terça-feira, 17 de novembro de 2015

NUNCA É TARDE PARA APRENDER: uma proposta de inclusão para a terceira idade

Semana passada, tive o prazer de ler um projeto de pós-doutoramento que reacendeu a minha esperança na humanidade. Numa época em que a juventude é meta e proclamada como ideal de felicidade, são raros e necessários os estudos na seara acadêmica que contemplem os idosos, pensando em alternativas para sua aprendizagem. Por isso, o trabalho de Edileusa Pena, intitulado LITERACIA DIGITAL E INFOCOMUNICAÇÃO PARA TERCEIRA IDADE aponta grande relevância, pois acena com a possibilidade de incluir esse público esquecido das políticas sociais da educação, sobretudo num país que envelhece a cada dia e não valoriza as gerações passadas. Nesse sentido, não faço elogios vazios neste texto, mas constatações...
Analisar a realidade digital frente aos processos de inovação tecnológica torna-se um desafio para a visibilidade social dos idosos. Entretanto, o estudo em destaque não os trata como meros “objetos de pesquisa”, reduzindo sua humanidade, mas como protagonistas de suas histórias de vida. A premissa da pesquisa advoga que a tecnologia não apenas se mostra como ferramenta contemporânea de acesso à comunicação, mas como aporte potencializador de vínculos afetivos entre os seres humanos, acenando com a proximidade das gerações, apostando na sua proatividade. No enfoque da Profa. Dra. Edileusa Pena, as novas possibilidades comunicacionais da cultura digital não são vistas no aspecto instrumental, mas se mostram pertinentes para a transformação histórica desses sujeitos. Trata-se de uma pesquisadora ativa, comprometida com projetos inovadores e criativos, que sinalizam grandes contribuições sociais.
A pesquisadora afirma que avaliações de políticas públicas no campo das Tecnologias da Comunicação e da Informação apontam para o desconhecimento ou despreparo do pessoal da Terceira Idade, uma parcela que não é estimulada a utilizar os recursos digitais, e quando isso ocorre mostra-se uma ação inadequada e ineficiente. Diante dessa problemática, o estudo tem uma perspectiva dialética e netnográfica para delinear um esquema ou modelo teórico capaz de nortear a formação informacional e tecnológica de idosos, especialmente daqueles que vivem em lares assistenciais, como possibilidade de conhecimento, informação e entretenimento. Inicialmente voltada à cidade de São Paulo em intercâmbio com a Universidade de Aveiros, em Portugal, a pesquisa se ancora no Acessa SP – programa de inclusão digital e social da Escola do Futuro/USP em parceria com o Governo do Estado de São Paulo que mantém espaços públicos com computadores para acesso gratuito à Internet.
O estudo pretende ser materializado em um livro, de modo a socializar para todos os resultados alcançados, transcendendo a esfera acadêmica. Também tem a pretensão de implantar este programa de inclusão digital e social aos moldes da Escola do Futuro/USP em Mato Grosso, especialmente em Rondonópolis, onde a pesquisadora atua há mais de treze anos na educação do Ensino Superior.
Assim, essa iniciativa sinaliza que vale a pena planejar ações que beneficiem essa imensa parcela da população, enriquecendo a literatura na perspectiva da Terceira Idade. Contudo, como todas as pesquisas, requer apoio e incentivo das autoridades político-educacionais e setores competentes, que precisam se sensibilizar com a proposta. Enfim, o estudo da Profa. Edileusa Pena merece nossos aplausos, uma vez que visa melhorar a vida de pessoas que viram o tempo passar e não usufruem dos progressos desse novo tempo.
Querida Edileusa, tenho orgulho de ser amiga de uma pessoa tão criativa e inteligente, mas que acima de tudo mantém a simplicidade (quantos se envaidecem com pouca ou muita coisa, como se o mundo terreno fosse nosso verdadeiro mundo!) e a esperança na humanidade. Não são elogios, são constatações... Seus trabalhos dizem isso, falam da pessoa nobre que você é, do quanto se compromete com as pessoas e o trabalho. Li os seus textos, e em todos não tenho o que retocar ou acrescentar. Desculpe se frustrei a sua expectativa, mas não posso inventar defeitos... Só posso dizer parabéns. Aprendi muito com esse estudo, porque não conhecia bem esse programa Acessa São Paulo, da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo.
Contudo, achei válido citar a vivência do lar dos idosos, de fato esse pessoal é muito excluído da sociedade... Por isso, vale a pena planejar ações que beneficiem essa imensa parcela da população - que cada dia aumenta mais! Penso que turismo para a terceira idade também se mostra importante... Enfim, tudo que se proponha a melhorar a vida dessas pessoas que viram o tempo passar e não usufruem dos progressos desse novo tempo... Daqui, fico torcendo que você consiga concluir seu pós-doutorado em Portugal apesar da alta do dólar, da inflação e de todas as dificuldades que sei que você passa em nome do estudo e da ciência. Que Jesus continue lhe abençoando e inspirando!!
Robéria Nádia
Fonte: ROBÉRIA NÁDIA ARAÚJO NASCIMENTO –Professora Titular da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e pesquisadora, com doutorado em Educação (UFPB). Além disso, é amiga incondicional de Edileusa Pena há mais de 15 anos. rnadia@terra.com.br. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9966633992626905
Postagem sugerida pela colaboradora do Blog Edileusa Pena 
Contato: 66 8118-3110
jornalista - DRT/MT: 1092
consultora de comunicação assertiva
Professora Adjunto III do curso de Biblioteconomia
Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
Campus de Rondonópolis - Mato Grosso - MT


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