segunda-feira, 27 de outubro de 2014

OPINIÃO DE PRIMEIRA

NO PAÍS DAS LÁGRIMAS DA VITÓRIA E DA DERROTA

Na democracia plena, respeitar o desejo das urnas é sagrado. Dilma Rousseff foi reeleita, com cerca de 3 milhões e 300 mil votos a mais que Aécio, para um novo mandato de quatro anos. E terá, como primeira missão, reunificar o país, que saiu muito dividido das urnas, mas que acatou obviamente o resultado, como ensina o regime democrático que conquistamos a duras penas. Em Rondônia não se pode falar em divisão, mas também não há como ignorar que boa parte da população (mais de 48% votaram em Expedito Júnior), mandou dizer ao vitorioso Confúcio Moura que quer muito mais do seu governo. Como Dilma, Confúcio terá mais  resultados positivos se entender o recado e, no segundo mandato, demonstrar, na prática,  que está se esforçando para fazer mais e melhor. Em nível nacional, pelas lágrimas de vitória e as de derrota, ficou claro que não há prioridade maior do que aproximar o Brasil que comemorou  daquele foi chorou e lamentou a derrota. Todos seremos perdedores se  o sentimento de união nacional não sobrepujar a essa divisão perigosa, aprofundada em uma das campanhas mais duras desde a redemocratização. 
A hora é de desmontar os palanques e fixar os olhos no futuro. O BrasIl deve se preparar para enfrentar dificuldades imensas, que irão conturbar a vida do país. Em Rondônia não há clima de confronto nem de crises profundas, mas mesmo assim, num contexto em que somos um estado periférico, temos que estar fortes e unidos, para continuarmos andando em direção ao desenvolvimento. Dilma Rousseff tem desafios monumentais pela frente. Nós, rondonienses, precisamos torcer muito para que seu novo governo dê muito certo, assim como certamente torceremos por Confúcio. Eleitos, eles são agora os condutores que terão de nos levar a um futuro melhor. Tomara que consigam!   
 ESPÍRITOS DESARMADOS - Os vencedores tiveram palavras de grandeza, falando em priorizar a união de todos. Também foram respeitosos com os perdedores. No Estado, tanto Confúcio Moura quanto Expedito Júnior, tiveram gestos de cortesia e respeito um com o outro, em suas primeiras declarações depois do fechamento das urnas. Tomara que o mesmo ocorra em nível nacional, embora os rancores na campanha presidencial tendam a permanecer um pouco mais de tempo no ar. Mas a hora é de desarmar os espíritos.
 QUASE 54 MIL A MAIS - Mais organização, mais dinheiro, melhor estrutura, equipe coesa, apoio da maioria dos prefeitos, um volume de campanha muito forte: some-se tudo isso e obviamente um governo considerado positivo pela maioria dos rondonienses e se terá um resumo do que levou Confúcio Moura ao segundo mandato. No final, a vitória por quase 54 mil votos de diferença dá ao experiente político mais tempo para tocar os projetos que começou e cumprir as promessas que fez.
 PESQUISAS EM BAIXA - Os resultados já são conhecidos, os eleitos estão eleitos e a vida vai em frente. Mas há questões que serão ainda longamente discutidas, a partir das experiências de 2014. Uma delas: as pesquisas eleitorais. Embora os institutos tenham tido resultados bastante razoáveis no segundo turno, no primeiro foram um fiasco. O atual sistema de pesquisas e a divulgação que influencia o eleitor, precisam ser reavaliados. Não é possível que depois do que se discutiu sobre elas, tudo continue como está.
 CAPITAL DECISIVA - Uma boa vitória em Porto Velho, onde fez 31.316 votos a mais que Expedito Júnior, foi fundamental para consolidar os números que levam Confúcio a um segundo mandato. Ele somou 126.410 votos contra 95.094 do seu adversário na maior cidade do Estado. Nos últimos dias da campanha, Expedito tentou reforçar suas estratégias em Porto Velho, mas já era tarde demais. O governador e sua enorme estrutura de campanha já tinham ocupado os principais espaços. A Capital dessa vez foi vital para o resultado final.
 VITÓRIA SÓLIDA E CONVINCENTE - O governador reeleito ganhou na maioria das cidades, principalmente naquelas com maior número de eleitores. No eixo da BR 364, por exemplo, de Porto Velho até a fronteira com Mato Grosso, só perdeu em Vilhena. Venceu em Itapuã, Ariquemes, Jaru, Ouro Preto, Ji-Paraná, Cacoal e Pimenta Bueno. Venceu também na cidade de Expedito, Rolim de Moura, que, aliás, é a terra também do casal Raupp, que certamente ajudou muito a reeleição de Confúcio. Foi uma vitória sólida e convincente, contra um adversário duríssimo, que teve uma performance muito boa, mesmo com as enormes dificuldades que enfrentou.
 ACIR POR CIMA - Afora a turma do PMDB, que mesmo com divisões internas se uniu na hora decisiva para ganhar a eleição, o outro grande vencedor da disputa foi o grupo do senador reeleito Acir Gurgacz. Além da própria eleição, Acir ainda computa a chegada do seu tio, o atual vice governador Airton Gurgacz como deputado estadual, com grandes chances de ser o futuro presidente da Assembleia. Neste contexto, o próprio senador Gurgacz surge como um nome que pode ser o escolhido pelo grupo (caso ele permaneça junto), para disputar o Governo em 2018. É  cedo? Pode ser, mas termina uma eleição e já se pensa na próxima....
 PERGUNTINHA - Com a reeleição de Dilma Rousseff, você está comemorando que sua vida vai melhorar ou entregou o futuro para rezas e para os céus?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires

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