quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Opinião de Primeira - O OVO DA SERPENTE NO BRASIL ECLODIU HÁ MUITOS ANOS

Não foi do dia para a noite que surgiu o nazismo. Quando o ovo da serpente eclodiu, não havia mais volta. O resultado, todos sabemos. Uma guerra mundial, a divisão do mundo; o terror dos campos de concentração; mais de 50 milhões de mortos. No Brasil, o ovo abriu no final dos anos 80 e, a partir dali, criou uma série mortal de serpentes. Tal qual o fim do nazismo, o final da tragédia brasileira poderá ser de muito sangue, muita morte, muito desespero. O ovo do mal foi posto quando as leis passaram a tratar, como iguais, crimes políticos e crimes comuns. O bandido que trucidava tinha os mesmos direitos de quem cometia algum delito por convicções políticas ou era contra o governo de plantão. Na ânsia de fazer o país esquecer da ditadura, foi oficializada, até na Constituição de 1988, essa tresloucada e dantesca medida. Deu no que deu. O crime se tornou organizado. Os bandidos sabem de cor os aparatos legais que os protegem. Os “dimenor” podem ser violentos e até nunca terem frequentado uma escola, mas sabem cada detalhe, de cor e salteado de como cometer assassinatos, assaltos, estupros, roubos e, ainda, sair impunes.

O nosso nazismo começou a partir do  fim dos anos 90, quando o crime decretou guerra civil no Rio de Janeiro, sob os olhares complacentes e cúmplices de autoridades de todos os poderes. Como não foi combatido, como foi abraçada por leis espúrias e que lhes garantia a impunidade, a bandidagem cresceu e se solidificou, enquanto o Estado se tornou ausente na vida dos mais pobres, deixando-os como iscas perfeitas para as organizações criminosas. Hoje, não há mais chance de controlar o crime no Brasil. Zero. Se as leis mudarem agora, contra o crime, só daqui uns 20 anos faremos a limpeza que os Aliados fizeram contra os nazistas. Lá durou pouco mais de 12 anos. Aqui, estamos indo para a terceira década. Sem qualquer vislumbre de resolvermos o problema. Nosso nazismo ainda vai longe, enquanto as autoridades fazem de conta que nada está acontecendo.

A VOLTA DE AMORIM
Ele voltou! Ernandes Amorim entra para a história política do país novamente, dessa vez ao lado do paulista Eduardo Suplicy. Apenas os dois, que já foram senadores da República, recomeçam suas carreiras políticas pela base, elegendo-se vereador em suas cidades. Suplicy, o campeão nacional de votos na Capital paulista, com mais de 300 mil. Amorim, sendo o segundo mais votado de sua cidade, Ariquemes, com 2.354. É um personagem polêmico, mas sem dúvida uma rica biografia da política rondoniense. Aos 70 anos, ele retorna às lides da vida pública cheio de vitalidade, com muitos planos, inclusive para liderar um movimento que recupere a importância da entidade estadual de vereadores. Preparemo-nos: Amorim voltou com tudo!

AINDA FALTA GENTE
Falta ainda muita gente, mas que eles estão indo, um a um, para a cadeia, mesmo que por pouco tempo, estão sim. O último foi o ex presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mais sujo que pau de galinheiro. Sua única e vital ação em benefício do país foi autorizar o processo de impeachment da incompetente Dilma Rousseff, o poste que Lula inventou para acabar de destruir o Brasil. O cerco aperta em torno daqueles que, durante décadas, se locupletaram, se amancebaram com os cofres públicos, como se amantes e proprietários deles fossem. Toda essa estrutura de roubalheira, será que tinha um chefão ou era apenas uma corrida para se saber quem afanava mais? A resposta para essa pergunta saberemos em breve, quando outros poderosos forem dormir no xadrez e contarem tudo o que sabem. Daí sim, o país vai tremer...

CONFRONTANDO A PM
Tudo aconteceu de novo. Ordem judicial de reintegração de posse de uma fazenda em Ji-Paraná, deixou clara a forma violenta com que age a Liga dos Camponeses Pobres, a famigerada LCP. Quando a PM foi acionada para cumprir a determinação da Justiça, o grupo invasor atacou as forças policiais com pedras, paus e até fogos de artifício, jogando-os contra os homens da lei. Tentaram incendiar ainda o acesso principal à fazenda e ameaçaram de morte os envolvidos na operação de desocupação. A PM teve que usar gás de pimenta e tomar outras medidas mais duras, para retirar os criminosos, que mais uma vez colocaram mulheres e crianças à frente do confronto. São táticas de guerrilha, na tentativa de que ocorra algum exagero dos representantes da lei, para que eles possam vociferar contra a polícia. Deram-se mal, de novo. Agora, a lei começa a ser cumprida. Não é mais aquela baderna dos tempos dos governos petistas....

É INCONSTITUCIONAL
Mais uma vez, decisão na Assembleia Legislativa, aprovando o garimpo no rio Madeira, é uma atitude inócua, sem aparato legal, sem condições de ser cumprida. Apenas a União pode decidir sobre o assunto. Mas os garimpeiros vão ao parlamento, pressionam os deputados de todas as formas e eles tentam achar uma alternativa, alguma coisa que atenda ao menos em parte os que trabalham na cata ao ouro dentro do rio. A ideia dessa vez é diminuir a Área de Proteção Ambiental (APA), permitindo o garimpo a partir de cinco quilômetros da ponte do rio Madeira, em direção a Manaus. Nem assim. Tão logo chegue ao governador Confúcio Moura, a proposta será vetada, por inconstitucional. Enquanto o governo federal não mudar a lei, a Assembleia pode decidir o que quiser, que não terá qualquer valor legal, nesse contexto.

ABANDONO TOTAL
Qual a explicação para o total abandono de obras que, até um dia antes da eleição de 2 de outubro, estavam sendo tocadas a toque de caixa? Os moradores do bairro Lagoinha, na zona leste, estão protestando com veemência, exigindo que a Prefeitura da Capital retome os serviços que abandonou como se aqui fosse terra de ninguém. O assunto foi destaque nos telejornais das emissoras de TV, nessa semana. Populares bloquearam as avenidas Raimundo Cantuária e  Alexandre Guimarães, mostrando o abandono dos serviços e criticando duramente a administração municipal, que não dava nenhuma explicação a ninguém. Antes, os moradores já tinham se acostumado com o desrespeito e o abandono. Quando as obras de canalização começaram, todos tinham esperança de que as coisas iriam melhorar. Agora, abandonados, eles se sentem otários. Ficaram com ruas muito piores do que eram e ninguém lhes dá uma explicação. Lamentável!

PERGUNTINHA
Depois de Eduardo Cunha, será que veremos outros graúdos indo para a cadeia, como o presidente do Senado, Renan Calheiros e aquele ex líder trabalhista acusado de participar de várias falcatruas?

Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.

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