Não será fácil a vida da presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato. Além de receber das urnas um país dividido ao meio (com todas as consequências que isso pode representar), ela terá que conviver com uma crise na economia que se desenha. E ainda com o surgimento de um nome que passará a ser lembrado (Aécio Neves), cada vez que houver um problema de governo. Os primeiros sintomas já foram sentidos menos de 72 horas depois das urnas fecharem. Dona Dilma teve uma grande derrota, a primeira dos últimos tempos, na Câmara Federal, com o fim do projeto oficial de criar conselhos populares (que a oposição considera uma medida perigosa, vinda da chamada República Bolivariana), que tiraria um naco importante do poder do Congresso. Sobrou até para o Supremo, onde dois advogados (um ligado ao PSDB), pedem o impeachment do ministro Dias Tofolli, do STF, alegando que ele deveria ter se considerado impedido de fazer julgamentos de causas de petistas, por ter sido defensor de réus do partido antes de chegar ao Supremo. Não vai dar em nada, claro, mas mostra bem o clima de hostilidade que ainda existe nestes dias pós vitória dilmista.
Tem mais: o aumento de combustíveis, que começa a valer na madrugada deste sábado, é outro sintoma. As coisas vão esquentar no bolso do brasileiro, com reflexos diretos na popularidade Presidencial. Em breve, outro tiro que afeta - e muito - a todos: vem por aí um aumento daqueles na conta de energia elétrica. A Presidente precisa começar a resolver algumas coisas já. Avisou que anunciará logo o nome do ministro da Fazenda, que substituirá Guido Mantega, que está de saída. Pode até acalmar o mercado. Ou piorar tudo, dependendo de quem for seu indicado. Enfim, Dilma ainda nem assumiu o segundo mandato, mas está com ferro em brasas nas mãos.
OUTRA ELEIÇÃO - Eleição a cada dois anos faz com que, fechadas as urnas para uma disputa, começa a se falar na próxima. E é o que ocorre também em Porto Velho. Já se ouve vários nomes com potencial para entrar na briga pela Prefeitura. Além do próprio Mauro Nazif, há pesos pesados das urnas como Mariana Carvalho e gente com performances altamente positivas, como as que tiveram os então estreantes Mário Português e o professor Aluizio Vidal. Tem ainda o grande potencial de Hermínio Coelho. E agora entra nesse rol Expedito Júnior, que fez mais de 95 mil votos Capital. Mas tem muito mais gente vindo por aí...
APOIOS DE PESO - Do grupo que esteve muito próximo ao governador Confúcio, na campanha, alguns nomes se destacaram na coordenação política. Um deles: Chagas Neto, figura das mais respeitadas em todo o Estado, que comandou a coordenação até que teve que deixá-la, por ter tido um problema cardíaco, agora superado. Na fase final, quem comandou tudo foi Lúcio Mosquini, o secretário do DER que saiu dele para ser eleito deputado federal com mais de 40 mil votos. Houve, além desses, muito mais gente (como Valdo Alves, do primeiro time), que deu duro para que Confúcio se reelegesse.
VITÓRIAS SIGNIFICATIVAS - Além de ter ganho em sua cidade, Ariquemes, onde foi prefeito duas vezes, com 64,08% dos votos contra 35,92%, o governador Confúcio Moura teve performance muito boa em cidades onde lideranças importantes o apoiaram. Foi o caso de Ouro Preto, onde os Testoni (o prefeito Alex e seu irmão, o deputado Jacques), trabalharam duro, Confúcio venceu por 58,33% a 41,67%: 16,66% de diferença. O mesmo ocorreu em Jaru, terra do agora deputado federal Lucio Mosquini, onde o governador conseguiu 55,79% dos votos contra 44,21% de Expedito.
GURGACZ E JESUALDO - Mas foi sem dúvida em Ji-Paraná, com o apoio total do senador reeleito Acir Gurgacz e de seu grupo e do prefeito Jesualdo Pires, uma das mais importantes lideranças políticas do Estado, hoje, que Confúcio arrasou nas urnas. Teve nada menos que 36.681 votos, ou 62,62% do total, contra 37,38% (21,899 votos) de Expedito. Não se sabe se daqui a quatro anos os mesmos líderes estarão juntos. Acir é nome fortíssimo ao Governo. Jesualdo também...
DANIEL PEREIRA NA TV - O vice governador eleito, Daniel Pereira, um conciliador, mas que ao mesmo não é de engolir sapos, conta um pouco da sua trajetória e do que pretende fazer como companheiro do governador reeleito Confúcio Moura, nos próximos quatro anos. Daniel é o entrevistado do Candelária Debate deste sábado. O programa vai ao ar para todo o Estado, para mais de 20 emissoras afiliadas à TV Candelária/Record, logo depois do Papo de Redação, com os Dinossauros da TV.
OPOSIÇÃO FORTE - O candidato derrotado à Presidência, Aécio Neves, começa um longo trabalho para se firmar como grande líder da oposição do país. Nessa semana, entre várias outras ações, ele postou um curto depoimento nas redes sociais, lembrando frases do ex governador de Pernambuco, morto em acidente aéreo, Eduardo Campos ("não vamos desistir do Brasil"). E destacou ainda frase histórica do seu avô, Tancredo Neves: "não vamos nos dispersar". Ou seja, Aécio quer união em torno do projeto tucano. E quer ser o líder da ala antigovernista.
PERGUNTINHA - Neste ritmo, até quando as relações tumultuadas entre Prefeitura de Porto Velho e Câmara de Vereadores não vão começar a afetar a coletividade?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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