Proibido não está, mas liberado também não: recomendação é esperar pelo menos 24h para beber após vacina
Com 47 mil pessoas imunizadas já com a segunda dose da vacina contra a covid-19, segundo marcava o vacinômetro da Capital às 10h17 desta manhã, entre alívios e comemorações, os vacinados podem estar com uma dúvida: será que a ingestão de álcool interfere na eficácia da vacina? Quanto tempo depois de tomar a dose eu posso beber?
Enfermeira da área técnica de imunização da Secretaria de Estado de Saúde, Elisangela Araujo Ribeiro do Vale fala que o recomendável é, assim como em qualquer uso de medicamentos seja injetável ou via oral, é que se evite o uso de bebida alcoólica.
Apesar de não haver na bula nenhuma informação específica sobre isso, a orientação é de usar o bem senso. "É bom evitar, proibido não está, mas é recomendável não beber pelo menos nas primeiras 24h", afirma.
Alerta é que mesmo "liberado" para beber, consumo de álcool não deve ser feito em bar, onde a pessoa retira a máscara e fica exposta ao vírus. (Foto: Arquivo/Gerson Walber)
O mesmo vale também para o uso de analgésicos, porque podem interferir na efetividade da soroconversão da vacina. Didaticamente, a enfermeira explica que a vacina é um pedacinho do vírus, bem fraquinho e inativado, que quando aplicado o organismo o reconhece e precisa criar anticorpos contra ele. "A soroconversão é o poder do meu corpo de fazer meu sistema imunológico estar alerta para criar isso", esclarece.
Beber antes também não é nada indicado, porque o álcool pode diminuir a potencialidade não só da vacina como de qualquer outro medicamento. "A recomendação é que se evite, mas vai da pessoa querer ter a chance de ter uma melhor soroconversão. Mas ela tem o resto da vida para beber, pode esperar", diz Elisangela.
O alerta que o médico infectologista da Fiocruz, Rivaldo Venâncio faz é que entender como liberado o álcool não deve significar idas a bares. "Quando você libera a bebida está falando que está liberando a máscara também, porque as pessoas vão para os bares e ficam sem máscara. Elas ainda não estão protegidas", frisa.
Rivaldo explica que o álcool, em baixa dosagem, não vai "cortar" o efeito da vacina, mas pode expor as pessoas ao risco. "Os fabricantes têm feito a recomendação de 24h, o grande problema que vejo é dos que saem para comemorar, principalmente depois da segunda dose, e falando da Coronavac, por exemplo, ela só vai te proteger e mesmo assim contra infecção em 51% em duas ou três semanas da aplicação", ressalta o infectologista.
Na bula - Na lista de contraindicações da bula da Coronavac, o Instituto Butantan elenca que o uso da vacina é contraindicado em dois casos: alergia a qualquer um dos componentes da vacina e a pacientes com febre, doença aguda e início agudo de doenças crônicas.
Entre as advertências e precauções, a bula orienta uso com cautela nos seguintes casos: histórico familiar e pessoal de convulsão, portadores de doenças crônicas, história de epilepsia e alergias. A vacina Astrazeneca também não menciona riscos relacionados à ingestão de bebida alcoólica.
Fonte: www.campograndenews.com.br
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