segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Opinião de Primeira - O ELEITOR TERÁ DADO O PRESENTE QUE PORTO VELHO PRECISAVA?

O eleitor de Porto Velho driblou todo o mundo, incluindo todos os institutos de pesquisa. E colocou como mais votado no primeiro turno, o ex promotor Hildon Chaves, que vai disputar a Prefeitura com Léo Moraes. Esse sim, aparecia em todas as pesquisas, com chances reais de ir à reta final. Mas Hildon não. A não ser o próprio candidato e seus partidários, que sempre acreditaram chegar ao segundo turno, quem mais apostaria numa vitória retumbante desse cara nova da nossa política? Agora, há uma inovadora realidade na política da maior cidade do Estado. Um ficha limpíssima e uma jovem liderança vão disputar o segundo turno, numa corrida pelo voto das mais quentes, até pelo curto período de 28 dias em que durará essa nova e decisiva campanha.  Não foi surpresa o atual prefeito Mauro Nazif ficar fora da decisão e não ir à reeleição. Os números de rejeição ao seu governo pouco mudaram em muitos meses, indicando que ele teria enormes dificuldades de atingir sua meta, o que acabou se tornando realidade. Outra surpresa foi Williames Pimentel, apoiado pelo poderio político do PMDB, não ter conseguido superar os 34 mil votos. Mesmo estreante nas urnas, Pimentel fez boa participação, mas poderia ter ido mais longe. Roberto Sobrinho, que sangrou durante todo o primeiro turno, não superou os 26.500 votos. Não tivesse vivido o que viveu, em função dos problemas com a Justiça, poderia ter ido muito maios longe. O mesmo poderia se raciocinar em torno de Ribamar Araújo. Os pouco mais de 5,5 por cento dos votos foram muito pouco, pelo potencial que o deputado do PT tinha. Pimenta de Rondônia não teve nem mais nem menos do que se esperava.

Agora é outra eleição. É outro debate. É outro momento. São apenas dois finalistas. Duas caras novas da política. Ficaram para o final nomes altamente positivos. No dia do seu aniversário, provavelmente o eleitor, em sua maioria, tenha dado o melhor presente para a Porto Velho, que comemora 102 anos. Esperemos que isso seja verdade!

O QUE HOUVE, IBOPE?
A pergunta óbvia, depois do que aconteceu em Porto Velho, com a surpreendente vitória de Hildon Chaves: o que está acontecendo com as pesquisas do Ibope? Como um instituto experiente, com décadas de conhecimento do mundo das disputas  eleitorais, não consegue detectar a migração do eleitorado para uma das candidaturas? Como o fenômeno, que começou praticamente no dia seguinte ao debate da SICTV/Record, não foi descoberto pelo Ibope e muito menos pelos outros institutos, menos confiáveis, que ouviram o eleitorado da Capital? Na última pesquisa que divulgou, o Ibope colocou Léo Moraes e Mauro Nazif no segundo turno. Colocou Roberto Sobrinho empatado tecnicamente com Mauro. Pôs Pimentel em quarto e Hildon Chaves em quinto, com apenas nove por cento das intenções de voto. Tem como explicar que o Ibope não teve qualquer indício de que Hildon teria exatamente 19 por cento a mais do que o apontado? Enfim, mais uma vez o instituto errou feio. Não tem sorte em Rondônia ou é incompetência mesmo?

O FENÔMENO PALITOT
Também na Câmara de Vereadores, houve muita mudança. Dos 21 vereadores, 13 são caras novas, destacando-se o professor de História Aleks Palitot, que foi o campeão, com 4.039 votos. É uma nova missão na vida do competente, dedicado Aleks,  amado pelos jovens com quem convives, defensor da história, da cultura e de tudo o que tem de bom nessa Capital. Terá uma missão ainda mais dura pela frente, com toda essa votação, em colocar em prática seus planos de trabalhar pela comunidade, num Poder que tem sido pífio nos últimos anos. Prova disso é que se reelegeram apenas oito edis. Caras conhecidas, mas na maioria dos casos, sem um histórico de grandes realizações, obviamente tirando-se as exceções de sempre. Palitot vai sofrer, para poder se destacar numa Câmara tão pouco produtiva.

AS CARAS NOVAS NA CÂMARA
Entre os vereadores eleitos pela primeira vez em Porto Velho, estão caras novas, como dois jovens promissores, de famílias de políticos. Um deles é Maurício Carvalho, filho do ex vice governador Aparício Carvalho e irmão da deputada federal Mariana Carvalho. Outro, o filho do deputado Aélcio da TV, o Luan da TV. A jovem apresentadora Cristiana Lopes é outra estreante na política, que teve uma excelente votação e chega ao legislativo municipal cheia de ideias e com um futuro promissor na política. Eleito com o apoio – inclusive financeiro – de seus colegas do setor de fiscalização da Prefeitura, Júnior Cavalcante. Jacaré do PSDC é uma incógnita, assim como o Pastor Edésio Fernandes. Espera-se que todos eles conseguiram impor um novo ritmo de trabalho na Câmara, que tem sido muito ruim, nos últimos anos.

APELIDOS OFENSIVOS
Por falar em candidatos às Câmaras, merecem repúdio alguns apelidos de postulantes a cargos públicos. E lamenta-se que o TR E aceite registrar esses horrores, num total desrespeito ao eleitor. Veja-se por exemplo candidatos como o Cagado, de Mirante da Serra (a quem o deputado federal Lúcio Mosquini apoiou, num vídeo que viralizou na internet). Ou o Sobre Cu, de Campo Novo de  Rondônia. Teve outros: Tatu, de Itapuã do Oeste; Zé do Lixo, de Urupá; Camisola, de Monte Negro; Febre, de Rio Crespo. Esses últimos até não são tão agressivos, mas também são idiotas. Não deveriam estar nas urnas, com essas baboseiras, como que transformando a eleição numa piada. Pelo Brasil afora, dá pena o volume de apelidos idiotas que a Justiça Eleitoral aceitou registrar. Como uma mulher, homossexual de Camaçari, na Bahia, registrada na urna como Zé Rolão. Lamentável!

AS VITÓRIAS E AS DERROTAS
Por mais de sete mil votos de diferença, o delegado Pedro Flores ganhou a Prefeitura de Ariquemes, tirando a reeleição de Lorival Amorim. Apoiado pelo governador Confúcio Moura, na sua cidade, Pedro saiu atrás e em pouco tempo passou à frente e acabou ganhando. Em Cacoal, deu a lógica: Glaucione Rodrigues ganhou fácil. Quatro anos depois de perder a eleição por meia dúzia de  votos para o Padre Franco, a grande maioria dos cacoalenses, certamente arrependida, colocou a deputada no comando da cidade. Show na urna mesmo deu Jesualdo Pires, em Ji-Paraná. Ganhou com um pé nas costas, fazendo mais que o dobro dos votos do segundo colocado. Em Pimenta Bueno, Juliana Roque, esposa do deputado Cleiton Roque, ganhou do prefeito Jean Mendonça por pouco mais de 300 votos. Em Rolim de Moura, Luizão do Trento foi reeleito. Esses foram os principais resultados do domingo, no Estado.

 PERGUNTINHA
Conta aí: o que foi que fez você, como eleitor, decidir tirar o candidato Hildon Chaves dos últimos lugares em todas as pesquisas e torná-lo o mais votado no primeiro turno?

Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho - RO.


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