quinta-feira, 20 de agosto de 2015

COLUNA DO HERÓDOTO - INSPIRADO EM MAQUIAVEL

Ele viveu na transição do feudalismo para o capitalismo. Acompanhou o crescimento das cidades comerciais da Itália e fêz observações que são válidas no mundo corporativo atual. Por exemplo, constatou que a única coisa que o poder respeita é o poder, como na estrutura das corporações modernas e seus organogramas.  E poder é a capacidade de mudar as coisas. Diz também que o planejamento de uma empresa  não deve ser para os melhores momentos, mas para os piores, como as crises vividas pela corporações. A maioria delas ocorre sem que se tome nenhuma ação preventiva., Quando se vê as paredes estão caindo, as vendas despencando e a marca sendo alvo de reportagens nas páginas policiais. Assim, Maquiavel alerta que é preciso encarar a realidade como ela é e não como você gostaria que fosse. Diz também que os colaboradores são movidos tanto por inspiração como por ações desagradáveis, como cortar parte da força de trabalho, ou diminuir os benefícios sociais da equipe. O frio Nicolau Maquiavel ensinava que se deve ficar focado nos resultados e obtê-los custe o que custar. É claro que tem que se dar o desconto que ele viveu a realidade de 500 anos aras.
 O florentino ensinava que os chefes devem sair de suas salas refrigeradas e conviver com a força de trabalho, de forma que os problemas possam ser detectados ainda no começo, quando tem o tamanho de uma pulga, e imediatamente resolvidos e não largados para que cresçam como um dragão chinês. Assim, a melhor forma de consolidar o poder é identificar os sinais de ameaça, que podem vir dos números do faturamento como dos colaboradores em uma pesquisa interna de satisfação de clima organizacional. Para isso é preciso por a mão na massa, ser sábio, ou melhor aprender sempre com todos. Por isso é que o gestor deve sair de sua sala e procurar os problemas e impor uma cultura de corredor por toda a empresa. Isto não só revelará problemas como também construirá uma cultura na qual os líderes se fazem sempre presentes. Para um time de sucesso é preciso somar talento, oportunidade e motivação. O melhor exemplo de combinação, talento e timing na história da política foi a escolha de Winston Churchill para primeiro ministro da Grã Bretanha em plena Segunda Guerra. Possivelmente, em qualquer outra situação teria sido um fracasso, apenas uma sombra no rol dos políticos britânicos.
 É evidente que no clima político agitado em que viveu Maquiavel era preciso ser muito hábil para se conquistar o poder e conservá-lo . Não muito diferente de algumas organizações atuais que trocam líderes, chefias e colaboradores entre um e outro turno de trabalho. Assim, nada mais lógico do que lutar por aquilo que se acredita, e se acha que não tem nenhum inimigo ou rival é que não procurou direito. Assim com as empresas, líderes também constroem reputação e com isso amealham poder. Ninguém melhor do que Maquiavel, exilado e  perseguido para saber que viver derrotado e desonrado é morrer diariamente. Muitos líderes dispensados se sentem assim, não são capazes de fazer um looping e partir para outros desafios. Vivem lamuriando e recordando os tempos em que tinham o poder e recontam, pela enésima vez, uma de suas vitórias. Nem o labrador aquenta mais ouvi-las. Por isso Maquiavel recomenda que projetar uma imagem de força é essencial para inspirar confiança nos colaboradores. Finalmente, diante da quantidade de gurus, consultores, adivinhos, assessores, cartomantes, jogadores de búzio ou tarô, Maquiavel destrói a todos quando ensina :” A única maneira de prever o futuro é ter o poder de decidir o futuro.”
Fonte: Heródoto Barbeiro - Record News / SP

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