Se você gosta de procurar bons negócios nos classificados, confira nossas dicas para uma compra mais segura
Não precisa ser especialista, nem entender de mecânica para evitar um mau negócio na compra de uma usada. Alguns itens podem indicar claramente uma moto bem cuidada ou denunciar mau uso, queda e falta de manutenção.
Neste guia listamos itens que qualquer motociclista pode checar numa moto usada – se você estiver iniciando no mundo das motos ou não estiver familiarizado com as peças mencionadas abaixo, não hesite em pedir para alguém te acompanhar na visita de avaliação.
Confirmando a procedência
O ponto de partida é verificar se a numeração do chassi está legível e não foi remarcada. Afinal, qualquer outra dica de avaliação será inútil se a moto não tiver uma procedência confiável.
Caso não conheça a aparência que os números marcados na fábrica devem ter, salve no celular fotos da numeração de uma unidade do mesmo modelo para comparação. Depois de ver na moto, peça o documento válido do ano para comparar com a gravação no chassi e, se estiver tudo certo, siga para os próximos passos.
Olhos e ouvidos para o motor
É importante examinar a moto fria, por isso peça ao dono para deixar a moto assim antes de sua chegada. Aproxime a mão do motor ou escapamento para ter certeza de que estão bem frios, porque dificuldades de partida ou barulho excessivo vindo do motor nos primeiros segundos de funcionamento, quando o lubrificante ainda está começando a circular, podem indicar problemas.
Deixe que o dono dê partida e fique de ouvidos atentos ao motor e de olhos fixos na ponteira de escapamento em busca de fumaça excessiva.
Procure sinais de queda
Ande ao redor da moto olhando o estado das extremidades do guidão e de alavancas, pedaleiras, luzes de direção e retrovisores. Danos aparentes como ralados e alavancas tortas são sinais de queda.
Neste caso, peça ao dono para contar o que aconteceu. Ele pode ter tentado consertar a moto corretamente, ou fazer o melhor possível. Mas se não contar, ou a história não convencer, pode ser alguém desonesto tentando passar um problema adiante...
A moto foi bem tratada?
Busque pistas de como a moto foi tratada na pilotagem. Veja a banda de rodagem dos pneus, que se estiver plana e com riscos longitudinais na traseira indica burnouts. Em modelos esportivos e nakeds, extremidades da banda com ondulações ou pedaços de borracha saindo são boas dicas de uso em pista.
Pinos debaixo das pedaleiras dianteiras muito gastos ou que não estejam mais lá também podem denunciar que a moto esteve em autódromo. Só isso não desqualifica a moto automaticamente, mas um dono que omite essa informação talvez não seja transparente sobre outros pontos negativos.
Manutenção está correta?
Remova o assento ou tampa lateral onde fica a bateria e cheque a fiação elétrica em busca de fita isolante e conexões improvisadas para acessórios. Ter que consertar a parte elétrica tem seu preço, e olhar as “entranhas” da moto pode ser revelador.
Aproveite para ver a aparência das soldas e da pintura do chassi, se é a mesma em diferentes pontos da moto. Remendos mal feitos podem indicar um chassi reparado depois de acidente ou com problemas de oxidação.
Procure por marcas de vazamentos nas juntas do motor, veja se mangueiras e cabos estão secos, retentores de suspensão limpos e corrente sem oxidação. O óleo do motor deve estar no nível correto e o fluido de freio claro, transparente e também acima do nível mínimo.
Vazamentos nunca são bons, nem algo no sistema elétrico que não funcione, freio borrachudo ou ferrugem dentro do tanque. Aliás, lembre-se de abrir a tampa e iluminar com uma lanterna ou flash do celular.
Boa aparência geral
Para terminar, avalie a aparência geral da moto. Um hodômetro marcando baixa quilometragem conta só um pedaço da história, e que nem sempre pode ser feliz para a moto.
Um veículo bem cuidado estará com revisões e trocas de óleo em dia – proprietário que mostra o histórico de notas de serviços feitos ganha pontos. Pintura brilhante, pneus do mesmo modelo na dianteira e traseira... a aparência geral deve ser coerente com uma moto bem cuidada, que tem um dono que se importa com ela.
Alguma coisa que pareça estar sem conserto há muito tempo, improvisada, ou se encontrar uma peça nova de baixa qualidade é melhor assumir que a moto foi negligenciada e provavelmente esconde outros defeitos.
Tudo isso serve como indicativo, é um trabalho de investigação sobre o passado da moto que está avaliando comprar: você terá trabalho e mais despesas pela frente? Deve continuar a busca por uma moto melhor? Ou encontrou exatamente o que procurava?
Fonte: Revista Duas Rodas.
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