segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Indian Scout: uma custom que você deveria conhecer

A mais antiga das marcas americanas prepara a entrada no Brasil com a competitiva Scout, para ganhar os compradores de Sportster e modelos japoneses



A história da americana Indian é longa, começou em 1901 antes mesmo da Harley-Davidson, mas até agora esteve distante do Brasil. O motivo é que a Harley cresceu e alcançou novos mercados enquanto a Indian fechou as portas na década de 1950. Agora renascida pelas mãos da também americana Polaris, a marca une referências ao histórico do passado e diferenciais tecnológicos em modelos como a instigante Scout e as variações da tradicional Chief (Classic, Vintage, Chieftain e Roadmaster). Elas serão lançadas no país em outubro durante o Salão Duas Rodas e é na Scout que residem grandes expectativas: “Não há dúvida que a família Chief buscará uma fatia dos atuais consumidores de Harley-Davidson, mas esperamos que a Scout traga um novo público de outras marcas e até estilos de moto”, diz Rodrigo Lourenço, diretor executivo da Polaris para a América do Sul.
Scout e Chief foram criadas no início da década de 1920 com propostas diferentes, a primeira era um modelo mais ágil e de orientação para performance (a escolhida para corridas, provas de subida de montanha e exibições na parede da morte), enquanto a Chief pretendia ser mais luxuosa e trazia adereços estéticos adicionais. Assim elas renasceram neste século 21: a Scout é mais leve, tem dimensões menores, elementos de design contemporâneos como os vincos e o radiador para a refrigeração líquida de seu motor V2 de 1.133cc, que dá mais atenção à potência do que o V2 de 1.811cc da Chief, uma estradeira que prioriza o torque em baixas rotações.
O motor da Scout está mais próximo do projeto usado na Harley-Davidson V-Rod, inclusive por render 100 cv, mas a muscle-bike da concorrente com enorme pneu traseiro de 240 mm não é o parâmetro correto para comparação, até porque nos Estados Unidos o modelo de entrada da nova família Indian concorre em preço com a Sportster 1200 (ao redor de R$ 39 mil no Brasil, dependendo da versão). Embora a Harley-Davidson não declare os números de rendimento de seus motores sabe-se que dinamômetros já confirmaram 25 cv a mais na Scout e torque equivalente nas duas, com a diferença de um pico disponível mais cedo na Sportster, ainda na casa de 3.000 rpm, e uma curva mais linear no motor “girador” da Indian, que entrega o pico de torque perto de 6.000 rpm. A 6ª marcha no câmbio da Indian é outro diferencial.   
Ao projetar a Scout a Indian optou por seguir o projeto clássico de uma custom longa, baixa e larga, com os pés do condutor repousando sobre pedaleiras à frente do motor – a Sportster 1200 Custom é mais curta, esguia e alta, com pedaleiras instaladas na mesma linha do assento (ficam mais à frente na Forty-Eight). O banco de couro caramelo pode ganhar opcionalmente a companhia de outro para a garupa e encostos (sissy-bar), assim como há comandos mais próximos e distantes para os pés e variações de guidão como alternativas de personalização.         
O pacote da Scout é interessante e além dos compradores de Sportster pode atrair os donos de japonesas como Yamaha Midnight Star e Kawasaki Vulcan que buscam o upgrade de performance e sonham com a autenticidade de uma marca americana. As primeiras concessionárias Indian estarão ativas já no último trimestre em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Florianópolis (SC) – inaugurações em outras regiões acontecerão em 2016. Plano de abertura contempla um número de lojas inferior às 19 da Harley, mas a diretoria brasileira promete que a linha de modelos crescerá nos próximos três anos acompanhando os lançamentos nos Estados Unidos, e que isso incluirá modelos de menor cilindrada.  
Fonte: Revista Duas Rodas

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