segunda-feira, 31 de agosto de 2015

DEUS NOS FALA

Evangelho de S. João 6, 41-51

“Murmuravam então dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu. E perguntavam: Porventura não é ele Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como, pois, diz ele: Desci do céu? Respondeu-lhes Jesus: Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia... Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo.”

O evangelista João nos apresenta um Jesus decidido e majestoso perante um público conterrâneo e desconfiado. Cristo aproveita dessa situação para anunciar a sua missão, que é a salvação do mundo. Como pode acontecer isso? Em poucas palavras, é comer o pão do céu, que é o próprio Senhor Jesus. Comer esse pão do céu significa crer em Jesus, enquanto enviado por Deus, porque nos alimenta e dá vida. É aceitar o seu ensinamento e segui-lo. Porém, as pessoas resistem a essa revelação e não creem. Assim, não fazem a vontade de Deus Pai. Um pequeno parêntese em referência aos judeus aqui citados.

Não quer dizer que seja o povo judeu enquanto tal, mas aquelas poucas autoridades fariseias que estavam expulsando os cristãos das sinagogas. De fato, o diálogo entre esses líderes e Jesus se torna tenso. Os chefes dos judeus murmuravam, porque perguntavam: como pode ser de Deus um como nós, que nós conhecemos seus pais e parentes? O preconceito de saber tudo de Deus impede de abrir os olhos às novas realidades de Deus. Assim, não conseguem entender Jesus, porque a experiência de Deus que eles têm não vem do alto, mas a partir do entendimento deles. Por isso, não se sentem atraídos pelo Jesus.

Não se sentem em sintonia com o Mestre Nazareno. E Ele insiste dizendo-lhes que não podem limitar a experiência religiosa ao passado, mas eles têm que se abrir a essa nova realidade que é Ele,
verdadeira Páscoa. Jesus é o pão da vida eterna. Com Ele, teremos vida para sempre. Ainda hoje, quanta gente desconfia de Jesus como proposta de vida eterna! É Jesus o novo cordeiro pascal, imolado na cruz, que nos permite ir além da morte. Esse novo êxodo é alimento de esperança e confiança para todos. Esse discurso sobre o pão de Vida se apela à experiência dos judeus quando se libertaram do país do Egito.

Mostra que aquela libertação foi sustentada por um alimento que não permitiu a sobrevivência. No entanto, o ‘alimento Jesus’ permite uma libertação que vai além do corpo em si. É a própria vida de Jesus que nos torna eternos. Essa palavra revela um significado cristológico e sacramental, porque não é tanto de alimentar o povo faminto, mas de revelar a glória de Deus em Jesus.

Por tudo isso me apaixona cada vez mais pelo meu Senhor Jesus. Concluindo, eu te pergunto: você está disposto totalmente a ouvir Jesus? Deixa-se levar pela sua mensagem? Você é um testemunho de vida na nossa sociedade? Comer o pão do céu quer dizer crer em Jesus. Como te ajuda, por exemplo, tudo isso a viver melhor a Eucaristia? A celebração Eucarística é acolher a Nova Aliança, um novo pacto que revela a entrada dos últimos tempos, superando assim a antiga aliança, que realiza as esperas messiânicas. Desde já, somos introduzidos às novas realidades da Vida. Celebrando a Eucaristia a comunidade faz comunhão real com Cristo o Senhor.

Fonte: Claudio Pighin -  Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia.

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