terça-feira, 30 de maio de 2017

ROBSON OLIVEIRA - Resenha Política

POLÊMICO - O chefe de gabinete do prefeito da capital, Breno Mendes, virou uma espécie de celebridade às avessas que provoca reações contrárias e favoráveis. Frequentador contumaz das mídias sociais, Breno polemiza sobre tudo e com todos que se dispõem a engatar um debate acalorado sobre política, inclusive futilidades. É possível que a postura apaixonada com que diverge do internauta provoque tanta ira nos desafetos, mas há uma lista enorme de seguidores que o defendem. Breno Mendes é polêmico por natureza, inclusive quando tenta arregimentar adeptos para beberem o indefectível milk shake para emagrecimento. No entanto, não há ninguém acusando-o de malfeitos ou incompetência. Não foi removido ainda do gabinete porque o prefeito não degola auxiliar por pressão de quem tem interesse pessoal em vê-lo defenestrado. E o prefeito está correto. 

REARRUMAÇÃO - Mas Breno Mendes vai deixar a chefia de gabinete e será removido para outra pasta, que não é a Fazendária. Para as finanças, o prefeito avalia um nome conhecido e experimentado nos meios jurídicos. Nenhuma mudança profunda está em andamento, apenas uma rearrumação para arrefecer as pressões criadas artificialmente com o intuito de encher o saco do alcaide, embora água mole em pedra dura tanto bate que um dia fura. 

UBER -  É natural a gritaria dos taxistas com o novo aplicativo UBER. Houve confronto em todas as cidades que o serviço foi instalado. O que não é natural são cenas de brutalidade na vã tentativa de impedir que o serviço seja oferecido a população. UBER veio para ficar independente dos interesses dos taxistas  ou os políticos aproveitadores . Onde foi implantado deu certo por oferecer um serviço melhor e mais barato e o povo aplaude. Cabe ao usuário decidir o serviço que contrata não os políticos impor suas vontades. Não adianta pressão porque o UBER é irreversível aqui e alhures. 

BOATOS - Em tempos bicudos, com os principais personagens do mundo político na berlinda, envolvidos nas traquinagens amplamente conhecidas, o terreno é fértil para os boatos, em particular sobre supostas operações espetaculares.  Não há uma semana que as previsões alarmistas feitas por adivinhões de plantões sejam confirmadas. Já li tanta barrigada. 

TIC E TAC - Não precisa ser nenhum bruxo para deduzir que os conteúdos das delações envolvendo os malfeitos nas construções das usinas cedo ou tarde alcançarão agentes políticos por aqui. É elementar, visto que nomes foram revelados pelos inúmeros delatores com gravações que infestam as redes sociais. O que ninguém sabe no momento é a extensão dos fatos que estão sendo investigados e os demais personagens envolvidos atualmente ocultos. Mas é questão de tempo. Enquanto isto, o “tic tac” dos boatos e boateiros faz das previsões o terror que lhe convém.

BOI - Em conversa com a coluna, o vice-prefeito Edgar Tonial (famoso Boi) jurou que as denúncias de propinagem que teria recebido do grupo JBS são invencionices do delator. Lembramos que o delator é obrigado a comprovar a versão dada aos investigadores e, em relação a ele (Boi), pesa a suspeita de recebimento de dois milhões em troca da ajuda em burlar o fisco rondoniense. Enquanto não houver formalmente uma denúncia, boi tem direito de berrar em defesa própria para negar seu envolvimento nas delações.

CONDUTAS - Como regra constitucional ninguém é obrigado a fazer prova contra si, embora as evidências conspirem em sentido contrário. Contudo, neste caso concreto, basta a Sefin verificar internamente se houve discrepância entre os negócios feitos em Rondônia pela JBS e o imposto recolhido para comprovar se os fatos são verdadeiros. Quanto às condutas eventualmente praticadas por cada um, momento da individualização, certamente os investigadores darão os nomes aos bois. E os mugidos serão de outra natureza. 

REJEIÇÃO - A propinagem que corrói as instituições e revela os destinatários contaminou o ambiente político provocando apatia na população e uma rejeição altíssima aos eventuais candidatos em 2018. Esta é a principal leitura que este cabeça chata observou pelo resultado de uma pesquisa que aferiu a popularidade de nossas autoridades políticas, prováveis candidatos. Com algumas exceções, os percentuais de rejeição de todos são parecidos. 

LAVA JATO - A principal operação que abalou o país, sacudiu o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, afetou o humor do eleitor e desgastou de forma inexorável os envolvidos. Ainda é cedo para confirmar que seja um desgaste irreversível, mas os estragos são imensos.

LIMITADO - Maurão de Carvalho, apontado como o provável pré-candidato do PMDB ao Governo de Rondônia, aparece nesse momento com números regulares. Entretanto, quando confrontado com outros pretendentes à vaga na pesquisa estimulada, se revela um candidato limitado e incapaz de empolgar o eleitor. Aparentemente a limitação alcança também a estatura para o cargo, e é uma deficiência que não passa despercebida do eleitor médio numa campanha majoritária. Embora seja um candidato afável no trato individual.

BOMBANDO - Os deputados Marcos Rogério (DEM), Marinha Raupp (PMDB), Expedito Neto (PSD) e Mariana Carvalho (PSDB), nessa ordem, estão bem avaliados pelo eleitor rondoniense. Os outros quatro deputados federais (Garçom, Capixaba, Mosquini e Luís) terão que dar mais visibilidade aos seus feitos no Congresso Nacional, senão vão amargar uma retumbante derrota em 2018. Na esfera estadual Léo Moraes bomba em relação aos demais pares. É de longe o mais bem postado na capital (crescendo no interior) com gás para alçar voos maiores do que imagina.

NA MOITA - Quem está rindo à toa é Expedito Júnior (PSDB), já que pontua bem em todos os cenários. Como não tem mandato e não está com o nome envolvido no mar de lama da lava jato, vai procrastinar a decisão do cargo que disputará até as vésperas das convenções. Com os direitos políticos normalizados e longe da língua dos delatores, sabe que não é fácil concorrer a uma eleição com o nome ligado a eventuais malfeitos. Tem aproveitado o tempo livre para retomar a leitura sobre a economia estadual e gestão pública.

AVALIAÇÃO - O governador Confúcio Moura (PMDB) está razoavelmente bem avaliado na maioria dos municípios. Na capital, contudo, o sinal é amarelo já que os percentuais de reprovação estão tecnicamente empatados com o de aprovação. Na hipótese de disputar uma vaga ao Senado, entra como um candidato competitivo, embora longe de ser imbatível, conforme os asseclas forçam em propagar. Algo parecido ocorreu com Ivo Ksol (PP) quando largou o governo para disputar as eleições senatoriais: de candidato imbatível foi surpreendido com uma avalanche de votos obtidos pelo principal rival Valdir Raupp (PMDB), nas eleições de 2010. Levou a segunda vaga porque não havia outro nome competitivo, diferente do que pode acontecer em 2018. 

FANTASMA - Mesmo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) opte por adiar uma decisão sobre o pedido de cassação da chapa Dilma Roussef e Michel Temer, o governo do peemedebista acabou. Michel Temer é hoje um fantasma que vaga feito alma penada pelo palácio Jaburu. Dificilmente PMDB e PSDB - principais fiadores do governo - ficam com ele até o momento que encontrarem um nome capaz de abafar a crise e concluir o ano de 2017 que insiste em não acabar. 

SEM HONRA - Temer teima em permanecer num governo que assombra a população. Provas para cassar a chapa o TSE tem em abundância, independentemente de ser uma saída “honrosa”, apesar de que qualquer cassação é algo desonroso para quem vive na vida pública.


MIGALHAS - Um dos mais importante site jurídico do país, o Migalhas, publicou ontem um artigo do advogado rondoniense Diego Paiva Vasconcelos sobre os aspectos constitucionais que permeiam a discussão da sucessão de Michel Temer, por vias indireta. O artigo aponta a saída para o imbróglio  e lembra das constituições anteriores relativas ao tema. O advogado está residindo na Itália para concluir o doutoramento. Um excelente texto produzido por um jovem intelectual. A coluna se junta aos defensores das Diretas Já por compreender que os membros do nosso Congresso não possuem mais legitimidade para escolher o sucessor presidencial, visto que um terço do colegiado está envolvido na lava jato. 

ERRATA -  Ari Ott, reitor da UNIR e leitor atento da coluna, lembrou ao colunista que o nome correto do ex-presidente da Câmara Federal é Ibsen Pinheiro e não IBIS, conforme saiu na resenha passada. Nada do que ter como corretor uma pessoa magnífica que ostenta entre outros títulos o de Vossa Magnificência. Que coisa magnífica...

Fonte: Jornalista Robson Oliveira - Porto Velho/RO

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