sábado, 20 de janeiro de 2024

Solo do Nordeste já foi fértil

 



Quanto maior a insolação, mas altas as temperaturas sobre a superfíce terrestre

Conhecido pelo clima semiárido, vegetação de caatinga, seca, fome, miséria e pouca pluviosidade, o sertão nordestino castiga o povo há séculos, principalmente quando em época do fenômeno El Niño, que superaquece as águas do pacífico, provocando sérios prejuízo recorrentes aos agricultuores. Datado desde a colonixação portuguesa, já foram contabilizados 84 períodos de estiagem. No período imperial brasileiro (1877-1879), tivemos a seca mais devastadora da história, matando entre 400 e 500 mil pessoas, de um total de 800 mil pessoas que habitavam a região. Foi o maior desastre natural do país por mortes, perdendo apenas para a pandemia do Covid-19. Mas, com tantos problemas, será que poderíamos imaginar um solo fértil e com muita pluviosidade no nordeste? A resposta pode ser sim, conforme foi revelado por um estudo paleoclimático sobre a região.

A mudança climática ocorre ocorre pela rotação axial da Terra, que é pertubada por interações gravitacionais com a Lua e os planetas mais massivos, os quais, juntos, induzem mudanças periódicas na órbita do planeta, como explicado pelos ciclos de Milamkovitch: (i) Excentricidades, que indica a órbita da Terra sobre o sol, que pode sofrer alterações a cada 100 mil anos; (ii) Obliquidades, que demonstra o grau de inclinação do planeta. Atualmente, a inclinação axial é de 23º26'21'', en tretanto esse valor nãoé fixo e oscila entre 22º e 25º em um ciclo de 41.000 anos; e (iii) Precessão, que se expõe a cada 26 mil anos, e é um movimento circular do eixo de rotação da Terra. O pião pode ser um bom exemplo do que ocorre com o planeta, uma vez que gira sobre o seu eixo, mas este eixo oscila ligeiramente. A precessão da Terra tem como principal efeito climático mudar as estações do palneta durante o período do periélio. Ocorrendo hoje no inverno do hemisfério norte (periélio), mas a 10.000 anos atrás (metade de um ciclo de precessão) ocorreu o verão, a radiação na Africa foi 7% mais alta do que é hoje, podendo também atingir o sertão do nordeste provocando maior insolação nessas regiões.

Quanto maior a insolação, mais altas as temperaturas sobre a superfície terrestre e mais quentes e agitadas as massas de ar que cirucula na alta atmosfera, rrazendo mais chuva a uma região e, inversamente, menos em outra. As análises indicaram que uma maior insolação deve ter incidido sobre a região tropical, ao largo do equador, do hemisfério norte entre 10 e 6 mil anos atrás, trazendo chuva à região do nordeste.

Há cerca de 4.200 anos, o clima deve ter se estabilizado e as chuvas escassearam na região nordeste do Brasil, estabelecendo o atual cima semiárido. Logo as espécies tropicais começaram a rarear e as que hoje são típicas da Caatinga, a predominar, indicando que está seria o iníciodo clima semiárido na Região Nordeste.




Fonte: Tiago Cesar Miguel Kapp / Empresário e Estudante Universitário - Olímpia-SP / Jornal Diário da Região.




(SJRP)


Nenhum comentário:

Postar um comentário