No centro de Porto Velho, as praças deixaram de ser do povo. A invasão começou há muitos anos, sob a complacência do Poder Público. Talvez a último governo em que o cidadão comum pôde usufruir de suas praças, foi no de José Guedes e parte do governo de Carlinhos Camurça. A partir dali, começou uma tomada, lenta no início, rápida depois, de praticamente todos os espaços públicos. A Praça Marechal Rondon se transformou primeiro na Praça do Baú e depois se tornou o local dos ambulantes e, à noite, dos drogados e marginais. Ficou assim durante longo período do governo Roberto Sobrinho e nos quatro anos de Mauro Nazif. Agora – e só agora – começa a ser devolvida à população. Pertinho dali, a Praça Jonathas Pedrosa se tornou um camelódromo. Não há sequer um metro quadrado para que se caminhar pela praça, que deveria ser de todos. Não se pode sentar nos bancos, se é que eles existem ainda. Uma parada de ônibus, incrustrada entre barracos cobertos por plásticos pretos e azuis, é o único sinal que resta de que, ali, deveria ser um espaço de todos. Cidade afora, essa aberração tirou do porto velhense o direito de ter os espaços públicos para si, excetuando-se alguns poucos ambulantes e barraqueiros, que precisam de espaço sim, para trabalhar, mas obviamente não ali. No feriado da sexta feira Santa, na avenida Sete de Setembro, os poucos transeuntes e carros se depararam com outra anomalia, na zona nobre da cidade: paredes das lojas, fechadas, lotadas de DVDs e CDs piratas, vendidos à luz do dia, como se esse comércio ilegal, legal fosse.
Não vai se recuperar uma cidade abandonada como Porto Velho sem algumas medidas drásticas. Não há como. A Prefeitura anuncia que vai retirar todos os ambulantes das praças e locais proibidos, mas não é o que se vê até agora, ressalvadas honrosas exceções. O município que dê seu jeito, criando um local apropriado para que toda essa gente, batalhadora, dedicada e trabalhadora, continue ganhando seu pão de cada dia. Mas a administração pública não pode, sob nenhum argumento, “doar” espaços públicos, como nossas praças, para transformá-las em pontos de venda de tudo que é quinquilharia. A tão castigada Porto Velho continua sendo maltratada. Como o foi durante os últimos anos...
O SANTO MALUF
Quem iria imaginar essa? Perseguido durante anos, denunciado em dezenas de processos, preso, controvertido, o homem do “rouba, mas faz!”, não está citado em nenhum dos processos envolvendo a Lava Jato. É deputado federal, está no olho do furacão, mas tem citação zero do seu nome, em qualquer das dezenas e dezenas de operações envolvendo a roubalheira denunciada entre congressistas. Ele parece um anjo, entre muitos demônios! Ninguém menos do que Paulo Salim Maluf, um dos mais antigos nomes da política brasileira, acusado de meter a mão grande nos cofres públicos dezenas de vezes, mas jamais condenado em última instância. Ao menos até agora. Até os milhões de dólares que ele teria no exterior, segundo o MP e a Justiça, não conseguiram pegá-lo. Maluf acabou virando quase um batedor de carteira, na roubalheira geral, institucionalizada nesse país. Quem diria!
O PEDÁGIO DA CUT
Henrique Valadares, ex presidente da Odebrecht Energia, fez delação premiada e apontou o dedo em várias direções. Na maioria dos casos, de políticos, envolvidos com falcatruas. Mas, quem não havia aparecido ainda na Lava Jato e agora está lá, com todas as letras? Ela mesmo, a CUT, principal braço sindical do petismo, aquele que arrasou os cofres públicos do país, junto com seus aliados. Segundo Valadares, a CUT “cobrava pedágio” para não permitir que houvesse greves nas obras da usina de Santo Antônio e Jirau. “A CUT foi o primeiro sindicato a chegar lá, no Rio Madeira e se estabelecer. Estavam todos de olho no contingente de milhares de funcionários que seriam necessários para construir as usinas de Santo Antônio e Jirau. Sindicatos chegam que nem abelha para conquistar espaço. Mas o pessoal da CUT costumava cobrar de fato pedágios mensais, para eles não apoiarem greve, atos de violência. Era preciso pagar a CUT”, disse o empresário.
LIMPEZA NA ZONA SUL
Claro que houve problemas. Claro que muita gente ficou irritada, por ter ficado presa no trânsito por longos períodos. Mas esse efeito colateral, não tirou o brilho de uma grande ação conjunta das polícias militar e civil, com apoio da Polícia Rodoviária, realizada essa semana na zona sul de Porto Velho. Durante perto de 20 horas, todas as saídas e entradas da região foram fechadas. Mais de 420 veículos foram vistoriados; houve pelo menos duas dezenas de prisões, entre as quais ladrões e assaltantes, alguns foragidos, que estavam infernizando os moradores da região. Foram apreendidas armas e drogas. Moradores daquela populosa área da cidade querem mais: que a polícia repita a ação seguidamente, para tentar ao menos diminuir a extrema violência que tomou conta dos bairros próximos à avenida Jatuarana, onde os bandidos têm agido leves, livres e soltos. A Secretaria de Segurança certamente vai garantir que essa moleza para os criminosos acabe de vez. Tomara!
O POVO TEM QUE AJUDAR!
Ainda dentro do mesmo tema, a polícia, que tem se esforçado para combater os altíssimos índices de criminalidade tanto em Porto Velho quanto em algumas cidades do interior, está pedindo o apoio da população, porque sem ele fica muito mais difícil a segurança pública ter bons resultados. Uma forma de ajudar? Simples. A polícia pede também que não seja divulgado em grupos e redes sociais os pontos das blitz, que serão realizadas em diferentes pontos e praticamente todos os dias. A informação nas redes sociais ajuda aos bandidos. Facilita a fuga de criminosos perigosos e a perda de bens materiais de pessoas de bem; quando não matadores, que atacam sem piedade. Também é bom levar em conta que a divulgação dos pontos de blitz, para informar outras pessoas a desviarem delas, é crime gravíssimo. Um policial, que participa ativamente dessas ações, resumiu: “pedimos o apoio das pessoas de bem. Se cada um fizer sua parte, o índice de acidentes, mortes, assaltos e a violência no todo, cairão. Se a população não nos ajudar, nosso trabalho será em vão”!. Disse tudo!!!!
OS TALENTOS DA TV
Juraci Júnior, responsável pela criação e produção de muitas das vinhetas e produções de TV que o telespectador está acostumado a ver, nas emissoras do Sistema Imagem de Comunicação (SICTV/RecordTV), é o entrevistado de Sérgio Pires no programa Direto ao Ponto, desse sábado. A atração começa às 11h25, pela TV aberta, na Record News, Canal 58. Simultaneamente, a entrevista é transmitida pela SKY (Canal 358) e pela TV a Cabo (C anal 17). Juraci Júnior fala sobre os talentosos criadores dos programas, das vinhetas, das produções, que fazem parte da história da TV local, mas que são poucos conhecidos do público, porque estão sempre atrás das câmeras. E ainda sobre a nova programação da SICTV, que está conseguindo ótimos índices de audiência. Não perca!
FÃ DE EXPEDITO!
O chefe da gabinete do prefeito Hildon Chaves, o advogado Breno Mendes, tem um novo ídolo na política. É de Rondônia é seu companheiro de partido. Leia-se só o pacote de elogios que ele dedicou, como fã, nas redes sociais: “Expedito Júnior tem meu respeito e minha admiração. Tem muito a contribuir para o nosso Estado. Muitas pessoas criaram uma mácula injusta e irreal sobre o seu nome, mas ele é ´FICHA LIMPA´, nunca respondeu por improbidade ou por mal feitos ao erário. Foi vítima de uma armação sórdida, que ainda será revista. Não tem seu nome na Lava Jato e, enfim, vamos que vamos companheiro!”. Breno, que tem se mostrado um fiel escudeiro do seu chefe, Hildon Chaves, está apostando, publicamente, suas fichas em Expedito Júnior. Que, aliás, não decidiu ainda se disputará o Governo do Estado ou o Senado, em 2018. Está candidatíssimo e, seja para que cargo for, contará com todo o apoio do comando da Prefeitura da Capital.
PERGUNTINHA
Será que um dia esses bilhões e bilhões de reais desviados dos cofres públicos no Brasil, voltarão a eles, para atender ao pobre, abandonado e sofrido povo deste país?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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