Se fossem apenas os 400 empregados demitidos em Rolim de Moura, já seria demais. Mas o quadro é muito pior. O poderoso Frigorífico JBS, o maior do mundo, já comprou e fechou mais meia dúzia de pequenos frigoríficos no Estado, colocando no olho da rua algo em torno de cinco mil pessoas. E dominando o mercado da carne em Rondônia, como já domina em outras regiões do país. O JBS Friboi compra as indústrias concorrentes menores, porque, a partir daí, impõe ao mercado o preço que bem quiser. E quem não vender pelos valores determinados por esta prática de domínio de mercado, conhecido também por cartel, não consegue entrar no mercado. Tem que deixar seu boi muito mais tempo no pasto, arcando com pesados prejuízos. Além de desempregar milhares de pessoas e deixar outras tantas milhares de famílias sem ter como sobreviver, o JBS não diminui o preço da carne para o consumidor. Compra a arroba, por exemplo, a 116 reais (valores atuais em Rondônia), mas vende para o consumidor final como se ela valesse os valores pagos no mercado de São Paulo: 142 reais. Prejuízo para os trabalhadores, preços exorbitantes para o consumidor.
Agora, além disso tudo, os dirigentes do Grupo ainda têm que ser paparicados por autoridades rondonienses de todos os naipes, para que não abandonem nosso mercado e preservem ao menos uma parte dos empregos. Reuniões e mais reuniões, muita gente quase implorando para que o JBS volte atrás e mantenha os empregos. Ninguém exigiu que o Governo Federal intervenha; que a lei de combate aos cartéis seja avocada.; que a prática de domínio do mercado seja punida com multas tão pesadas, que seria muito mais negócio se o Grupo mantivesse seus negócios dentro do que determina as corretas leis de mercado. Mas quem tem coragem de colocar o guizo no pescoço do gato?
A CULPA É NOSSA - Mais uma ação praticada pelos “dimenor” assustou a zona leste da Capital, nesta semana. Um deles, armado, violento, furioso (ué, mas não é tudo apenas gente sofrida e sem oportunidades, por culpa da sociedade?), atirou à queima roupa numa mulher, durante assalto. A diretora da Escola stela de Araújo Compasso, localizada no Bairro Marcos Freire não reagiu, mas levou um tiro na perna. Teve sorte. Se tivesse morrido, sua família corria o risco de ter que indenizar o pobre menor, traumatizado porque não teve chances na vida. É esse tipo de absurdo que o brasileiro de vem está aceitando passivamente.
TUDO DOMINADO - O grupo JBS/Friboi está dominando o mercado da carne no Estado e, como suas exigências não foram atendidas pelos produtores (como por exemplo vender a arroba do boi por algo em torno de 116 reais, quando em São Paulo ela chega a 142 reais), o poderoso conglomerado começou a fechar frigoríficos no Estado e fazer demissões em massa. A última unidade fechada foi a de Rolim de Moura, com 400 demitidos. A decisão corroeu duramente a economia da cidade e atinge em cheio os projetos de crescimento do agronegócio no Estado todo.
CINCO MESES - Agora, após negociações que envolveram até o governo federal, o JBS decidiu que vai pagar salários por cinco meses aos demitidos, pelo menos na unidade de Rolim de Moura. Enquanto isso, novas negociações vão ser realizadas, inclusive com intermediação dos governos do Estado e Ministério da Agricultura, para que as coisas voltem ao normal. Se elas forem positivas tanto para o conglomerado, que está se tornando um cartel, como para os produtores, há chance dos frigoríficos do grupo se manterem funcionando, com a garantia de empregos. Senão...
GAVIÃO REAL - Mais uma ação da Santo Antonio Energia, em defesa da natureza e dos animais, foi realizada com sucesso. Cinco animais que estavam no Centro de Triagem de Animais Silvestres foram enviados esta semana para o zoológico de Belo Horizonte. Foram levados dois periquitos, duas pacas e uma harpia, também conhecida como gavião-real. Por estarem há muito tempo em cativeiro, os animais não poderiam ser reintroduzidos na natureza. O destaque foi a harpia, que chegou ao Cetas ainda filhote. O gavião-real é a maior águia das Américas e está ameaçado de extinção, devido ao desmatamento das florestas e à caça indiscriminada.
CAMINHO DA MORTE - Quem usa a RO 383, que liga Cacoal a várias cidades da Zona da Mata, no Estado, tem que rezar muito antes de fazê-lo. A rodovia se transformou em mais um via onde as mortes se multiplicam Rondônia afora. Buracos, desníveis no asfalto, curvas perigosas, sinalização pobre e até animais na pista têm multiplicado os acidentes. A última vítima fatal foi um motorista que perdeu a vida ao atropelar uma capivara e perder o controle do seu veículo. O DER precisa intervir com urgência, ao menos para amenizar a grave situação da 383.
PERGUNTINHA - Será que nenhuma autoridade que protege os direitos do consumidor vai agir, para tentar acabar com os aumentos absurdos no preço das contas de energia elétrica em Rondônia?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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