A população assiste, assutada às confissões-delações do ex-diretor da Petrobras e do doleiro preso, que revelam detalhes do funcionamento de quadrilha político-partidária que desviou milhões da estatal petrolífera. A corrução é escancarada, assim como os corruptos.
Pior é que essa dinheirama foi entregue aos partidos políticos que, pela natureza e por finalidade, deveriam ser instituições acima de qualquer suspeita e só ter em seus quadros gente reconhecidamente honesta, em condições de assumir, posições da mais alta responsabilidade na vida nacional.
O mar de lama está lançado a céu aberto. Hoje já sabemos que os partidos políticos e seus membros utilizam o dinheiro sujo da corrupção. É preciso apuara séria e detalhadamente como ocorreu a sangria da Petrobras, quais as atividades exercidas por seus dirigentes, que influência tiveram os partidos políticos, as empresas e todos os participantes desse malfadado esquema.
É importante se conhecer, principalmente, a identidade do mandante pois, se não houver mandante, aí sim, tudo estará perdido, pois em o controle e fiscalização política e judiciária, o caos estaria instalado, com cada um roubando o que quer do Brasil, numa bandalheira institucionalizada.
Apurada a participação, cada um deles, na medida do seu envolvimento, tem a ser enquadrado e processado para, na medida do possível, se fazer a devolução daquilo que foi pilhado da empresa, sem prejuízo das sanções penais que couberem a cada caso. Talvez seja necessário ampliar o número de vagas nas cadeias.
O Judiciário que, apesar das manobras protelatórias, colocou na prisão os operadores do mensalão petista, precisa fazer o mesmo com os do mensalão mineiro e não pode deixar passar impunes os saqueadores da Petrobras, que agora começam a ficar explícitos. Da mesma forma, não devem restar ilesos os participantes do cartel do trem paulista e de todos os demais escândalos de corrupção e malversação do dinheiro público que foram surgindo.
De outra parte, precisamos urgentemente encontrar uma fórmula consistente de custeio dos partidos e das campanhas eleitorais, que não podem continuar se mantendo através do saque, do caixa dois e do dinheiro sujo.
Também é preciso encontrar meios mais seguros de administração pública, que livrem os governos e principalmente as empresas estatais daqueles que, via acordo político, são guindados aos postos com a nefasta tarefa de saquear. Sem essas providências, jamis seremos, um dia um país sério.
Fonte: Dirceu Cardoso Gonçalves / Jornal Diário da Amazônia
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