sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O PRESENTE QUE EU QUERIA

A democracia é uma conquista de todos os dias, sujeita a possíveis deslizes e, por isso, deve ser dia a dia cuidada com a devida atenção. Não seria sequer de imaginar-se que , nos dias de hoje, seriam mundialmente reconhecidos como induvidosos os amazônicos escândalos do mensalão e do petrolão, e parece que eles podem expelir outros de porte semelhante.

A mim parede que os níveis corruptores chegaram ao máximo. Mas há outros que, parecendo menos grave, são assim recebidos; quando sua perniciosidade é intensa. Como é sabido, nos períodos eleitorais a lei assegura aos partidos o acesso aos meios de comunicação, o que foi e continua sendo de excepcional utilidade, uma vez eles são gratuitos.

Pois agora verifica-se a ocorrência de fenômenos, lamentável, sobe o ponto de vista ético, histórico e social dos partidos que, por esta ou aquela razão, com  o tempo a eles garantido, baixaram o nível do debate político. Por vezes, lembram marqueteiros os ocupantes de tempo destinado aos debates políticos. A agressão desmedida, pregando até a secessão regional e de classe, tornou o ambiente eleitoral quase irrespirável.

Gostaria de celebrar o processo eleitoral, que muito evoluiu, mas não seria honesto se calasse diante da explícita felonia praticada contra o estado de Direito. A ameaça à liberdade de imprensa e a existência de um decreto que visa instituir organismos para subtrair os poderes dos representantes legitimamente eleito estão diante dos nossos olhos (porém não aprovado pelos Deputados esta semana), disfarçados sobe o inocente nome de participação direta, que pode ser tudo, menos democracia.

Nas minhas nove décadas de caminhada, nunca perdi a fé e a esperança, e com os olhos nelas é que desejo aos vencedores das eleições que tenham bom sucesso e restaurem a paz e a harmonia entre os brasileiros, sempre necessárias, fortalecendo a democracia.

Fonte: Paulo Brossard - Jurista, Ministro aposentado do STF

Nenhum comentário:

Postar um comentário