quinta-feira, 14 de junho de 2018

PROFESSOR NAZARENO - Porto Velho tem “geito”!


Óbvio que eu não sou prefeito de Porto Velho, a eterna capital de Roraima, nem de nenhum outro lugar do mundo. Mas se o diabo protegesse e os anjos dissessem amém e eu pudesse administrar este arremedo de cidade, juro que “ageitava” muita coisa nesta corrutela inóspita. A primeira obra que eu faria como administrador “disto” aqui não seria beijar nem acariciar, já que não teria coragem de me abraçar com carniça. Eu mandava arrancar todo o asfalto das ruas, pois essa primeira ação acabaria de imediato com todos os buracos da cidade. O calor infernal diminuiria consideravelmente e as pessoas viveriam bem melhor sem o nosso mormaço característico. Água encanada não haveria mais. Mandava cavar buracos nas ruas só para abastecer as residências. Distribuiria cabaças e potes de barro para todos. Como chove muito, água não faltaria.

Cuidaria também da mobilidade urbana, que na capital sempre foi uma desgraça. Trocaria todos os carros movidos à combustão por carroças puxadas a burros e cavalos. O ar, sem o odor típico da queima de gasolina, álcool ou do diesel, ficaria bem mais respirável. Se tivesse pensado nisto antes, a greve dos caminhoneiros, por exemplo, não teria nos afetado em quase nada. Mandava destruir todos os elevados do antigo Trevo do Roque e de outras áreas da cidade que os matutos e as autoridades locais chamam de viadutos e mandava retirar todo e qualquer “bico de luz” que tivesse na ponte escura no rio Madeira. Nas escolas do município eu inovaria e só contrataria professor que tivesse uma religião para evitar que os nossos meninos fosses ateus. Antes de cada aula, os alunos marchariam e deveria ser cantado o hino nacional e também Céus de Rondônia.

Uma vez eleito prefeito da “capital das sentinelas avançadas”, colocaria logo um nome no Espaço Alternativo: Centro de Lazer Deputado Lúcio Mosquini (CELADELUMO) em homenagem a um dos criadores daquele recanto popular. O deputado, além de muito trabalhador, é um ícone para os habitantes da capital e será reeleito sempre que quiser, com toda a certeza. O lugar que os porto-velhenses usam para tirar “fotinhas” é um marco na arquitetura de toda a região Norte do país. Comigo na prefeitura, eu municipalizava imediatamente o “açouge” João Paulo Segundo. Construiria em cada bairro da cidade uma filial daquele procuradíssimo e exemplar centro de saúde. O porto rampeado do Cai N’Água seria desmontado e vendido ao ferro velho, já que não serve para nada mesmo. Subir e descer o barranco é mais romântico.

A Expovel, claro, voltaria a ser um dos espetáculos grandiosos de Porto Velho caso eu fosse uma autoridade por aqui. Desfiles pelas ruas da cidade não faltariam. O “assa xereca” deslumbraria as moçoilas casadoiras todo ano. Toneladas de bosta de animais encantariam a todos os orgulhosos moradores. E nada de distribuir aos participantes sacolas para o lixo, pois não há espetáculo maior em Porto Velho do que ver o “lixaral” esparramado pelas ruas e avenidas depois de um “ato cultural”. Festas como Flor do Maracujá e Flor do Cacto, que homenageiam a exuberante flora local, seriam incentivadas. Parada para Jesus, Marcha do Orgulho Gay e Banda do Vai Quem Quer participariam todos os anos de um concurso para ver quem mais sujava a cidade. O prêmio seria o “Urubu de Ouro”, uma espécie de Oscar da sujeira. Porto Velho tem “geito”, sim! O que falta aqui é criatividade... E também o conhecimento da gramática.



Fonte: Professor Nazareno / Porto Velho-RO.

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