A segunda-feira será de nova mobilização dos taxistas e mototaxistas de Porto Velho. Eles já foram à Assembleia, onde participaram de uma audiência pública sobre o Uber. Já foram na própria Câmara, onde o assunto começa a ser debatido. Vão de novo, nessa segunda. Estão desesperados, porque temem perder seu ganha pão. Os mesmos taxistas, aliás, que fizeram campanha, berraram, se insurgiram e disseram que perderiam tudo, caso o serviço de mototáxi fosse aprovado na Capital. Eles têm muitas vozes em sua defesa. Tanto nos governos, quanto no Congresso, nas Assembleias, quanto nas Câmaras Municipais, há, não só aqui, mas em todas as regiões do país, um protesto generalizado dos profissionais da área, quanto das autoridades, contra a chegada do Uber. Foi mais ou menos a mesma grita que ocorreu quando a energia elétrica chegou e os trabalhadores que ganhavam a vida acendendo os lampiões de gás nas ruas, protestavam que ficariam desempregados e passariam fome. O mesmo que disseram os que faziam manutenção das máquinas de escrever, quando elas deram lugar aos computadores. O mesmo que muitos jornalistas criados dentro de redações, ainda pensam, com o fim anunciado da mídia impressa, trocada pelos novos e modernos meios de comunicação. Deu pra entender as analogias? A questão do Uber não é se ele chegará aqui ou em qualquer lugar, mas quando chegará. Não há como segurar a modernidade, porque ela é avassaladora. A sociedade sempre anda para a frente, com todos os medos, os perigos, os riscos e até a violência que tenha que enfrentar.
Então, o ideal nesses casos é pensar na frase bem humorada que diz que “se você não pode com eles, una-se a eles”. Os taxistas precisam pensar em se modernizar, ter carros limpos, serem pontuais, agradarem o cliente, terem preços mais convidativos, para poderem concorrer com o aplicativo Uber, que está chegando e vai chegar, queiram ou não. Taxistas reclamam, em parte com razão, que os carros do Uber não pagam impostos como eles e, por isso, podem ter preços menores. Verdade. Mas é verdade também que os táxis são comprados com até 35 por cento de desconto no preço dos veículos. Enfim, cada um defende seu lado e, aliás, com todo o direito e razão. A única verdade contudo, é que não se pode parar o tempo e a modernidade. O futuro do transporte individual é o Uber. Ele já é real. Não tem volta!
SENTENÇA DE MORTE
Sandra Araújo Torres, de 32 anos, foi mais uma vítima da desumanidade, da falta de respeito com a vida humana, com a tragédia da saúde pública. Ela morreu pouco após dar a luz a um bebê, no Hospital de Ariquemes. As reportagens da SICTV/Record mostraram todo o drama de uma pobre família, que agora terá que criar uma criança sozinha, sem a presença da mãe. Sem médico presente, sem estrutura, com o malfadado “parto humanizado” que a Previdência inventou apenas para economizar dinheiro com a vida dos mais pobres, Sandra não teve chance alguma, desde o momento em que entrou no hospital para ser mãe. A demora no atendimento e a espera para fazer um parto natural, quando claramente o caso dela era de uma cesariana de emergência, decretaram a sentença de morte para uma mulher ainda jovem. Dentro de alguns dias, não se falará mais na vida perdida, porque esses assuntos desaparecem, engolidos por outros, mais violentos e mais terríveis. Mas a família de Sandra viverá a vida toda lamentando a sua perda, que poderia ter sido evitada sim!
NOVO TIME EM CANDEIAS
O novo prefeito de Candeias do Jamari, Luiz Ikenohichi, que assumiu o posto depois do assassinato do então prefeito Chico Pernambuco, começa a montar sua própria equipe. O que se fala na cidade é que Ikenohichi teria exonerado perto de duas centenas de ocupantes de cargos comissionados, nomeados por Pernambuco e dá início à montagem do seu time pessoal. Um dos nomes mais conhecidos que já caíram fora da equipe da Prefeitura de Candeias, foi o ex vereador Geraldo Duarte, o Geraldinho do 27, que era secretário de obras. Enquanto isso, a polícia continua investigando a morte do ex Prefeito de Candeias. Há pelo menos um suspeito preso, que já teria confessado o crime, mas ainda não teria dado detalhes da motivação e nem de quem o contratou para o “serviço”!
A TRISTEZA DE UMA MÃE
Foram 128 testes positivos de gente que ingeriu bebida de álcool e caiu nas blitz da PM e da Polícia Rodoviária, apenas no primeiro trimestre deste ano. Foram 868 veículos abordados (dos quais, 425 motos) e, para surpresa das autoridades, mais de 200 habilitações apreendidas. Mais de 1.050 multas foram aplicadas só nessas ações policiais, que visa, antes de tudo, diminuir os números assustadores de mortes e feridos no trânsito, principalmente em Porto Velho. Resultado positivo disso tudo? Uma queda de 70 por cento os acidentes com vítimas fatais. Mesmo com as redes sociais recheadas de idiotas que indicam onde as blitz são realizadas, elas continuam e seus resultados são bastante positivos. Por isso, a PM faz questão de divulgar o que disse a mãe de um jovem de 19 anos, morto numa violenta colisão. : “Eu gostaria que ele tivesse sido abordado na blitz, porque eu ia buscá-lo na delegacia e não morto, no IML”, lamenta a mulher, pela perda do filho tão jovem.
PROTEÇÃO AO TRAFICANTE
“O uso de arma de fogo é majorante especifica do crime de tráfico de drogas, não podendo ser denunciado como conduta autônoma. Concurso material que prejudica o réu. Porte de arma destinado à proteção pessoal em razão do comércio de entorpecentes praticado e ao guarnecimento da atividade ilícita. Corolário lógico é absolvição por atipicidade”. Traduzindo, para uma linguagem mais simples: a decisão judicial é de que um traficante pode andar armado, mesmo que a arma seja comprovadamente roubada, porque ele a use para defender-se, caso outros traficantes decidam ataca-lo, em seu ponto de vendas de drogas. Surreal? Invenção? Loucura coletiva? Nada disso. Essa decisão foi tomada pelos desembargadores da Terceira Vara Criminal do RS, ao considerar inocente do crime de porte ilegal de arma um traficante de drogas. Deu pra entender ou quer que a gente desenhe?
MAIS DE 3 BILHÕES
A tenebrosa lista do ministro Fachin, do Supremo, que sacudiu a República, com 98 nomes de políticos e autoridades de todos os portes, continua sendo o grande assunto no país. Em Rondônia, as coisas começam a chegar nas obras das hidrelétricas do rio Madeira. Logicamente, que muitas coisas faladas nas delações premiadas da turma da Odebrecht, ainda terão que ser provadas e, claro, vários nomes incluídos na relação acabarão inocentados. Mas haverá ainda muito ranger de dentes, para quem tem que explicar o dinheiro recebido ilegalmente. Centrais sindicais, como a CUT e a Força Sindical, por exemplo, foram citadas várias vezes. O deputado Paulinho, da Força Sindical, teria recebido dinheiro por fora até para festa de aniversário da entidade. Há muito mais gente envolvida nesse e em outros episódios de corrupção. Em oito anos, a empresa pagou nada menos do que 3 bilhões e 300 milhões em propinas. Um absurdo inominável!
BANCADA NA CÂMARA ESTÁ FORA!
Há que se destacar, como fator positivo – e pelo menos até agora ´- que nenhum nome da bancada federal rondoniense na Câmara Federal tenha sido citado em qualquer das delações premiadas. Os seis deputados e as duas deputadas, ao menos até esse meio de abril, estão fora de qualquer envolvimento, em todas as operações da Lava Jato. É uma das poucas bancadas estaduais que saíram ilesas, até aqui, do pacotaço de denúncias encaminhadas ao STF pela Procuradoria Geral da União. Já em relação ao Senado, há dois nomes surgidos da deleção. Mas Valdir Raupp alega que o dinheiro recebido o foi legalmente, como apoio à campanha nacional do PMDB e Ivo Cassol lembra que era adversário do projeto de isenção de impostos para as usinas. Como então, nessa condição, seria beneficiados pelos consórcios? Enfim, é sempre bom lembrar que tudo ainda está apenas na fase inicial e que o ônus da prova cabe a quem acusa. Embora, devemos lembrar também, que esse princípio constitucional tem sido esquecido nesse país complexo e onde cada um puxa a sardinha para sua brasa...
PERGUNTINHA
Quando membros do Judiciário decidem que um traficante pode usar legalmente uma arma, para defender seu ponto de tráfico da possível invasão de outros concorrentes, não dá um longo e doloroso frio na espinha, nas pessoas de bem desse país?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires - Porto Velho-RO.
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