Inferno astral - O padre Ton (PT) esbravejava que preferia voltar a dar missa a apoiar a reeleição de Confúcio Moura (PMDB). No segundo turno apoiou e se engajou na campanha do peemedebista sem nenhum constrangimento. O problema é que o mandato de deputado federal acaba nos próximos meses e o Prelado ainda não sinalizou em devolver ao ex-religioso uma diocese para pregar. Restaria ao petista aguardar as eleições municipais (em dois anos) e entrar na disputa por uma prefeitura da Zona da Mata. Para azar do padre, esta semana a Justiça Estadual julgou procedente uma ação de improbidade que impôs ao Ton oito anos de inabilitação para disputar as eleições. Mais duas ações da mesma natureza estão prontas para serem sentenciadas e podem colocar o padre definitivamente na lista dos fichas sujas. Das decisões, cabem recursos. No entanto, voltar a dar missa ou retomar a vida política estão ficando distante dos planos do petista. Um inferno astral desde que apoiou o peemedebista.
Golpistas - Não é nova no Brasil a marcha de insatisfeitos com a política e os políticos, indo às ruas pedir a derrubada do governo constitucionalmente eleito quando não se consegue unir a nação. Como também não é novidade que os mais afoitos e com problemas de transtorno bipolar aproveitam estes movimentos e defendem um golpe liderado por militares.
Bipolar - Basta ler um pouco da história do país que veremos o quanto são autoritárias nossas instituições e o quanto é manipulável a nossa população (ou parte dela). Democracia é uma construção diária que exige senso crítico e tolerância para se consolidar. Não é fácil construir uma nação com autoridades bipolares e gente autoritária. Aliás, a República foi instaurada no país por golpistas. Deu no que deu. Hoje, com os instrumentos de comunicação mais rápidos do que os censores, é impossível para os golpistas engabelarem todo o povo numa só vez.
Manifestação - Os otários (perdão pela qualificação) que marcharam na véspera da data dos finados (dia sugestivo aos insurretos) na Avenida Paulista pedindo um golpe militar são malucos que surgem por aí para dar vazão aos problemas emocionais que escondem. As palavras ditas na marcha somente foram possíveis porque vivemos exatamente uma democracia. Estivéssemos num regime de exceção, igual ao que agora reivindicam, teriam sido dispersados a botinadas, cassetetes e bala. Os líderes teriam sido encaminhados para um calabouço clandestino qualquer e submetidos a sessões diárias de torturas. Este filme é conhecido. Só pessoas com transtornos mentais defendem o retorno aos anos de chumbo. Não há outra explicação.
Consequência - Embora algumas palavras de ordem defendam a aplicação inflexível da ordem legal, uma manifestação que exalta um golpe significa negar a própria carta magna. Ora, defender uma ruptura constitucional é de uma gravidade sem precedentes. Os líderes desta marcha deveriam ser identificados e responsabilizados por tamanha insanidade. Quem quiser governar o país tem que passar pelo crivo das urnas. Ruins ou bons os nossos governantes, somos nós que os escolhemos de forma livre. Para se purificar os desacertos basta seguir o conselho dado nas peças publicitárias do TSE. Votar errado tem consequência. O que não justifica nenhum golpe. Ainda bem que o dia seguinte à manifestação foi finados...
Nepotismo - Não bastasse mais um final de ano com notícias ruins na esfera política, eis que surge a informação de que Mauro Nazif (PSB), prefeito da capital mais maltratada do país, nomeou um rapaz que mantém relações próximas aos familiares. Já sabíamos da inclinação do prefeito por acolher parentes na administração municipal, mas tratar essa crise com total indiferença e com nomeações polêmicas é o fim da picada. Cada dia Dr. Mauro fica irreconhecível. O pior é que votei nele porque a outra opção era mais horrorosa.
Protagonista - Desde que decidiu ungir o irmão Gilson ao primeiro escalão e dar de ombros aos críticos, o prefeito de Porto Velho viu a reputação ruir a cada dia. Nazif resistiu em exonerar o irmão enquanto pôde, mas percebeu que é hora de se livrar do problema porque necessita pavimentar a reeleição. Corre nos bastidores que Gilson Nazif deverá deixar o cargo de Secretário de Obras da Capital nos primeiros dias de janeiro do ano que entra, alegando problemas de saúde. Sai do palco direto às coxias para continuar como protagonista do governo do irmão prefeito.
Contas - Os comitês eleitorais serão obrigados a prestar contas das campanhas dos candidatos eleitos e barrados nas urnas. Estamos ansiosos para verificar as contas que alguns candidatos vão apresentar ao Tribunal Regional Eleitoral e quais os respectivos doadores. A quantidade de recursos derramada na campanha sugere que muitos terão problemas em fechar as contas. A ver!
Ameaças - O jornalista Alexandre Araújo, do município de Ouro Preto, está sendo ameaçado pelos poderosos porque decidiu tomar posição nas eleições estaduais diferente dos poderosos de plantão da municipalidade. Ele é alvo de todo tipo de atentado conta as liberdades individuais e contra o exercício livre da imprensa. Mas este assunto merece um espaço maior e em outra oportunidade vamos abordar com a mesma coragem e destemor do colega profissional.
Lançamento - Mais uma obra da lavra dos escritores e intelectuais Viriato Moura, Yêda Borzacov e Samuel Castiel será lançada nesta sexta-feira (7), às 19h30, nas dependências da Câmara dos Vereadores da capital. “O Rio de Histórias” é mais um livro com que os autores brindam os amantes da boa leitura em homenagem ao centenário de Porto Velho. Quem conta um conto aumenta um ponto, diz o adágio popular.
Frescor - Entretanto, embora escrito em prosa ficcionista, ambientado no calor úmido de Porto Velho, as narrativas se confundem entre o imaginário e o real que remetem as frescor de conclusões permeadas de humor. Um realismo existente apenas pelo viés de quem se encontra em cada conto. Não se apoquentem caso os autores tenham aumentado um ponto. Pode ser o ponto da interrogação. Ou o G. Fica a cargo de cada imaginação.
Triunvirato - Os ditos populares, também conhecidos como provérbios, são prosas que representam a sabedoria popular. Às vezes maliciosos, engraçados ou chistosos, por outras místicos ou doutrinários, uns se valendo de linguagem metafórica, outros bastante concretos e literais, todos representam uma moral popular baseada no senso comum e que tanto exprime a linguagem falada. Viriato, Samuel e Yêda são um triunvirato de escribas de primeira linha que contam um conto sem aumentar um ponto. E dão a cada conto vida real e ficcional. É possível que você se veja entre uma ou outra. Tudo depende da própria imaginação. Vale a pena conferir e mergulhar nesse ‘Rio de Histórias’.
Fonte: Jornalista Robson Oliveira
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