Se não for hoje, será amanhã. Se não, será nos próximos dias. Mas não há mais dúvida de que o governador Confúcio Moura começará as mudanças nos nomes do seu primeiro escalão pela Seduc. Claro que o assunto, ao menos até ontem, era tratado a sete chaves, nos corredores palacianos, mas não tinha cunho oficial em nenhum momento. Mas há cerca de três semanas, a decisão foi tomada. Confúcio anunciou a alguns assessores mais próximos e já decidiu, naquela ocasião, o perfil de quem gostaria de ter para assumir a dura missão. Dentro do que o Governador estava pensando, muito perto dele havia um nome que se encaixava perfeitamente nas exigências que o próprio Confúcio queria para o posto. O nome é muito conhecido nos meandros palacianos. É aceito em todas as áreas do poder; respeitado e bem relacionado, além de uma proximidade quase familiar com chefe. A indicação não foi divulgada até agora a pedido do próprio indicado. Ele ainda está colocando na balança todos os prós e contras, mas as chances de aceitar são de mais de 95 por cento. Haverá ainda outras modificações, embora mais do segundo escalão para baixo. Confúcio não está satisfeito com os resultados da educação, mas também tem cobrado insistentemente resultados melhores de outras pastas. Inclusive de secretários que adoram uma mídia e as redes sociais, mas pouco têm produzido de prático para o Estado.
Montar um bom time de governo não é fácil. Que o diga também o prefeito eleito de Porto Velho, Hildon Chaves, que ainda precisa encontrar alguns secretários com o perfil que ele exige. Alguns nomes procurados disseram não. Nas redes sociais, fala-se que a ação social ficaria com a esposa do vice, Edgar do Boi. A verdade é que Hildon não anunciou oficialmente nenhum nome. O fará nessa sexta ou vai esperar para fazê-lo só na posse, no domingo? Não se sabe se é estratégia pura e simples ou dificuldades mesmo de montar uma equipe: o prefeito eleito até agora fez silêncio sobre seus parceiros. Ele quer começar bem. Confúcio quer terminar bem. Ambos conseguirão?
AMORAL É A PALAVRA
Se for verdade, não é uma boa notícia. É ilegal? Claro que não. É imoral? Um pouco. É amoral? Sim. Mas, pior do que tudo, é o mesmo do mesmo, caso se tornar verdade. Repercutiu mal informação não oficial de que o prefeito Hildon Chaves destinaria o comando da Secretaria de Ação Social para a esposa do seu vice, Edgar do Boi. Hildon havia garantido que faria um governo sem conchavos, sem indicações políticas, nada parecido com o sistema tradicional de administração. Claro que a esposa do vice deve ser uma ótima pessoa, preparada, com os requisitos para assumir o posto. O problema é, contudo, de base. Começaria errado, colocando num posto importante alguém ligado exatamente à estrutura político-partidária. Quase como nomear um parente. Certamente o prefeito eleito está colocando tudo isso na balança, antes de decidir. Tomara que decida corretamente, sem decepcionar os mais de 148 mil porto velhenses que votaram nele e todos os outros, ambos esperançosos de um governo municipal diferenciado. Em todos os sentidos...
RECHEADO DE ESPERANÇA
A solenidade de posse será nesse domingo, a partir das 16 horas, no auditório da Unopar, mesmo local onde os eleitos foram diplomados, recentemente. É um belo auditório, com mais de mil cadeiras e que pode abrigar grande público. Hildon vai assumir com grandes missões, mas, a principal delas, mais imediata, é a de reaver a esperança da população e sua crença na administração municipal. Porto Velho avançou quase nada nos últimos anos e precisa de uma injeção de ânimo, para recomeçar a se tornar a grande cidade que seus mais de 500 mil habitantes sonham. Não será tarefa nem perto de fácil. Pelo contrário. Mas há bons fluídos animando Hildon Chaves e seus parceiros. Até porque, mesmo que começar fazendo pouco, já começará a dar um alento que a população, no governo de Mauro Nazif, teve muito pouco. Hildon Chaves, vencedor nas urnas e empresário de sucesso, começará a mostrar a que veio. Tomara que seja tudo aquilo que se espera dele.
TIREMOS O CHAPÉU
Quem chega ao final de 2016 como um dos poucos líderes políticos satisfeitos com o ano que termina (e que foi terrível para a grande maioria dos brasileiros), é Confúcio Moura. Chega ao 2017 com um Estado enxuto, com as contas pagas, com o funcionalismo com os bolsos cheios, recebendo rigorosamente em dia. E começa o Ano Novo como um dos poucos governadores que podem dizer que não estão com um rombo nas contas. Claro que ante o funcionalismo, principalmente, as medidas adotadas por Confúcio não foram nada simpáticas. Mas para os demais 1 milhão e 450 mil rondonienses que não pertencem ao serviço público, a forma como Rondônia está sendo governada foi extremamente positiva. Nossa terra, sempre na mídia nacional por uma imprensa ávida em nos esculhambar, começa agora a aparecer como exemplo para o país. Tire-se, nesse quesito, o chapéu para Confúcio Moura.
DESRESPEITO NA RECEITA
Desrespeito ao contribuinte é o que não falta nos órgãos públicos. Nessa semana, um rondoniense foi à Receita Federal para pedir um documento de liberação de viagem para um veículo que exigia tal maluquice. Tudo bem. Lei é lei, por mais idiota que seja. O problema é que o cidadão chegou às 8h em ponto, quando a Receita abre e pediu para falar com a pessoa responsável pela expedição da autorização. Foi informado que ele, o servidor, pago com o dinheiro do povo, “costuma chegar só depois das 8h40, mais ou menos!”... Indignado, o contribuinte reclamou e pediu para falar com o chefe do funcionário atrasado. Caiu de costas, quando lhe foi informado de que o chefe “só chega depois das nove!”. Bastou para que o irritado porto velhense fosse embora, depois de fazer quase um discurso de protesto. Atrase-se um dia para pagar seu imposto de renda, contribuinte idiota, para ver o que a Receita faz com você!
QUE NINGUÉM SE ENGANE!
Mesmo com mais policiais nas ruas, o número de roubos e assaltos continua cada vez maior, em todos os bairros da Capital. Tem que se falar com franqueza: muitos desses ataques são determinados de dentro dos presídios. Também há os que ganharam Indulto de Natal e que cometeram crimes para pagar contas com os líderes das cadeias. Eles não mandam só lá dentro. Mandam fora também. Quando algum dos presos de menor potencial saem às ruas, via benefícios legais, temem voltar sem cumprir as ordens dos chefões. Porque não só eles, os presos reféns dos bandidões, mas suas famílias também são ameaçadas. Isso acontece em Rondônia e acontece em todo o país. Logicamente que essa bandalheira, esse acinte contra as leis e o povo brasileiro, são ignorados pelas chamadas autoridades competentes, como se isso não estivesse acontecendo. Atenção: não nos deixemos enganar. Quem manda nas cadeias são os membros do crime organizado. E só eles!
PERGUNTINHA
Agora falta pouco, mas você é um dos que ainda estão temerosos de que o tenebroso e “já vai tarde!” 2016 ainda traga, nas suas últimas horas, mais alguma desgraça?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO