Quando está diante de um microfone ou uma câmera de televisão, Jair Bolsonaro não desperdiça a oportunidade de atacar a criminalidade, exaltar policiais que matam no exercício da profissão e defender o armamento da população e a redução da maioridade penal. Não é entre o público preocupado com segurança , porém, que o discurso do candidato do PSL à Presidência tem feito mais sucesso.
Análise do Estadão Dados em 27 pesquisas recentes do Ibope, feitas em todos os Estados e no Distrito Federal, revela que Bolsonaro não tem taxa maiores de intenção de voto nos locais onde a preocupação com segurança é mais expressiva. Mas outra associação salta aos olhos: o desempenho do candidato melhora conforme aumenta a parcela do eleitorado que cita a questão da corrupção como prioridade.
Os dados indicam que o principal combustível do "bolsonarismo" não é o medo da violência, mas o moralismo - que, no atual contexto político, se confunde com o antipetismo. A leitura das 27 pesquisas revela que a percepção da corrupção como problema passa por um corte ideológico. Outros candidatos do espectro da centro-direita e que se apresentam como antagonista do PT, como Geraldo Alckmim (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos), também colhem mais apoio nos Estados onde os eleitores se mostram mais preocupados com a punição dos corruptos - mas em menor quantidade que Bolsonaro.
Fonte: EDITORIAL - Jornal A Gazeta de Rondônia.
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