quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

PAINEL DE IDEIAS - O fim do dólar e a moeda dos Brics

 


Foi o presidente Richard M. Nixon, de triste memória por suas muitas melífluas ações, quem fez com que os EUA abandonassem o padrão ouro, em 1971. A partir daquele momento, deteriou-se a política fiscal daquele país.

O colapso do dólar dos EUA já vinha pré-aninciado há tempos, devido à queda da competividade de sua economia, ao seu irresponsável desequilíbrio fiscal e pela ascensão de outros África do Sul. O dólar americano, com o final da II Guerra Mundial, em 1945, havia se constituído na hegemônica moeda de reserva mundial, situação que foi sacramentada com os chamados Acordos de Bretton Woods.

Assim, os demais países alinhavam suas moedas ao dólar e nele praticavam o seu comércio exterior, o que limitava o potencial de suas compras externas aovolume a eles disponível daquela divisa.. Este fator limitava o crescimento das suas economias, ao mesmo tempo em que promovia uma prosperidade econômica artificial aos EUA. Originalmente, no sistema de Bretton Woods, o dólar vinha lastreado em ouro, o que limitava o avbuso fiscal da moeda, potencialmente causado por emissões inconsequentes.

Foi o presidente Richard M. Nixon, de triste memória por suas muitas melífluas ações, quem fez com que os EUA abandonassem o padrão ouro, em 1971. A partir daquele momento, deteriorou-se a seletiva de seus agentes econômocos em detrimento do resto do mundo, em maior ou em menor escala, e onerada pelos custos das guerras de consquista. Se em 2005, a dívida pública dos EUA era de US$ 3,3 trilhões, ou 28% do Pib, hoje ela atinge US$ 33  trilhões e é supeior ao PIB do país. Apenas em juros anuais, os EUA apagam cerca de US$ 700 bilhões, ou quase metade do PIB do Brasil, o oitavo maior do mundo. Como a arrecadação fiscal é insuficiente, os EUA cobrem o déficit com emissões de moedas, a opção preferida pelos políticos demagogos e irresponsáveis.

Como era previsível, o dólar americano vem perdendo rapidamente o seu valor fiduciário, ou seja, a sua credibilidade como moeda de reserva. Na última 2 décadas, o perfil das reservas soberanas vem se distanciando gradativamente do dólar. Também assim com as poupanças privadas. Isso corre na China, na Rússia, na Índia, no Brasil, na Argentina, e noutros países, por questões comerciais ou mesmo políticas, como consequência de reação às sançoes ilegais costumeiramente impostas pelos EUA, em violação ao Direito Internarcional.

Do ponto de vista comercial, qual é o propósito do comércio bilateral sino-brasileiro ser denominado em dólares se os brasileiros recebem rem Real e os chineses em Remimibi? Isso é aplicável para quase todo o mundo, como por exemplo a Argentina e para os países produtores de petróleo do Oriente Médio, da África ou mesmo da América do Sul. Desta maneira, a moeda dos BRICS faz todo o sentido comercial, principalmente se lastreada no ouro, o que a ela dárá um valor fiduciário como moeda reserva, que foi perdido pelo desmoralizado, decadente e alquebrado dólar dos EUA.

Fonte: Durval de Noronha Goyos Jr. / Jurista e escritor - Jornal Diário da Região.


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