Um Presidente da República recebe, dez da noite, um empresário, que, por sinal, está sendo investigado por uma série de ilícitos, incluindo-se aí corrupção ativa. O nome do empresário não consta da agenda oficial. Os dois conversam por quase 40 minutos, a maioria dos temas relacionados com coisas ilegais, tipo “estou cooptando juízes”; “vou ter um procurador ao meu lado” e por aí vai. No meio da conversa, o empresário corruptor avisa Sua Excelência que está pagando uma boa grana para que um ex presidente da Câmara (vamos fazer de conta que o nome dele é Eduardo Cunha), receba dinheiro ilícito, para não contar tudo o que sabe, mesmo estando preso. Sua Excelência, muito preocupado apenas com a família do ex parlamentar, como explicou depois, sem ficar ruborizado, determina: “mantenha isso!”. Ora, o que se pode deduzir de um encontro desses? O Chefe de uma Nação, que assumiu o governo depois da queda do seu antecessor exatamente por delitos envolvendo o descumprimento da lei (alguém aí lembra o que é pedalada fiscal?), deveria, mais que ninguém, saber que o país que ele governa está mudando. E que essas mutretas, mesmo a portas fechadas, podem ser denunciadas, como o foram. E a gravação clandestina? Não é o que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu: ““Ação penal. Prova. Gravação ambiental. Realização por um dos interlocutores sem conhecimento do outro. Validade. Jurisprudência reafirmada. Repercussão geral reconhecida. Aplicação do artigo 543-B; parágrafo Terceiro, do Código Penal Brasileiro. É lícita a prova consistente em gravação ambiental, realizada por um dos interlocutores, sem o conhecimento do outro.” (Relator, ministro Cézar Peluso).
O presidente Temer cometeu crime? Cometeu sim. No mínimo por omissão, por não ter mandado prender um criminoso confesso, que se vangloriava, na sua frente, de estar “comprando” autoridades do Judiciário. No caso do cala boca ao ex presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que se interprete como quiser, mas ficou claro que o Presidente quis dizer é que o sistema de propina deveria continuar, para acalmar o preso. Tomara que Temer caia fora logo e se encontre um caminho justo, dentro da lei, respeitando-se totalmente a Constituição, para que possamos tocar em frente. Sem corrupto ou omisso na Presidência.
O MINISTÉRIO PÚBLICO E O UBER
“A ordem econômica nacional é regida pelos princípios constitucionais da livre iniciativa, livre concorrência e de defesa do consumidor, contemplando, ainda, as liberdades de empresa, de modelos de negócios promovidos pela internet, de trabalho e de escolha do consumidor”. Esse o resumo de posição do Ministério Público rondoniense, em relação ao transporte individual de passageiros, através do aplicativo Uber. Traduzindo: para o MP, os serviços do Uber são totalmente legais. Foi mais longe: “O Ministério Público ressalta que o transporte individual de passageiros, prestado por motoristas particulares, cadastrados em aplicativos, é realidade social de aspecto globalizado, que não tardou a ser percebida e procurada pelos consumidores mundialmente, pois trouxe uma nova opção de mobilidade urbana aos usuários”. Para o MP, “os consumidores foram atraídos pela comodidade, preço e simplicidade do aplicativo, com a ampliação do leque de escolhas”. Em Porto Velho, a crise dos taxistas contra o Uber continuará ainda por longo tempo.
CRIANÇA DESRESPEITADA
Muitas vezes se critica ações de alunos, muitos deles agressivos, que desrespeitam e até agridem professores dentro das salas de aula. É uma vergonha para o sistema educacional. Mas é sempre bom mostrar também o outro lado da moeda: professores pedantes, que ignoram as necessidades dos estudantes, ainda mais quando são pouco mais que crianças. Nessa semana, aconteceu um fato lamentável, na Escola Bela Vista, bairro Conceição. Uma menina de onze anos pediu várias vezes para ir ao banheiro, no que foi impedida pela professora, que segundo o avô da criança, que fez a denúncia (Arino Passos Vieira, funcionário da Assembleia Legislativa) até que a menina fez as necessidades ali mesmo, dentro da sala. Claro que ela virou mote de gozação e bullyng. Segundo o avô, o nome da professora é Rosilene. Ele ficou extremamente revoltado com o episódio e pede ao secretário Waldo Alves, titular da Seduc, que tome medidas drásticas, para que esse tipo de episódio não ocorra mais.
ADELINO E LUCAS
O deputado Adelino Follador, o mais votado entre todos os então candidatos à Assembleia, que estão cumprindo mandatos na atual legislatura, ainda não definiu seu rumo político para 2017. Do alto dos seus 19.151 votos, com um eleitorado fiel, principalmente na região do Vale do Jamary (foi prefeito de Cacaulândia por duas vezes), ele pode decidir por concorrer a uma vaga à Câmara Federal ou ainda a ir à reeleição. Nesse último caso, Follador teria praticamente garantida sua cadeira no parlamento, pelo volume de votos que têm e pelo bom mandato que está realizando. Mas, então, porque trocar o certo pelo duvidoso? Simples. O filho dele, o jovem Lucas Follador, é vice prefeito em Ariquemes (parceiro de chapa do prefeito eleito Thiago Flores) e está à busca de espaço na política da região. Então, se o pai for candidato à Assembleia, pode inviabilizar a candidatura do jovem. Se for para a Câmara Federal, pai e filho formarão uma dobradinha quentíssima. Qual será a decisão do campeão de votos Follador? Provavelmente só saberemos no início do ano que vem... .
TROCANDO GENTILEZAS
Confúcio Moura e Hildon Chaves podem até não se amar, mas a relação institucional entre os dois é muito boa. Bem melhor do que sugerem algumas publicações e piadas na mídia local, em que os dois são mostrados como se estivessem em rota de colisão. Não estão. Nessa semana, os dois conversaram durante longo tempo, num almoço que durou quase duas horas, num restaurante da Capital. Além do peixe, o cardápio teve troca de gentilezas (o Prefeito fez uma homenagem pública ao Governador, que aniversariou um dia antes do encontro e Confúcio “encheu” a bola de Hildon) e discussão sobre projetos importantes para a Capital. O principal assunto em relação à infraestrutura (água e esgoto), em que ambos concordam que a Caerd precisa ser privatizada. Divergem apenas na forma como isso deve ser feito. Além de obras de asfaltamento de Porto Velho, os dois também falaram longamente sobre a Rodoviária. Confúcio prometeu que, se não conseguir concluí-la em seu mandato, deixará recursos para que a Prefeitura conclua o trabalho. Até aqui, o relacionamento da dupla está indo muito bem. Durará até quando? Isso, só o tempo pode dizer...
NOMES DO JUDICIÁRIO
Cresce o número de candidatos a candidato ao Governo. Além dos citados continuamente, como Maurão de Carvalho e Acir Gurgacz, que estarão na disputa, há ainda muitos outros nomes, sempre lembrados: Ivo Cassol, Expedito Júnior, Mariana Carvalho, Daniel Pereira, por exemplo. Mas agora, começam a aparecer, também, dois importantes nomes ligados ao mundo da Justiça. Eles estão sendo citados com possibilidades concretas de aceitarem o desafio, para tentarem chegar à cadeia hoje ocupada por Confúcio Moura. Um deles é o procurador de Justiça Héverton Aguiar. Numa recente entrevista ao site Rondônia Dinâmica, ele confirmou que pode sim, entrar na disputa. Mais recentemente, começou a aparecer, também com força, o desembargador Gilberto Barbosa, um dos nomes mais respeitados do Judiciário rondoniense, assim como Aguiar. Barbosa, aliás, participa, nesse sábado, como convidado especial, do programa Papo de Redação na TV. Ele vai bater papo com os Dinossauros Beni Andrade, Everton Leoni, Léo Ladeia, Jorge Peixoto e Sérgio Pires. Certamente a sua possível candidatura estará na pauta.
A NOVELA DOS VIADUTOS
O prefeito Hildon Chaves, ao lado do senador Ivo Cassol e do deputado Luiz Cláudio da Agricultura, estiveram, na manhã dessa sexta, conversando com jornalistas. Onde? No complexo dos viadutos sobre a BR 364, na entrada de Porto Velho, ali no famoso Trevo do Roque, que, aliás, não existe mais. O trio anunciou a conclusão da alça do viaduto da Três e Meio e a complementação de outras obras naquela região, para concluir, enfim, uma estrutura completa de acesso à Capital, que já deveria estar pronto há pelo menos quatro anos, senão mais...Presente também no bate papo com a imprensa, o coordenador de Engenharia do Dnit, Ala Oliveira Lacerda, confirmou que o complexo da Três e Meio ficará pronto em 90 dias e todas as demais estruturas, até o final do ano. Quando tudo estiver concluído, começarão a ser retomadas as obras do viaduto na Campos Sales, um esqueleto assustador, que ninguém tem certeza se um dia será mesmo entregue à comunidade. Anunciadas há oito anos, quando foram iniciadas, as obras dos viadutos de Porto Velho até agora não estão perto de serem concluídas. Tomara que dessa vez a coisa vá mesmo...
PERGUNTINHA
Quando toda a delação premiada dos diretores da Friboi forem de conhecimento público, sobrará pedra sobre pedra, no conspurcado mundo da política brasileira?
Fonte: Jornalista Sérgio PLires - Porto Velho/RO.
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