Há questões ligadas ao Ministério Público e à Polícia Federal, que ao menos deve ser questionadas. Quando ambas agem dentro das suas atribuições constitucionais, quase sempre o fazem com eficiência e respeitando todas as normas legais. A atuação do MP e da PF, no geral, merece elogios, com exceção, é claro, das exceções, com o perdão da redundância, quando cometem erros e injustiças, como os que cometeram dias atrás. Por exemplo: o procurador da República do Amazonas, Leonardo Galiano, numa entrevista à Rede Amazônica/Globo, do alto da sua função, desrespeitou os representantes políticos do nosso Estado, exacerbando do cargo. Ele colocou sob suspeita de que estivessem cometendo crimes, representantes de Rondônia, que foram defender nossos produtores, exigindo a liberação de madeira, que consideram que foi feita ilegalmente naquele Estado, mesmo depois de liberada aqui no porto alfandegado de Porto Velho. Para o Procurador, tanto o senador Valdir Raupp quanto o vice governador Daniel Pereira, “fizeram pressão política para liberação de carga suspeita de uma série de ilegalidades”. O mesmo, aliás, falou o delegado da PF em Manaus, Flávio Albergaria. Para ele, os políticos queriam liberar mercadoria ilegal no grito. Ou seja, transformaram em crime o esforço das autoridades, que foram reivindicar a liberação da carga. O Procurador na entrevista, insinuou maldosamente que Valdir Raupp participou, com interesses escusos, numa reunião na Procuradoria, pedindo a liberação da carga, mas que ele, Galiano, não sabia se o senador estava ali como político, como representante dos madeireiros ou até eventualmente por alguma ligação com alguma indústria madeireira. Ora, uma declaração exagerada, com o intuito de atacar um Senador que estava cumprindo sua missão. Se a madeira é ilegal, que seja apreendida e pronto. Fazer show midiático para esculachar políticos, aí já extrapola a função das autoridades, sejam elas quem forem.
Os 458 containers continuam apreendidos, por decisão judicial, porque tanto o MP quanto a Polícia Federal alegam que há uma série de problemas, os mesmos que não foram detectados quanto os containers foram liberados no porto alfandegado de Porto Velho. A atuação do vice governador Daniel Pereira, que apelou ao presidente Temer para intervir no assunto, também mereceu críticas tanto do representante do MP quanto da Polícia Federal, ambos alegando “interferência política”, como se políticos defendendo interesses dos seus estados, pela cabeça deles, passou a ser crime. Ora, se há crime, tem que ser denunciado pelo MP, mas não em entrevistas que colocam o direito de defender a produção sob uma suspeita absurda e ilegal, tentando criminalizar a atuação política. Esse assunto, aliás, ainda vai render muita discussão. Por exemplo, sobre o alfandegamento do porto rondoniense. Se ele não vale para nada, por que ainda existe?
OS DOIS ESTÃO INELEGÍVEIS
No mesmo dia, a terça-feira, dois políticos entre os mais importantes do Estado, foram condenados pelo Supremo. Além de Acir Gurgacz, senador do PDT e que era, sem dúvida, um dos principais nomes na disputa pelo Governo do Estado, também o poderoso deputado federal Nilton Capixaba, do PTB de Cacoal, também recebeu pena dura: mais de seis anos de prisão, embora, como Acir, possam ambos cumprir as penas em liberdade. O problema de Capixaba é o mesmo de Acir, em termos eleitorais. Pelas leis vigentes, ambos estão inelegíveis nos próximos oito anos. Para Acir, o tempo ainda lhe permitirá um retorno à vida pública, embora ainda corra o risco de perder seu mandato no Senado, caso seus companheiros assim o decidam. Já Capixaba, até pela idade, poderá ficar todo esse tempo longe da política, o que seria fatal para planos futuros. Acir foi condenado por um empréstimos feito pela empresa da sua família, a Eucatur, num evento ocorrido há 15 anos e em que ele e seus advogados protestaram com veemência, alegando que ele foi apenas avalista do negócio. Já no caso de Capixaba, a condenação foi porque ele foi denunciado por fazer parte da Máfia das Ambulâncias, acusado de receber propina pelas emendas que liberou. O caso de Acir, para tentar uma reversão, ainda tem alguma esperança. Mas o de Capixaba, não!
COMEÇOU O NOVO GOVERNO!
Faltando 30 dias para a posse oficial, de certa forma começou, de fato, o governo de Daniel Pereira. As primeiras mudanças no primeiro escalão, decididas por ele (embora em comum acordo com Confúcio Moura, como afirma), já começaram na equipe que vai administrar todos os setores do Estado, nos próximos nove meses. Nesta quarta de manhã, escolhido a dedo pelo vice governador que assume o poder em 5 de abril, assumiu o comando da Polícia Militar do Estado o coronel Mauro Flores Correa. Ele substitui Ênedy Dias, que, aliás, fez um trabalho considerado bastante positivo, no comando da instituição, mesmo com todas as dificuldades que teve que enfrentar. Dentro de alguns dias, deve mudar também o comando da segurança pública, caso não haja novas decisões. O coronel bombeiro Lioberto sairá da cadeira de dirigente principal da pasta, dando lugar a outro coronel da PM, Ronimar Jobim. Como já anunciou que vai dar propriedade ampla e total às questões da segurança, Daniel Pereira já coloca à frente da PM e da Secretaria, dois nomes de sua maior confiança. Mas não é só isso. Várias outras trocas já estão acontecendo também nos segundos escalões, tendo o dedo do governador que assume o poder, oficialmente, dentro de pouco mais de um mês.
“QUEREMOS MANDAR TAMBÉM”!
Por falar em Daniel, ele já tem alguns pepinos (e dos grandes), para enfrentar, antes mesmo de chegar ao poder. A desesperada pressão de seus companheiros do PSB (leia-se a turma de Mauro Nazif), querendo espaço no governo, é tremenda. Há os mais afoitos que já anunciam que estão assumindo isso ou aquilo; que tal setor será gerido por eles e por aí vai. Mas isso é pouco, ante a pressão de alguns petistas. Com raras chances de voltar a ocupar algum cargo via voto (a exceção é o ex prefeito Roberto Sobrinho, que, se concorrer, tem possibilidade sim de ser deputado estadual) e com apenas Lazinho da Fetagro como uma estrela em ascensão, grupos de petistas andam pressionando Daniel, mandando recados, falando em nome dele. Um conhecido membro do partido, que nunca conseguiu nada na política, mas que se acha o tal, já fala, nas conversas com pessoas próximas, como será a futura administração e que Daniel abrigará todos os ex companheiros de partido, ou seja, do PT, onde ele começou sua carreira política. Se não abrir o olho e não dar um chega pra lá nessa turma, Daniel vai ter problemas. Senão agora, os terá em breve. É só esperar para ver...
A BATALHA DE IVANA
Tem que se aplaudir, de pé, o esforço da produtora Ivana Frazão, pelo grande esforço que ela tem feito para incluir Rondônia e especialmente Porto Velho, no circuito das grandes atrações do teatro. Não fosse a batalha quase solitária de Ivana, com pouquíssimo apoio oficial e, pior, tendo que pagar taxas, impostos, sobretaxas, tributos incríveis para poder utilizar o Teatro Palácio das Artes, estaríamos totalmente fora destas grandes atrações nacionais. Agora, ela anuncia mais quatro espetáculos daqueles que certamente farão enorme sucesso também por aqui e que começarão em breve. As peças serão: a comédia Brimas, em abril; a peça Allan Kardec, Um Olhar para a Eternidade, que será apresentada em maio; o sensacional Os Monólogos da Vagina, em maio e outra comédia, A Sogra que Pedi a Deus, em junho. A programação foi divulgada pela produtora DBoa, que este ano incluiu também em sua grade o projeto teatral ‘Aplausos da Amazônia’, como contrapartida social. Ou seja, já que os órgãos oficiais pouco fazem para incrementar as artes em nossa terra, que o façam ao menos os empresários de visão, ajudando a patrocinar esses grandes eventos.
TÁXIS COMPARTILHADOS
Taxistas da Capital estão pressionando vereadores e a própria Prefeitura, para que seja votada o mais breve possível, lei que regulamente o transporte compartilhado, forma que os profissionais criaram para se manterem no mercado e que está sendo utilizado desde 4 de dezembro. Segundo o sindicato da categoria, pesquisa aponta que 86 por cento dos porto velhenses aprovam o novo sistema de transporte, mas, obviamente, ele é contestado pelo consórcio dos ônibus, o SIM, porque tira passageiros do transporte coletivo. O caso ainda será mote de muitos debates e discussões, mas os taxistas continuam atuando no novo serviço, mesmo que ele não tenha sido regulamentado. A Prefeitura da Capital, ao menos por enquanto, não pune e nem usa a lei para multar os taxistas que fazem o transporte compartilhado, utilizando o mesmo critério que teve em relação ao aplicativo Uber, permitindo que ele funcione normalmente. O Sindicato dos Taxistas está aguardando que a nova lei que regulamente suas atividades seja votada logo na Câmara e garante que já tem apoio da maioria dos vereadores. Por enquanto, eles continuam atuando do mesmo jeito, mesmo sem uma legislação que os autorize.
AUMENTO ABUSIVO DOS CORREIOS
Os políticos quebraram os Correios, que até antes das administrações petistas e de seus tenebrosos aliados, era uma das instituições mais respeitadas do País, ao lado dos Bombeiros. Os carteiros eram pessoas conhecidas nas ruas, nos bairros, em todos os quadrantes das cidades brasileiras. Eram figuras integradas à vida da sociedade e sua chegada era sempre muito bem vinda. Mas quando os bandidos começaram a administrá-lo, começou a destruição, igual, aliás, ao que destruíram em tantas outras empresas estatais e em instituições de governo antes respeitadas e que prestavam importantes serviços à Nação e ao povo. Na última década e meia tudo mudou e a empresa virou uma baderna, totalmente longe do que era e trabalhando sempre no vermelho, sem entregar corretamente as encomendas e carente de quase tudo. Pois agora, os Correios preparam outro golpe contra o consumidor, na ânsia de sair do atoleiro que seus administradores o colocaram. A partir de 6 de março, estará valendo um novo preço, extremamente abusivo, para as entregas de mercadorias país afora. A média de aumento dos envios do Mercado Livre por exemplo, é de 29 por cento, mas muitas cidades serão prejudicadas com aumentos bem maiores. Isso prejudica diretamente o pequeno e o médio empreendedor, além do consumidor, que precisa pagar mais para receber seu produto comprado pela internet. Em determinadas regiões e dependendo do tipo de mercadoria, o valor cobrado pelos Correios pode saltar para 51 por cento, num país onde a inflação não chegou aos 3 por cento. Querem tirar dos clientes – empresas e compradores – o dinheiro que foi desviado. Lamentável!
PERGUNTINHA
Você acredita que a criação do Ministério da Segurança Pública, sem que se mude as leis de combate ao crime, vai conseguir diminuir a violência no nosso Brasil?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário