é de que, com a Lei Seca, o número de acidentes envolvendo bêbados no volante caiu bastante, mesmo que estes irresponsáveis continuem sendo flagrados todos os dias. A aplicação de multas pesadas traz sim resultados práticos e salva vidas. Então, não há o que contestar no vultoso aumento dos valores das multas de trânsito que começou a valer desde este sábado, em  muitos casos, multiplicados por  dez. Pode-se imaginar que há exagero ou que até agora os valores cobrados eram irrisórios, mas este não é o ponto principal. O maior empecilho para que se acredite que esse pacote de ações permitirá que o trânsito mate menos, é a famigerada indústria da multa, que existe na prática. Por isso, é vital que as notificações sejam comprovadas inclusive com imagens e testemunhas, para que não se amplie, em valores absurdos, os constantes erros praticados por agentes de trânsito. Uma sequencia de multas altíssimas seria trágica para qualquer brasileiro. Ainda mais, se injustas. 
É fundamental que toda a estrutura de fiscalização do trânsito seja adaptada a essa nova realidade das multas pesadíssimas.Fica-se com um pouco mais de segurança quando se observa que as multas mais pesadas - e até prisões - serão aplicadas em casos mais graves. Mesmo assim, não se pode multar a torto e a direito.  Não dá mais para colocar amadores para cuidar do trânsito. Tem que mudar a mentalidade dos agentes, para ajudar a mudar a dos condutores de veículos. Portanto, pelo fim da nociva indústria da multa! Não dá mais para conviver com ela.  
 DÁ PARA ACREDITAR? - O Dnit está anunciando o reinício das obras dos viadutos (ou elevadas?) sobre a BR 364, em Porto Velho. A prioridade será concluir a obra do Trevo do Roque, inacabada há anos. Mais de 490 milhões de reais foram liberados e o consórcio de empresas de Rondônia que ganhou a concorrência, anuncia que começa os trabalhos no início de novembro. É mais um anúncio do Dnit à comunidade, jurando que dessa vez a coisa vai. Depois de tantas promessas, aliás, nenhuma cumprida, pode-se acreditar que agora é pra valer?
 DOIS LADOS DA MOEDA - Não se pode negar que a prisão dos Mensaleiros, todos altas autoridades ligadas à política nacional e alguns até ao governo, foi um grande avanço da Justiça brasileira e do país contra a corrupção. A lei foi cumprida. Por isso, há que se ter a grandeza de compreender que a mesma lei que pune e foi respeitada, tem que ser quando ela beneficia os presos. Os fato dos principais condenados do Mensalão, incluindo José Dirceu, já estarem cumprindo penas de prisão domiciliar, está dentro da lei. Ponto final.
LÁ EM CIMA - Depois do reajuste dos combustíveis, será a vez da energia. Já foram autorizados aumentos par a a  região norte, alguns chegando ao absurdo de mais de 54%. Em Rondônia, há quem diga que o aumento não será menor que 25%, embora não tenha havido, ao menos até sexta, alguma posição oficial. Os reajustes vem sendo autorizados pela queda no nível dos reservatórios das principais hidrelétricas. O ridículo na informação é que o governo permite que as concessionárias decidam por um aumento menor, se quiserem....Não é de morrer de rir?
 HERMÍNIO CRESCEU - Assembleia Legislativa se prepara para encerrar não só o ano, como também a atual legislatura. Foi um período de dificuldades, mas também de crescimento do parlamento rondoniense. Destacou-se, entre outros, na segunda fase da legislatura que se encerra, o deputado reeleito Hermínio Coelho, que assumiu o comando do poder num momento de enormes dificuldades e conseguiu conduzir o barco até o porto, mesmo com todos os sobressaltos que teve que enfrentar. Hermínio completa seu primeiro mandato na ALE muito maior do que entrou.
 A CRISE VAI LONGE - A semana começou com mais uma reunião na Câmara para analisar a criação de uma  CPI para investigar o prefeito Nazif. O clima ainda é tenso, mas há quem diga que já haveriam, nos bastidores, alguns passos em direção ao diálogo. Um dos problemas que atrapalham eventuais acordos, é que alguns vereadores foram tão agressivos em pronunciamentos e conversas ao pé do ouvido, que não querem voltar atrás, para não ficarem desmoralizados. A luz do fim do túnel para o confronto ainda está longe, para ser avistada.
TUDO IGUAL - Dificilmente o real combate à criminalidade e à violência no país vai sair do discurso. Com a reeleição da presidente Dilma  e a decisão de ignorar a guerra civil que se instalou no país (dos bandidos contra a população indefesa), pouco deve mudar na legislação, nos próximos anos. Os menores continuarão com carta branca para matar e cometer todos os tipos de crimes e as penas para a crueldade continuarão sendo brandas. Não há perspectiva de mudança para termos, por exemplo, penas duríssimas. Lamentável!
 PERGUNTINHA - O que está havendo com alguns editais da Prefeitura de Porto Velho, que não andam ou são suspensos por problemas técnicos, detectados pelo Tribunal de Contas do Estado?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires

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