Foi só falar em reforma da previdência e a popularidade do presidente despencou. Imediatamente o chefe do executivo iniciou uma série propostas para suavizar o impacto na opinião pública. Ninguém votaria com certeza em um candidato que anunciaria na campanha que o mundo mudou e não se pode mais manter um sistema que deu certo no passado, mas que não funciona no presente. A economia já não é mais a mesma, a globalização veio para ficar, os gastos do Estado não permitem a manutenção das aposentadorias e pensões e outras medidas amargas para serem postas e práticas nos primeiros meses do novo mandato. Aliás, essa fórmula existe no mundo todo, ou seja queimar o capital eleitoral logo nos primeiros meses, antes que o distinto público se aperceba do que está acontecendo e reaja pressionando as autoridades de todos os poderes. São os chamados cem dias, que nada tem a ver com a volta de Napoleão ao poder. O que mais se ouve é que um cidadão pagou a vida inteira para que um outro pudesse se aposentar, e na hora que iria começar a receber não aparece ninguém para bancar essa conta. Como assim?
Um remendo para essa situação onde o caixa está vazio é aumentar a idade de aposentadoria. Mulheres se aposentariam com 60 anos e homens com 65 anos de idade. Sabe como é, todos estão vivendo mais e a média tem aumentado graças as novas tecnologias e hábitos mais saudáveis de vida. O que é bom para o ser humano nem sempre é bom para o caixa da previdência. Para remediar o sistema de jovens pagarem para os velhos é necessário aumentar o número de nascimentos. A questão é que em geral não se tem mais filhos às pencas como no passado. O Estado dá um incentivo : uma mulher com 3 filhos poderá se aposentar 3 anos antes do prazo; com 4 filhos, 4 anos; quem tiver mais bebês poderá se aposentar com 55 anos. Esse incentivo à maternidade tem duas faces, repor a população que está diminuindo e associar novos contribuintes para o sistema previdenciário. Se vai funcionar não se sabe por que os resultado será, no mínimo, de longo prazo e até novas propostas podem surgir no horizonte.
A proposta já aprovada em primeira votação na câmara dos deputado provocou uma revolta popular. O governo garante que as empresas que demitirem ou se recusarem a contratar pessoas próximas à aposentadorias vão sofrer repressões administrativas ou criminais. Não foi suficiente. A ira pública percorreu todo o pais com dezenas de milhares de manifestações, algumas com violência. O governo novamente passou mel na boca dos velhos ao propor uma diminuição dos impostos e alguns benefícios suplementares para os aposentados que não constam da legislação atual. Assim, ele subsidiaria a compra de remédios, reforma da casa própria, transporte público grátis, subvenções para serviços comunitários e outras bondades escondidas no saco de Putin. Mesmo assim os trabalhadores russos continuam contra a reforma da previdência uma vez que alegam que ela basicamente roubaria os vencimentos das pessoa com menor poder aquisitivo. Ao contrário de alguns países ocidentais, na Rússia, as aposentadorias são magras e muitas pessoas precisam continuar trabalhando mesmo depois de velhas. O presidente Putin insiste que as coisas mudaram e é preciso salvar o sistema um deles é a drástica diminuição da população. Até agora não se ouviu ninguém dizer que está com saudades da União Soviética.
Fonte: Heródoto Barbeiro / Record News-SP
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