Pura ficção. É apenas uma analogia, para que se pense um pouco sobre o assunto. Um juiz de primeira instância, de uma pequena cidade qualquer (vamos citar uma, apenas para colorir o exemplo: Corumbiara, bem no interior de Rondônia), recebe uma série de denúncias, com várias provas, de que servidores do Supremo Tribunal Federal estariam cometendo graves crimes. Tudo hipoteticamente, já que essa história é inventada. O magistrado, ante as inúmeras provas e ávido por fazer cumprir a lei, sentencia que todos os servidores do STF, envolvidos nos crimes, sejam imediatamente presos. A ordem judicial chega às mãos da Polícia Federal, que aciona a Superintendência de Brasília. Lá, são reunidas mais de 30 viaturas e uns 50 policiais, fortemente armados. Eles entram no Supremo, armados e protegidos por decisão judicial. Invadem os gabinetes dos ministros e prendem todos os denunciados. O que aconteceria nesse país, caso essa história tivesse só um pingo de veracidade? Primeiro, o juiz da rondoniense Corumbiara seria, em pouca horas, um ex magistrado. Antes que o galo cantasse três vezes, todos os ministros fariam duros protestos. A presidente do Supremo, ministra Carmem Lúcia, gritaria com todas as forças contra o desrespeito ao Poder. Onde já se viu a Polícia Federal entrar armada, dentro do principal órgão de um Poder independente? O presidente Michel Temer convocaria uma coletiva para pedir desculpas em nome do Ministério da Justiça. Seu ministro já seria ex há muito tempo. O presidente do Congresso, o deputado federal Rodrigo Maia, convocaria uma sessão especial em desagravo a esse ataque desnecessário contra um Poder, mesmo que os alvos não fossem os ministros. O Brasil se transformaria, por dias, num barril de pólvora, com gritos gerais do povo e de todas as autoridades, contra a aberração.
Deu pra entender? Se houvesse uma ordem dessas para prender algum funcionário do Supremo, coitados de todos os responsáveis. Não sobraria um só envolvido na história, que não passasse imediatamente para a galeria dos grandes vilões nacionais. Alguém duvida?
SÓ NO CONGRESSO PODE
Agora deu pra entender, não é? Como na vida real toda essa história aconteceu com o Congresso, aí pode. Por que? Ora, porque se confunde a importância da instituição, essencial para a democracia, com seus membros e servidores. Senadores, deputados e funcionários das duas casas são passageiros e muitos deveriam mesmo estar atrás das grades. Mas fazer o que foi feito, com a entrada no Congresso brasileiro por polícia armada, é um atentado contra um Poder independente, não importam os motivos. Cenas como essas não se via desde a Ditadura Militar. Como o Congresso está abaixo do rabo do cachorro, a grande maioria aplaude a ação absurda, desnecessária e inédita, que relembrou os tempos dos milicos no Poder. Vá se fazer isso com outro poder, pra ver o que acontece!
NÚMEROS DO IBOPE
Hoje é dia de Ibope. Provavelmente no jornalístico da TV Rondônia/Globo, no final da tarde, os números da segunda e última pesquisa do instituto, a única que realmente pode ser levada a sério em Porto Velho. E mesmo assim, com a ressalva de que, em muitas eleições, ele tem errado, como errou feio no primeiro turno da eleição, quando a dois dias do pleito colocou o campeão de votos, Hildon Chaves, na quinta posição. Terá Léo Moraes diminuído a grande vantagem de mais 18 pontos que beneficiava Hildon na primeira pesquisa? Ou o tucano se consolidou à frente? No final dessa quinta, confirmando-se mesmo a divulgação da pesquisa, que já está pronta para a divulgação e depende apenas do desejo da emissora, se saberá em que pé está a disputa pela sucessão de Mauro Nazif. Esperemos, pois!
O CERTO, DA FORMA ERRADA
Os pais de estudantes de Jacy Paraná, que estão há um mês sem estudar, por falta de transporte escolar, fizeram duro protesto nessa quarta. Fizeram o correto, mas da forma errada. Fechar a BR 364 é uma ilegalidade, um absurdo, algo sempre lamentável. Toda a forma de protesto, feito com respeito às leis, merece todo o apoio. O caso de Jacy Paraná merece toda a atenção, em função da falta de responsabilidade da Prefeitura da Capital, que deixou atrasar três meses o pagamento das empresas contratadas para levar e trazer crianças. Mas fechar uma rodovia federal e prejudicar milhares de pessoas que nada têm a ver com o assunto. É uma irresponsabilidade. Aliás, nesse país, cada um faz o que quer e quando quer. As leis são eventualmente aplicadas, mas dependendo da cara do freguês. Está na hora do Brasil voltar a ser um país sério.
OS CARGOS DA VEREADORA
Há alguns vereadores desesperados, esperando o resultado da eleição de domingo para a Prefeitura, para saber qual a parte que lhes caberá naquele latifúndio. O caso de Elis Regina é o mais típico. A dirigente sindical, poderosíssima, tem mais de uma centena de cargos ocupados por indicados seus, na administração Mauro Nazif. Se Léo Moraes for eleito, ela tem chance de manter seu poder dentro da administração municipal. Se o vencedor for Hildon, a chance dela é zero. Por isso, Eli Regina está trabalhando tanto quanto seu candidato, movendo céus e terra, tentando ajudar Léo a chegar lá. Porque ela sabe que se o vencedor for o tucano, ela só entrará na Prefeitura como vereadora que é e como visitante. O poder que mantém, indicando gente sem fim para dezenas de cargos, terminará. Domingo à noite saberemos qual será o futuro da vereadora.
LÁ VEM O ARREPIO!
Pronto! O Tribunal de Contas do Estado determinou a paralisação da licitação para que seja contratada, por longos anos, a empresa responsável pelo recolhimento do lixo na Capital. Ou seja, cada vez que o TCE dá um pitaco, corre um arrepio na pele dos porto velhenses, porque é prenúncio de que um serviço importante poderá ser paralisado. Por enquanto não há esse risco, mas depois do que aconteceu em obras importantes como o Espaço Alternativo, já se fica com a pulga atrás da orelha. Desde 2014 a licitação do lixo tenta ir em frente, mas há tantos recursos judiciais e ao próprio TCE, que já não se sabe mais nada. Um dia, no futuro, alguém que estudar a História vai tentar explicar pra que serviram mesmo tribunais como esses, que quando intervém e burocratizam tudo, impedem a realização de serviços como os da implantação de água e esgoto em Porto Velho, paralisado há anos, sem que se saiba exatamente do porquê.
PERGUNTINHA
O que será que esse governo perdulário, gastador e irresponsável vai fazer ou está fazendo com nossos 1 trilhão e 600 bilhões de reais já pagos em impostos, até a última terça-feira?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário