Pesquisadores conseguiram acabar com o longo mistério que envolvia o motivo da perda de memória e da dificuldade de aprendizado ao fumar maconha. Agora se sabe que a razão destes efeitos colaterais está no desencadeado aumento de uma enzima. O estudo descobriu ainda que os efeitos colaterais podem ser eliminados ao inibir o acréscimo desta enzima com o uso de um anti-inflamatório não esteroide, que é um tipo de analgésico.
No estudo, a equipe de pesquisadores da Universidade do Estado da Louisiana, nos Estados Unidos, descobriu que o ingrediente ativo da maconha, o tetraidrocanabinol, aumentou os níveis da enzima COX-2 em região do cérebro de camundongos ligado à memória e ao aprendizado. A maconha é usada há anos no tratamento de dores crônicas, esclerose múltipla, câncer, náuseas, anorexia, e doenças neurodegenerativas, aliviando a dor e aumentando o apetite de pacientes. Os pesquisadores afirmam no estudo que, embora a droga seja indicados para estes tratamentos, os efeitos colaterais neurofisiológicos e cognitivos têm limitado seu uso medicinal.
"Nosso estudo solucionou o mistério sobre como a maconha causa danos neuronais e da memória", disse Chu Chen pesquisador da Universidade do Estado da Louisiana e o autor do estudo publicado no periódico científico Cell Press. "Os resultados sugerem que o uso medicinal da maconha poderia ser ampliado caso os pacientes também tomassem anti-inflamatórios não esteroides", disse.
Os pesquisadores descobriram ainda que o tetraidrocanabinol sozinho ou em conjunto com um inibidor da enzima reduzem a concentração da proteína beta-amiloide, evitando assim a formação de placas impenetráveis que afetam à transmissão entre as células nervosas do cérebro e é uma característica neuropatológica da doença de Alzheimer.
No entanto, é preciso tomar cuidado antes de sair comprando caixas de analgésicos, como anti-inflamatórios não esteróides. Estes medicamentos quando administrados em excesso podem causar dependência física e levar inclusive à morte. "O estudo foi feito em animais, ainda não foram feitos testes clínicos e a severidade dos efeitos colaterais está relacionada com a quantidade de maconha quer é consumida", disse Chen.
Fone: Jornal Alto Madeira
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