terça-feira, 6 de setembro de 2016

DEUS NOS FALA

Evangelho de Lucas 14, 1. 7-14


“Jesus entrou num sábado em casa de um fariseu notável, para uma refeição; eles o observavam.
Observando também como os convivas escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes a seguinte parábola: Quando fores convidado às bodas, não te sentes no primeiro lugar, pois pode ser que seja convidada outra pessoa de mais consideração do que tu, e vindo o que te convidou, te diga: Cede o lugar a este. Terias então a confusão de dever ocupar o último lugar. Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, passa mais para cima. Então serás honrado na presença de todos os convivas. Porque todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado. Dizia igualmente ao que o tinha convidado: Quando deres alguma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem os parentes, nem os vizinhos ricos. Porque, por sua vez, eles te convidarão e assim te retribuirão. Mas, quando deres uma ceia, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. Serás feliz porque eles não têm com que te retribuir, mas ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.”

Por meio dessa cena familiar, Lucas nos conta como o Mestre Jesus orienta o comportamento com Deus e, consequentemente, com as pessoas. Este trecho do Evangelho é subdividido por um convite de almoço, a escolha dos lugares à mesa e os critérios para fazer os convites. Inicia assim: em um dia festivo, Jesus foi convidado para o almoço por um responsável dos fariseus. É nesse contexto que o Mestre observa como os convidados disputam os lugares da mesa para escolher os melhores.

Geralmente, as pessoas buscam o que lhes é mais interessante. No entanto, na lógica de Deus, isto não faz parte. E esse banquete evoca o Reino de Deus, onde as pessoas são chamadas a fazer parte. Na nossa sociedade, o que conta é ter lugares de prestígio e, por isso, ambicionar lugares de destaque reforça o próprio ‘eu’. É aqui que Jesus nos dá uma grande aula com a parábola do casamento.

Essa aula de despojamento não é somente uma questão de boa educação, mas é uma regra de vida em relação a Deus, porque é Ele que confere a honra e a dignidade da pessoa. Essa humildade nos dá liberdade para ter um constante relacionamento com Deus e de não desejar pretensões hierárquicas humanas. Nesse sentido, o Nazareno declara aos chefes de Israel qual é o verdadeiro poder que constrói as relações do Reino de Deus. O poder fundado na humildade revela a presença de Deus. Não podemos esquecer a encarnação do Verbo: Deus que se faz homem e assume toda a humanidade, exceto o pecado.

Se Deus se humilha, quem somos nós para fazer o contrário? O seu despojamento é o grande exemplo para todos nós. É um despojamento que de um lado se torna muito humilde, mas de outro ponto de vista é glorioso, porque ajuda, se solidariza, é capaz de reconciliar e amar. Isto edifica a comunidade. Tendo esse espírito, eliminam-se os preconceitos e se alimenta a vontade de ir ao encontro de quem mais necessita ou que nada pode retribuir.

Assim sendo, a Palavra de Deus nos convida a investir na fraternidade como dom e que é destinada para todos. Devemos dar do nosso também para aquelas pessoas que não podem dar nada em troca. Esse jeito de vida é que funda a comunidade do Mestre Jesus, enquanto constitui a família de Deus. Em uma verdadeira família não pode haver exclusão, mas, ao contrário, acolhida. Este é um ensino de Jesus que martelou o tempo todo na sua passagem na terra. Um ensino que vira de cabeça para baixo os valores mundanos. Quem consegue viver essa orientação do Nazareno é feliz. Uma felicidade preenchida não de pompas e obras, mas de doação e compartilha com todos. Como você está vendo, o Messias Jesus se preocupa para te dar a verdadeira felicidade. Você aceita isso ou se deixa atrair pela felicidade do mundo, da materialidade?


Fonte: ClaudioPighin -  Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário