Todos os dias, mais de uma vez por dia, em diferentes pontos de Porto Velho, a cena se repete. Normalmente em dupla, mas eventualmente também sozinho, o motoqueiro se aproxima da vítima, aponta uma arma e leva o celular, em primeiro lugar. Se a bolsa estiver à mostra, vai também. Tudo dura poucos segundos. Não há como reagir. São dezenas de casos registrados todas as semanas, a maioria deles sequer comunicados a polícia, porque às vezes enfrentar toda a burocracia é apenas perda de tempo, já que em 99 por cento dos casos o bem roubado jamais é recuperado. Em casos mais perigosos, os bandidos atiram na vitima. O caso mais recente foi de uma jovem que, no dia do seu aniversário foi morta a sangue frio por um “dimenor”, que roubou o celular dela e a deixou moribunda, no meio da rua, na zona leste. O ex secretário e Turismo do Estado, Julio Olivar, escapou por pouco. Na frente do Porto Velho Shopping, um dos criminosos encostou uma pistola engatilhada na testa dele, ameaçando matá-lo, caso se mexesse. Saiu traumatizado, mas ileso. Ele representa apenas uma das tantas vidas que correram perigo nas mãos dos assaltantes. Sem polícia nas ruas, a bandidagem toma conta. E os criminosos se multiplicam. Ao contrário dos policiais, porque, no caso deles, se tem a sensação de que são cada vez menos, nas ruas. A ideia de mais policiamento nas cidades é o primeiro passo para se pensar em segurança pública. Ela por si só não resolve tudo, até porque a polícia prende e as leis brasileiras soltam, na medida em que estamos há anos com o título de campeões mundiais da impunidade, mas é óbvio que a presença da PM inibe a ação de criminosos. Principalmente desses vagabundos, que andam tranquilamente por todos os recantos, atacando vítimas indefesas.
Há anos que o efetivo da Polícia Militar é extremamente menor do que o mínimo necessário. Muita gente lembra que, na década de 80, portanto há quase 40 anos, tínhamos mais policiais militares nas ruas do que os temos hoje. Se a PM rondoniense tivesse agora o dobro do efetivo que têm, aí sim se poderia dizer que haveria uma estrutura ao menos aproximada, para atender as necessidades de policiamento, tanto na Capital quanto no interior. Não se pode negar o esforço e dedicação, desde o comando até a tropa, para que a população não seja abandonada nas mãos dos bandidos. Mas com tão pouca gente e ainda com uma estrutura muito longe do ideal, a PM não tem como resolver esse drama que o porto velhense e o rondoniense vive todos os dias. Nesse país da corrupção e onde a grande preocupação é criar leis para proteger quem comete crimes, não suas vítimas, a situação está assim. E a PM, neste contexto, também é vítima. Tem pouca gente, pouca margem de ação e, quando consegue botar a mão nos criminosos, ainda tem que provar que tratou o bandido como Sua Excelência. Não tem polícia e quando tem, ela tem que pisar em ovos para combater o crime. Tem solução uma praga dessas?
A FASE DOS COMPADRES VAI ACABAR?
Como será o nível da campanha para o Governo de Rondônia? Por enquanto, tudo está parecendo uma disputa de amigos, sem qualquer evento que possa sequer parecer com aquelas disputas acirradas de antigamente. Claro que ainda é muito cedo para uma avaliação mais definitiva, mas o clima parece mesmo de uma concorrência entre compadres. Quando começarem os debates e as entrevistas com os candidatos; quando o horário eleitoral gratuito entrar no ar a partir desta sexta, dia 31, daí sim será dado o pontapé inicial para a corrida, principalmente ao cargo mais cobiçado no Estado. Nos bastidores, sabe-se que o clima vai sim esquentar. Há alguns fatos que poderão aparecer a partir de agora, mexendo um pouco com a morna corrida ao Palácio Rio Madeira/CPA. Haverá também novidades vindas da Justiça Eleitoral, até o final da primeira semana de setembro, quando deverão ser anunciadas as decisões sobre impugnações de candidaturas. Nas coligações, não se pode dizer que está se criando um arsenal, porque seria exagero, mas há sim preparos para o lançamento de algumas bombas de uns adversários contra outros. A fase do compadrio e da paz e amor, ao que tudo indica, pode acabar nos próximos dias.
SOMOS 1 MILHÃO 757 RONDONIENSES
Já somos 208 milhões e 500 mil brasileiros, segundo dados atualizados do IBGE. Seremos quase 234 milhões daqui a três décadas. Depois disso, a tendência será de uma diminuição nos índices de crescimento. Rondônia já tem, conforme os dados do IBGE anunciados nessa semana, um total de 1.757.589 habitantes, distribuídos nos seus 52 municípios. Sergipe, que é muito menor, tem 2 milhões e 278 mil habitantes. Somos o quinto menor Estado, em termos populacionais. Superamos apenas, pela ordem, Tocantins, Acre, Amapá e Roraima. Temos o dobro da população do nosso vizinho Acre e continuamos crescendo bastante. Quem veio para cá nos anos 70 e aqui estava quando fomos transformados de Território em Estado, em janeiro de 1982, certamente recorda que tínhamos menos da metade dos habitantes que temos hoje. Nos anos 70, por exemplo, a população rondoniense quase dobrou, com a chegada de pelo menos 260 mil migrantes em pouco tempo, na corrida do ouro que tivemos na época. Hoje Rondônia é um Estado que se destaca na região norte, principalmente na sua economia fortalecida com o crescimento do agronegócio e seus níveis de aumento populacional seguem a tendência nacional: cada vez mais, as famílias são menores.
“NOVENTA MILHÕES EM AÇÃO”!
Em menos de meio século, a população brasileira mais que duplicou. Os mais velhos vão lembrar de uma música da Copa do Mundo de 70, quando o Brasil foi Tricampeão Mundial: “noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração”. Era então essa a população do país. O salto foi enorme já em 2001, pouco mais de 30 anos depois, quando o censo apontava 172 milhões de habitantes, quase o dobro daquela da época em que Pelé era o Rei dos gramados e os militares estavam no poder. Uma década depois, em 2011, já haviam mais 192 milhões de brasileiros. Agora, chegamos aos 208 milhões e 500 mil, mas com um índice de crescimento bem menor do que o que ocorreu nas décadas de 70, 80 e 90. Rondônia teve aumentos populacionais acima da média nacional, mas também apenas até meados da década de 90, quando o fluxo migratório começou a refluir.
O SALVADOR PRESO E O SATANÁS SOLTO
Apavorada com a possibilidade de um radical (que não seja Lula), chegar a Presidência da República, parte da grande imprensa brasileira se travestiu de partido político, quando o assunto é Jair Bolsonaro. É inacreditável a forma como boa parte dos grandes jornais, dos grandes sites e da maior rede de TV do país, a Globo, tratam o noticiário que envolve o candidato, que é líder nas pesquisas, já que o outro líder, o Lula defendido por nove em 10 jornalistas, não poderá disputar a eleição (a menos que.....). Enfim, de cada dez notícias envolvendo o candidato da extrema direita, nove e meia têm comentários desairosos, ranço, ironia, críticas veladas ou outras muito bem explícitas. Seja qualquer que for a posição do candidato, ela sempre merece crítica da grande mídia. O temor é grande, assim como em outros setores da sociedade, porque, caso eleito e caso consiga colocar em prática o que está prometendo, certamente Bolsonaro vai mexer com as estruturas do país, não se sabe se para o melhor ou para o pior. Mas, a verdade é que tudo o que ele faz, cada frase, cada gesto, um erro que passaria desapercebido nas demais candidaturas, com Bolsonaro tudo é transformado em coisas negativas. Só dá ele e Lula em destaque, no noticiário. O petista, transformado em vítima por boa parte da mídia, dominada, no geral, pela esquerda. E Bolsonaro tornado o representante de Satanás na Terra. Isso é jornalismo de verdade?
DEPOIS DO FIASCO COM OS MAMONAS...
Depois do fiasco do final de semana, quando um grande espetáculo nacional teve que ser cancelado por falhas na estrutura no Palácio das Artes, todas as atividades foram suspensas, até que perícias indiquem o que tem que ser feito para corrigir os problemas. Por recomendação da Perícia Técnica e do Corpo de Bombeiros, a Fundação Cultural decidiu agir. E cancelou futuros shows e apresentações, ao menos até que todos os problemas estruturais e de segurança sejam resolvidos. No final de semana, um espetáculo sobre o fenômeno dos Mamonas Assassinas foi cancelado na última hora, porque uma estrutura que deveria suportar o peso de equipamentos de luz e som, que faziam parte do cenário, simplesmente estourou e quase atingiu o pessoal que trabalhava na montagem da peça. Praticamente todos os ingressos já haviam sido vendidos, para um show que, em poucos meses, teve mais de 140 mil espectadores Brasil afora. Os artistas, vindos do Rio de Janeiro, protestaram contra a falha na estrutura do Teatro rondoniense e pela falta de atenção dos responsáveis por ele, que sequer apareceram para dar explicações ou mostrar solidariedade. Agora, tudo ficará parado até que toda a estrutura seja analisada e consertada. Rondônia esperou 20 anos por seu Teatro. E vai ficar sem ele mais alguns meses.
HILDON COMEMORA SEUS NÚMEROS
Em pouco mais de um ano e meio de governo, o prefeito Hildon Chaves já tem números bastante positivos para apresentar, como resultado da sua administração, comparando-se com governos anteriores. Um deles ele gosta de destacar: nestes pouco mais de 18 meses, já asfaltou mais ruas na Capital do que os quatro anos do seu antecessor. O Prefeito afirma que, somando-se todas as obras, já foram colocados mais de 49 quilômetros de asfalto, mais que tudo o que foi realizado no governo de Mauro Nazif. E que outros 55 quilômetros estão em execução. Hildon Chaves quer se transformar no campeão de asfalto da cidade, durante seu mandato e destaca, ainda, uma série de obras estruturais que estão sendo programadas. Uma delas será na região da avenida Mamoré, na zona leste, onde se realizará o maior programa de infraestrutura e canalização que se viu na historia recente da cidade. Segundo ele, obra parecida só foi feita na administração de Chiquilito Erse, na avenida Rio Madeira, para efeitos de comparação. O prefeito diz que as parcerias que tem feito em todos os níveis, destacando as emendas da bancada federal, vão ajudar – e muito – a uma melhoria acentuada na qualidade de vida da população, com um pacote de obras que durará todos os quatro anos do seu mandato. Aguardemos para ver...
PERGUNTINHA
Você vai ao aeroporto de Porto Velho, nesta sexta à tarde, para receber o candidato Jair Bolsonaro ou é da turma que não quer nem imaginar que o Brasil tenha um Presidente como ele?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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