O magistério no Brasil tem sido empurrado ao precipício. Acima de qualquer diálogo, está um conflito de mentalidades que poucas vezes sabem bem como valorizar os professores. Em meio de tanta angústia pedagógica, insiro estre texto com o fito de sintetizar a preocupação generalizada com as vias de educação nas quais nosso país transita, cavalga, engatinha.
Os fatos mais pungentes para o professorado são de que há desvalorização da classe e da função dos professores no Brasil. Não haveria sinalizações mais escabrosas que estar num país que, como o nosso, depende de melhoras na educação para desenlaçar a corda do pescoço de sua gente explorada.
Vemos, no entanto, que professores trabalham desmotivados com seus salários baixos e se remuneram pelo tempo em sala de aula, mas não pelo preparo das mesmas e por outros períodos de dedicação ao magistério; medidores governamentais de inclusão social dão aprovações automáticas, embora muitos estudantes tenham desempenho ruim; e escolas públicas viram locais de roubo, vandalismo, tráfico e ameça a professores.
A verticalidade da relação entre professores e seus estudantes transforma-se numa horizontalidade desorientada em que estes surpreendentemente ditam as regras. Como se não bastasse, as tecnologias de comunicação (telefonia, informática, etc.) amiúde desviam a atenção de estudantes do conteúdo letivo às mensagens instantâneas do Facebook e do WhastsApp.
Deixo claro que minha crítica não desmerece a importância das tecnologias da comunicação para a pluralidade de ideias, mentalidades e opiniões que transcendem as salas de aula. O que chama mais atenção nesse progresso tecnológico é a mudança dos agentes educadores e do papel de professores na tarefa árdua de cidadanizar as crianças e os jovens no Brasil.
Assim, há os que defendem o ensino bilíngue em escolas infantis, e os que dependem de projetores de imagens e outros recursos tecnológicos. Decerto, as tecnologias de comunicação reiventam métodos pedagógicos e modernizam a relação que mencionei entre professores e seus estudantes. Contudo, não podemos ignorar que tais tecnologias são meios através dos quais vozes diversas cruzam-se e frequentemente entram em conflito. A preocupação maior, neste ponto, é entender o que professores têm feito além de pedir o desligamento dos aparelhos celulares de seus estudantes durante as aulas.
Fonte: Bruno Peron / Jornal Alto Madeira
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